Tarifários indexados continuam a subir – É altura de sair?
Já vos estou a avisar há 3 meses que o preço da eletricidade no mercado indexado já atingiu e agora ultrapassou claramente o tarifário regulado. Será que chegou a altura de sair do indexado e voltar aos preços fixos?
Os preços finais de Agosto confirmaram essa tendência. Na minha opinião deve seriamente pensar em sair, pelo menos temporariamente, para não perder em poucos meses a grande poupança que fez nos últimos 2 anos. Alguns de vocês pouparam centenas ou até milhares de euros simplesmente por terem mudado de empresa e de tarifário de eletricidade. Valeu a pena, não foi?
Agora chegou a altura de reavaliar a situação. Ser um consumidor informado é isto: agir de acordo com as nossas circunstâncias e as do mercado.
Se não sabe o que é um tarifário indexado de eletricidade, leia este artigo (foi escrito na altura em que compensava).
VÍDEO | Poupança de 50% na eletricidade com os tarifários indexados
O indexado já não é o mais barato
A média de agosto, já com o mês completo, ficou nos 91 euros o MegaWatt/hora. Com esta subida, o preço final do indexado fica quase nos 17 cêntimos o kWh. Ou seja, acima dos tarifários “normais”.
A previsão, de acordo com a página do OMIE, é que os preços continuem altos. Em outubro espera-se que a média se mantenha nos 86 euros. E no último trimestre de 2024, para 89 euros. Não compensa.
Seja qual for a sua situação, tente renegociar os preços junto da sua própria empresa. Por exemplo, algumas empresas baixam os preços a alguns clientes que pedem. Pode ler aqui o exemplo que tive com uma. Quase todas as empresas fazem isso, se ameaçar mudar de empresa e mostrar que há preços mais baixos na concorrência.
Ligou para o apoio ao cliente… baixou o preço da eletricidade 16% (Um caso prático)
Num artigo a seguir, farei a lista das 10 empresas mais baratas este mês.
Não se esqueça de que deve levar em conta também o preço da potência contratada. Pode alterar estas contas, sobretudo para quem tem consumos muito baixos. Mas continuo a insistir que, na minha opinião, deve levar em conta sobretudo o preço do kWh como critério principal, porque é o que mais pesa na fatura.
Se estão no indexado, mudem quando tiverem um kWh mais barato noutra empresa. Faça as suas contas.
Para encontrar as empresas que têm tarifários mais baratos use o simulador da ERSE ou pesquise no Google “tarifários eletricidade”, contacte as empresas e compare o preço do kWh que está a pagar na sua fatura com os preços que lhe oferecerem. São elas que tratam da passagem da sua empresa atual para a nova. Não tem de fazer nada. Não tenho ligação a nenhuma empresa. Você escolhe a que quiser. Neste vídeo explico como se faz.
Se quiser poupar, tem de estar atento e ser uma pessoa informada. E agir com rapidez assim que encontrar mais barato.
Espero que tenham aproveitado bem os vários meses de eletricidade quase de graça! Se voltar a acontecer, cá estarei para avisar.
Olá Pedro,
Deixe-me desde já agradecer todo o seu trabalho na ajuda da literacia financeira.
Escrevo-lhe para comentar o seu post relacionado com o preço da eletricidade.
No meu caso ainda estou no mercado indexado e usando o simulador da ERSE e comparando os resultados com a minha fatura, deparo-me com um problema, na minha fatura eu tenho custos diferentes para a potencia contratada de acordo com o IVA em causa 6 ou 23%. Ou seja para o IVA de 6% tenho um custo de 0,159400€ por dia, enquanto que para o IVA de 23% tenho 0,100000€.
Como simular/comparar ofertas nestes casos?
Obrigado,
André Salgueiro
Olá, também tenho a mesma situação na minha fatura. A diferença do IVA é que até 100kwh de consumo, o IVA é de 6% e acima desse consumo, paga a 23%. Embora que, ao que parece para o Orçamento de Estado para 2025, o IVA a pagar será de 6% para consumos até 200kwh.
A minha fatura é da LuzBoa e também aparece o valor de 0,1594 para a potência contratada e, para a energia, aparece 0,1197.
Já estive a fazer simulação na ERSE e aparece como mais barata a Goldenergy ACP, mas, ainda assim, os valores da minha fatura são menores.
Bem sei que os valores, no indexado, variam todos os dias, mas como vamos renegociar novos preços, se esses não são fixos?
Não se esqueçam de que têm de somar a esses valores a Tarifa de acesso às redes, margem de lucro, e mais umas taxas e taxinhas…
e nos contratos não indexados não têm também de ser somadas essas outras parcelas (TAR, audiovisuais,…) ?
Sr. Pedro Victorino, “com o devido respeito” os seus comentários são de quem de facto não percebe nada disto e como não está a conseguir acompanhar, está a ficar “deselegante”.
O que o autor se refere como taxas e taxinhas é “Fator Perdas”, “Custos de Gestão de Sistema (CGS)”, “K (margem)” e outras custos que cada comercializadora coloca na sua fórmula para chegar ao valor total a aplicar ao clientes no indexado. Audiovisuais, CIEG e afins não têm rigorosamente nada a ver com o valor indexado e serão aplicados independentemente da comercializadora ou tarifário que estejam contratados.
Não, no fixo residencial, não tem que somar as TAR, margens e outras taxas. O valor apresentado inclui tudo, à exceção dessa nova questão da TSE
Muito obrigado SrLeal pelo seu esclarecimento. Foi só isso que pedi. E não juizos de valor e outro tipo de bocas”.
Eu na EDP pagava entre 100 a 120€ todos os meses, mudei para Ibeletra (março) tenho pago entre 45 a 55€ por mês… Penso que ainda não vou mudar, mas se os valores se começaram a a aproximar vou trocar de certeza.
@André Salgueiro, no seu caso, o custo da potência contratada é de 0,1594+0,10=0,2594 €/dia, e é este o valor a introduzir no simulador da ERSE ou qualquer outro simulador.
Para potência contratada até 3.45 kVA o custo de potência tem duas taxas de IVA.
A 6% para a parte das TAR (Tarifas de Acesso às Redes), no seu caso 3.45 kVA tem o valor de 0,1594 €/dia e 23% de IVA para a parte de “lucro” do comercializador na potência, nesse caso os 0,10 €/dia.
Eu era Ibelectra, mudança efetuada para a SUEletricidade, numa média de 220kwh que gasto por mês, só tenho á frente uma empresa mais barata, a G9, com uma diferença de 0,27 cêntimos, optei pela SU mais pela estabilidade do preço kwh. Num futuro, logo se vê, o importante é estar sempre em cima do acontecimento.
Eu acabei de mudar o tarifário na mesma empresa que baixou de 17 cêntimos para 13 e na potência contratada de 64 cêntimos para 31, golden energy
Os 4 grafismos no artigo não têm fonte. Podem informar qual é sff ?
Olá. http://www.omie.es
Obrigado.
O gráfico que compara o fixo com o variável e o mapa dos futuros por país não me parece que seja retirado do http://www.OMIE. Permaneço na duvida.
E o gráfico compara tarifas (como diz o titulo) ou preços totais depois de taxas e impostos ?
Com o devido respeito, este artigo está fundamentado. Por exemplo, a tendência de subida não está explicada. E não podem ser apresentados gráficos e quadros sem indicar a fonte.
Está análise está completamente errado no ponto de vista dos fundamentos de constituição de preços no mercado. Não fundamentou o porque dos preços subirem, quando a tendência será de descida com a entrada a produção eólica e hídrica no outono e inverno, e a ligação de novas centrais renováveis.
No indexado nunca se perde dinheiro a médio prazo. Compensa e compensará sempre para o consumidor. Com uma comercializadora de energia em clientes domésticos não se negoceiam preços e os preços fixos como não tem fidelizacao o comercializador pode sair a qualquer momento.
Não sei quem encomendou esta opinião mas o preço fixo na energia só compensa para as empresas fornecedoras de energia
Informador Informado, parece-me que a sua resposta só serve para lhe dar a si mesmo tiros nos pés. Como diz e bem, não existindo fidelização o cliente pode sair quando quiser. logo e fazendo uma analogia com o mercado de ações, podemos vender quando quisermos, mas temos custos com essa venda e se voltarmos ao mercado, custos com uma nova compra. Ora no mercado de eletricidade, não temos custos na mudança, desse modo deveremos optar pela comercializadora que no presente apresenta o melhor preço, não vamos optar pela que no futuro poderá ser mais vantajosa. Todos nós já ouvimos a velha máxima de que é melhor nos reformarmos agora do que daqui a dois anos, pese embora alguma penalização, não sabemos quanto tempo vamos durar e é preciso aproveitar. Neste momento e no passado recente o indexado está mais caro que a maioria dos fixos e tudo indica que assim será por mais algum tempo, embora os futuros não sejam para levar muito a sério, logo vivam o presente (eletricamente falando) e amanhã logo se vê, entretanto vamos poupando uns cobres, aliás como todos fizeram quando optaram e bem pelo indexado. Para concluir, o mercado ibérico está desde 1/09/2024 com preço médio 0,105 € o Kwh, sendo que o preço final andará nos 0,18 €, agora só tem de escolher as inúmeras comercializadoras a fazer preço mais baixo. Deixe-se de apostas a médio prazo e olhe para o presente que é o objetivo do Pedro Andersson e com o qual estou completamente de acordo.
O Sr. Informador Informado deveria informar-se melhor.
1 – Não faz sentido falar-se de médio prazo no mercado residencial
2 – Antes de se verificar a descida do preço Spot derivado à eólica e hídrica, a tendência será aumento, principalmente (mas não só) à maior procura de GN de aprovisionamento para o Inverno
3 – Mesmo no mercado empresarial, fixar o preço, segurando posições nos mercados futuros, POR VEZES, pode ser muito vantajoso. Conheço muitos casos que fixaram preço a 5 anos na altura da pandemia e continuam a pagar 50-55€ / MWh. É uma questão de timing.
Faço no entanto um reparo ao Caro Sr. Pedro. Os preços futuros não são uma previsão, mas sim o seu valor para adquirir AGORA para fornecimento nesses futuros
O autor deste artigo claramente nao perceber como funciona o mercado. Tambem não vou dar formação neste sentido mas digo já que aquando de uma subida no indexado, mais cedo ou mais tarde, os preços ditos “Fixos” sem fidelização que este senhor menciona, tambem sofrem uma correção em alta. Está bastante comprovado no mercado energético que quem está no indexado, a médio/Longo prazo, nunca perde face a qualquer outro tipo de preço.
Informem-se bem sobre o tema e não tomem decisões precipitadas baseadas em receios de subidas de preço. Digo só isto, se o indexado não compensar, as empresas de eletricidade não ganhavam milhões como ganham pois os mesmos compram em mercado indexado para vender a “fixo” sem fidelização.
Médio/longo prazo não faz sentido no mercado residencial.
As comercializadoras podem ter segurado preços nos mercados de futuros que lhes permitem manter preço mais baixo do que o Spot durante determinado tempo, dependendo do que investiram.
Além disso essas comercializadoras têm outras formas de adquirir energia, por exemplo com as PPAs, ainda que mais limitadas na quantidade de oferta.
Mas, repito, num mercado sem fidelização a sua análise não faz qualquer sentido
Preço na companhia que eu estava (indexado), subiu e bem, de 02 de Agosto a 02 de Setembro, preço kwh 0,18003, depois cobraram-me também o dia 3 de Setembro (foi o ultimo dia que estive na companhia) a 0,19859, estejam atentos ás vossas faturas, eu devia ter feito a mudança pelo menos 1 mês e meio antes. De recordar que de 06 Julho a 01 de Agosto o preço era 0,16315.
Pois…
No simulador da ERSE, a endesa apresenta kWh a 0,1568 no plano simples + amigo depois de aplicado um desconto de 15% com média ponderada (3 meses 15%, 9 meses a 10%). (documento gerado a 04/set)
O site da endesa apresenta 0,1672 para o mesmo plano depois de aplicado um desconto de 19% nos primeiros 3 meses.
Alguém sabe se os outros fornecedores fazem o mesmo?
Como chegou aos 17 cêntimos o kWh?
Nas minhas contas a 91,1 Mwh, e aplicados os desvios, perdas, factor de adequação e lucro comercializador dá-me 11,73 cêntimos o kwh.
Estará a somar o custo com o acesso às redes? Este não se soma ao consumo e em função deste, a todos os contratos sejam de mercado livre, regulado ou indexado?
Olá. Claro que tem de somar a TAR ao consumo.Só isso são mais 6,5 a somar aos 9. Fora o resto.
Acho que poderá haver mais pessoas como eu. Vemos o preço a 0,09 e pensamos que é esse o valor. Consegue explicar num vídeo ou post um exemplo prático?
Isso vai depender da fórmula que a comercializadoras aplica.
Por exemplo a Coopérnico e simplificando:
(OMIE + CGS + K) X (1 + Perdas) + TAR
CGS e K definidos pela comercializadora
A Coopérnico define um valor de perdas a 16% – outras variam este valor conforme valores transmitidos pelo SEN
Para Spot a 90€, temos:
(90 + 4 + 10) X (1 + 16%) + 62,5 =
183,14€/MWh (0,18314€/KWh)
Mas nesse caso também teremos que somar a TAR ao preço do kwh das tarifas no mercado livre, para comparar a mesma coisa, certo?
E uma tarifa de 15 cêntimos passa para 21,25.
Hélder Belo, e se as tarifas do fixo já contemplarem a TAR?
Mas nesse caso também teremos que somar a TAR ao preço do kwh das tarifas no mercado livre, para comparar a mesma coisa, certo?
@Helder Belo, a generalidade dos tarifários “fixos” incluem nos seus preços o valor das TAR, podem é não incluir os custos com o financiamento da TSE.
Por exemplo, temos a Tarifa Regulada com 0,1624 €/kWh, que incluem as TAR, ou seja, sem as TAR simples (0,0625 €/kWh), o valor é de 0,0999 €/kWh.
Temos o exemplo do tarifário da G9 Energy SmartFix (fixo), em que tem o valor em simples de 0,1475 €/kWh, que incluem as TAR, mas não inclui o financiamento da TSE (0,002893 €/kWh). Assim, neste tarifário, o custo real é de 0,1475+0,002893=0,150393 €/kWh com TAR e com TSE, e sem TAR o valor fica em 0,087893 €/kWh.