Balanço do mês de março de 2021
“Não há fome que não dê em fartura”. Quase que se podia aplicar o provérbio. Em Março a produção do painel foi mais do dobro de fevereiro, que foi de facto muito má.
Março de 2021 foi melhor do que março do ano passado. Não por muito, mas foi melhor. Produziu mais de 6 euros de eletricidade, que gastei na totalidade. Portanto, posso garantir que a minha fatura da luz este mês foi de facto 6 euros mais barata por causa exclusivamente do painel, fora todos os outros descontos que tenho.
Devo alertar também que pago na Endesa 17 cêntimos (com IVA) por kWh. As minhas poupanças são contabilizadas da forma mais real possível. Se estivesse a pagar 20 cêntimos por kWh – como muitos estão a pagar sem necessidade – a minha poupança seria maior.
Desperdicei ZERO para a rede este mês. Estamos 4 pessoas confinadas em casa. Obviamente, gastamos tudo o que o painel produz. Mais houvesse.
Leia também: Quanto custa um painel solar?
NOTA PERMANENTE: Como já sei que muitas pessoas vão perguntar, comprar baterias (mais 6 painéis para ser suficiente para carregar as baterias) custar-me-ia vários milhares de euros. Eu não tenho esse orçamento e demoraria décadas a recuperar o investimento. Assim, o “acordo” com a E-Redes (como se chama agora a EDP Distribuição) é consumir em tempo real o que o painel fotovoltaico produz e o que não consumir é oferecido para a E-Redes vender aos outros consumidores. Essa opção é boa para soluções “off-grid”, ou seja em locais isolados sem acesso a eletricidade da rede.
Os números de março de 2021
Tem aqui abaixo o gráfico da produção do painel ao longo dos meses mais recentes. Para quem está aqui pela primeira vez, ou recentemente, quero relembrar que o painel solar instala-se no telhado (aparafusa-se), aponta para sul e a tomada que sai do painel liga a uma tomada normal em sua casa (no meu caso é na tomada da arrecadação junto ao telhado, uma vez que moro num andar a meio do prédio).
Tem AQUI o vídeo com a instalação do meu painel.
Sempre que há sol, ele produz eletricidade. É como se fosse um frigorífico, só que em vez de gastar eletricidade, injeta eletricidade em minha casa.
A sua casa consome sempre primeiro a energia do painel. Portanto, se ele produzir o suficiente para o frigorífico e uma ou duas luzes ligadas, não vai buscar nada à “EDP”. É eletricidade de “graça”. Só tem de levar em conta o investimento.
Como pode ver, o painel produziu exatamente 38,887 kWh em fevereiro. Para ter uma noção, é o equivalente a usar um secador de cabelo de 1.000 W durante 38 horas seguidas de graça. Não é assim que funciona. É só para ter uma ideia do que representa esta produção de um painel.
Tem a seguir o gráfico que mostra os dias. Foi um mês com muitos dias bons. A minha expectativa é que abril seja ainda melhor.
As contas
O que o painel fotovoltaico de 250 W produziu em fevereiro representou 6,61 € de poupança na minha fatura da luz, se tivesse consumido tudo o que o painel produziu no mês passado. Tive um desperdício exato de zero. O meu aparelho mede tudo minuto a minuto e foi a primeira vez desde que o tenho, que me deu desperdício zero. Tenho mesmo de começar a pensar em comprar mais um painel.
Mesmo assim, como pode ver neste gráfico, o desperdício do meu painel é sempre de poucos cêntimos (7 cêntimos em fevereiro e o máximo que já tive foi de cerca de 30 cêntimos em agosto do ano passado). Está portanto muito bem dimensionado para o meu caso.
Neste momento, o meu desafio é juntar todas estas formas de poupança diferentes para deixar de pagar eletricidade durante muitos anos. Explico neste artigo como estou a planear passar a ter faturas de eletricidade quase a zero. Ainda não consegui, mas vou no bom caminho.
Se tivesse consumido tudo o que o painel produziu teria já poupado até agora 328,65 €. O retorno do investimento continua nos 8 anos. Pelo preço dos painéis hoje, já estaria pago. O meu foi barato na altura, mas caro para os dias de hoje (tudo ficou-me em 620 euros, com instalação e material extra).
No gráfico abaixo tem a produção total do painel em kWh. Não é influenciado pelo preço que pago pela eletricidade.
Este gráfico é importante porque a poupança em dinheiro é uma coisa, mas a eletricidade que ele produz é outra. Eu posso produzir mais eletricidade, mas se o preço da eletricidade baixar, a minha poupança vai ser igual ou inferior. Assim consigo comparar as duas coisas e ao mesmo tempo avalio a eficiência do painel para saber se devo acionar a garantia ou não. Se a eficiência baixar para os 80% antes de 20 anos dão-me um novo.
Até agora, os picos máximos nestes 4 anos mantêm- se iguais, logo não tenho nenhuma razão para reclamar. Estão bons. Não gasto 1 cêntimo em manutenção. Vou ao telhado duas vezes por ano passar um pano para tirar a poeira.
Compensa comprar um painel solar?
É por estas contas que acabou de ver que deve avaliar bem se precisa mesmo mais do que um painel solar. Um, pode e deve ter de certeza, diria. Dois ou mais, só os deve instalar se tiver a certeza de que tem gente ou equipamentos elétricos suficientes para gastarem a energia que vai estar a produzir em tempo real (nas horas de mais sol).
Assim, o retorno real (o chamado break even) continua pelas minhas contas perto dos 8 anos (reais).
Depois de passado esse tempo (8 anos), o painel estará pago e terei pelo menos mais 15 anos de “lucro”. Já só falta metade desse tempo, uma vez que 4 anos já passaram. Veremos se é assim. Mensalmente continuarei a fazer aqui o balanço para o ajudar a avaliar se deve ou não comprar um (ou vários) painéis solares.
Boa noite,
A endesa não paga aquilo que é “injetado” na rede ?
Obrigado
Boa noite, para quando um reportagem sobre o bairro solar?
Obrigado
A ser preparada 🙂
Peço desculpa Mas a E-REDES já efetua a leitura de 15 em 15 minutos, Para quem tem EDP BOX GPRS. E no final do mês faz o encontro de valores dos KWS gastos e Injetados na rede. Dai que o cliente só vai pagar o que consumiu. ( mas tem que estar registado na DGEG. Até ao limite de 4000kh
Bom dia, os 15 minutos seguintes a que se refere, em que o excedente produzido é utilizado, é manifestamente pouco, irrisório.
Para quando em Portugal um sistema, que promova um período de 24 horas ou maior, por exemplo 1 mês, que seria muito mais justo para o produtor e que evitava estar a fornecer energia grátis à rede, que para cúmulo, vai depois comprar.
O fornecedor de energia ( EDP ou outro qualquer, por exemplo), vende aquilo que recebe de borla, a quem produziu,(nós produtores domésticos), que comprámos os painéis, ou os estamos a pagar? … , este sim é realmente um “negócio justo”.
Para quando em Portugal, um “Sistema de Compensação de Energia Elétrica, também conhecido pelo termo em inglês net metering , utilizado noutros países, que é um procedimento no qual um consumidor de energia elétrica instala pequenos geradores na sua unidade consumidora, (por exemplo painéis solares fotovoltaicos) e a energia gerada é usada para abater o consumo de energia elétrica da unidade.
Deste modo, quando a geração for maior que o consumo, o saldo positivo de energia poderá ser utilizado para abater o consumo em outro posto tarifário ou na fatura do mês subsequente.
Por uma politica justa e verdadeiramente ecológica, que efetivamente salvaguarde os pressupostos a que se destina, gostava de ser elucidado em relação a eventuais soluções para o que descrevo acima.
Cordialmente.
Alexandre Santos ( PPA )
Obrigado.