Já conhece as novas faturas de combustível?
Se abasteceu o seu carro esta semana (depois de terça-feira), provavelmente já se apercebeu que a fatura está maior no tamanho do papel. Tem mais letras e números e contas e nem todas elas dão para perceber o que quer que seja. Vou ajudá-lo, porque cada marca está a colocar a informação prevista na lei como muito bem entende.
Quanto paguei de impostos em cada depósito?
Esta é a principal pergunta a que as novas faturas respondem. Bem, nem todas. Há algumas marcas em que esse valor é incompreensível e outras em que esse valor aparece muito completo e de forma muito clara. Falei com algumas pessoas que ao olhar para a fatura nem queriam acreditar no valor de impostos que pagaram para abastecer o carro.
O que muda?
Mantém-se, como é normal e habitual, o número de litros que abasteceu, o preço por litro e o valor do IVA. Mas agora aparece também (em algumas) o valor real que pagou de ISP (Imposto sobre produtos Petrolíferos) e o sobrecusto da incorporação de biodiesel. Há também dados sobre a percentagem de energia fóssil, de energia renovável e o CO2 .
Vamos tentar traduzir cada um deles. Peguemos neste exemplo:
Em cima tem a quantidade de litros e o preço por litro. Como antes. Tudo normal.
Mais abaixo, tem os tais detalhes novos, nomeadamente o ISP. Neste caso verifica imediatamente que em 36 euros pagou de ISP 16,29 €, ou seja mais de metade do depósito é imposto sobre os combustíveis. É terrível perceber isto assim de forma tão direta. Mas o pior vem a seguir. É que como pode ver (na seta) o preço do combustível que abasteceu custaria – se não fossem os impostos – cerca de 41 cêntimos o litro. Ah! E ainda falta o IVA que é sobre o preço do combustível e sobre o ISP. Paga IVA sobre o imposto. Tudo “normal”.
Mas ainda tem mais uma linha: o sobrecusto dos biocombustíveis. Neste caso mais cerca de 3 cêntimos em cada litro. E depois tem mencionada a percentagem de petróleo (90%) e de energias mais amigas do ambiente (10%) e por último as emissões de CO2 (que não consigo encontrar um critério de leitura).
Cada fatura, seu formato
Tem agora aqui alguns exemplos de faturas enviadas por vários leitores do blogue. Como poderá ver a variedade é total. Algumas delas não têm qualquer leitura, nem no nome dos combustíveis (E é gasolina, B é Gasóleo, e por aí fora). Essas letras são “nomes” dos combustíveis iguais em toda a Europa, mas não têm leitura para a maior parte dos cidadãos portugueses.
Uma das faturas tem o custo do ISP para TODOS os combustíveis, mesmo aqueles que não me interessam para nada. O consumidor perde-se. Espero que a ERSE/ENSE encontrem uma maneira de todas as marcas darem a informação obrigatória da mesma maneira.
O que muda na minha vida?
Bom, na minha opinião, praticamente nada. Vou pagar exatamente o mesmo. Mas pelo menos fico a saber que ao abastecer estou a encher o depósito com mais impostos do que combustível – cerca de 70%. É pelo menos um abre-olhos todas as vezes que olhamos para a fatura. Uma coisa é saber que pagamos 70% de impostos em cada abastecimento, outra coisa é vermos no papel que o preço por litro do gasóleo simples é esta semana de 41 cêntimos o litro e que pagámos 1,134 €.
Começamos a perceber (se ainda não tínhamos percebido) porque é que pagamos tanto em combustíveis. Claro que as gasolineiras também levam a sua parte, mas pelo menos temos um retrato mais real da situação.
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