Contas-poupança | Inês de Almeida Fernandes
A taxa Euribor está constantemente nas bocas do mundo e já ouviu certamente falar dela nas notícias ou se já contratou um crédito à habitação. No entanto, é normal já ter tido dúvidas sobre o que realmente é a Euribor, como se calcula e por que razão é tão importante para o seu empréstimo. Neste artigo encontra toda a informação que precisa.
A Taxa Euribor é determinada pela média das taxas às quais um conjunto de bancos da zona euro estão dispostos a emprestar dinheiro entre si no chamado mercado interbancário. Atualmente, são 19 os bancos que integram este grupo, sendo selecionados pela Federação Bancária Europeia (EBF na sigla em inglês) com base no seu grau de estabilidade financeira. No fundo, a EBF atesta a “boa saúde” dos bancos que fazem parte deste grupo.
É também esta a entidade que todos os dias calcula o valor da Euribor. Para chegar ao valor diário da taxa excluem-se 15% das taxas mais altas entre os bancos e 15% das taxas mais baixas, sendo o resultado final arredondado a três décimas. Feitas as contas, os resultados são comunicados às 10 horas de Lisboa.
De forma geral, a Euribor costuma evoluir de acordo com a taxa de referência praticada pelo Banco Central Europeu (BCE), mas há outros fatores que podem influenciar as suas variações, como o crescimento económico ou a inflação.
Apesar de normalmente nos referirmos à Euribor como uma taxa única, trata-se, na verdade, de um conjunto de taxas com prazos diferentes que podem ser de uma semana, um mês ou de três, seis e 12 meses. As últimas três são as mais comuns.
O que tem a Euribor a ver com o crédito à habitação?
Agora que já sabe de onde vem a Euribor e como são fixados os seus valores diários, vamos a aplicações práticas. A taxa Euribor é utilizada como referência para os empréstimos bancários, o que significa que se contratar um crédito à habitação o valor da Euribor vai estar incluído no preço da sua prestação. Obviamente, se contratar uma taxa fixa estes cálculos não se aplicam e as oscilações da Euribor são irrelevantes.
A parcela referente à Euribor vai surgir na sua mensalidade integrada na chamada Taxa Anual Nominal (TAN), que nada mais é do que a soma da Euribor com o Spread. O spread é outro componente da taxa de juro e trata-se de um valor fixo definido pelo banco, e que, no fundo, é o lucro que o banco vai ganhar ao conceder o empréstimo.
Mas ao contrário do spread, a Euribor não é fixa e, portanto, sofre variações ao longo do tempo, exceto se optar por contratar uma taxa fixa. No caso dos empréstimos com taxa variável, aplicam-se os diferentes prazos da Euribor: se optar pela taxa a três meses, significa que a prestação será revista a cada três meses, considerando as oscilações da Euribor. Se escolher a taxa a seis meses, a prestação é revista semestralmente e se optar pelos 12 meses, a revisão é anual.
Durante sete anos – até 2022 – a Euribor esteve sempre abaixo de zero, o que significa que as prestações do crédito à habitação eram mais acessíveis. Contudo, em 2022 tudo mudou e, perante um cenário de crise, o BCE aumentou as taxas de referência, que por sua vez se refletiram no valor da Euribor, levando a taxa para terreno positivo pela primeira vez em sete anos.
Atualmente, e perante a incerteza económica, a maior parte das pessoas prefere indexar o seu crédito a uma Euribor a 12 meses – 37,4% de todos os empréstimos com taxa variável têm Euribor neste prazo. Ainda assim, os prazos mais curtos continuam a ser populares, sendo a Euribor a três e seis meses utilizada em 36,1% e 23,9% dos créditos, respetivamente.
Lembre-se que é importante acompanhar os valores diários da Euribor, assim como as médias mensais – que vão definir o valor da taxa para o mês seguinte -, pois só assim consegue fazer contas e perceber que prazo é mais benéfico de acordo com as características do seu crédito e do seu orçamento pessoal.
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