Para quem só chegou agora ao blogue do Contas-poupança, recordo que decidi comprar no fim do ano passado um painel solar fotovoltaico de 250 W para produção caseira de eletricidade (auto-consumo imediato, sem baterias). Com isto pretendo baixar a minha fatura de eletricidade.
É um teste que estou a fazer (às minhas custas) para saber se compensa ou não investir nestes equipamentos. Há quem diga que compensa, há quem diga que não. Estou a fazer as contas.
Mês 4 – Março 2017
Finalmente, boas notícias. O sol deu a volta e já começou a produzir mais do que nos meses anteriores. O painel solar confirma que na Primavera o sol brilha mais :).
Este é o gráfico da produção de um dia ao acaso.
Como podem ver, o painel começa logo a produzir eletricidade às 7h45 e só termina depois das 18h. Aliás, se repararem bem, termina abruptamente por volta das 18h05. Cai mesmo a pique. Não é o sol que se põe num segundo, é mesmo asneira da minha parte quando o instalei. Farei um artigo (assim que tirar uma foto específica) só sobre isso para vos prevenir caso estejam a pensar instalar um em vossa casa. Erro de principiante, mesmo. Adiante. Conclusão principal: os dias são mesmo maiores, por isso o painel produz mais.
Quanto produziu em Março
Como podem ver no gráfico abaixo, só no final de Março é que baixou um pouco, com algumas nuvens e um dia de chuva. Fora isso, andou sempre à volta dos 1,5 kWh diários e essa tendência mantém-se em Abril.
Total do mês de Março
Como podem ver, no total do mês, o painel de 250 W produziu 36,091 kWh. Como sabem, nem todos foram consumidos porque tenho os equipamentos tão controlados que sempre que não estou em casa o consumo da casa é muito baixo mesmo. Alguém que deixasse os standby todos ligados consumiria a produção toda. As contas deste teste partem do pressuposto que consome toda a produção no instante em que é produzida (não tenho baterias).
Este mês demorei mais a fazer o balanço mensal porque decidi construir uma folha Excel para acompanhar sem falhas todo o processo. Os resultados são estes:
Atualizarei este ficheiro mensalmente.
Principais conclusões
De Fevereiro para Março, a poupança quase duplicou (de 4,68 € para 7,19 €).
De 11 anos de retorno para pagar os 620 euros que investi, desceu em Março para 9,6 anos. Espero que continue a baixar. Vamos ver.
Podem ver aqui os artigos anteriores (mês 1, mês 2, mês 3, a instalação).
Acompanhem aqui no Blogue e no Facebook esta pequena aventura fotovoltaica.
É uma análise completamente independente e que parte com o (meu) preconceito de que vale a pena investir num painel solar a médio prazo (7 ou 8 anos). A ver vamos se se confirma a minha ideia.
(Entretanto, ando a ver preços de baterias em segunda mão).
Boas,
Ja acompanho o seu progresso desde o inicio e decidi tambem entrar no caminho da poupanca fotovoltaica (2 paineis de 250W). Acho que os proximos 4 ou 5 meses vao ser mais elucidativos da poupanca real.
Caro Pedro, obrigado pelo seu esforço e detalhe. Acompanho desde o início e o seu trabalho foi a gota que faltava para eu dar o mesmo passo. Já tinha feito muitas contas e suposições, depois de as confirmar com as suas estatísticas, avancei.
1 painel mono 270W + microinversor + “instalo eu” = 340€
Num dia “bom” não passa dos 230W em pico, mas mesmo assim bate certo – apenas o meu retorno de investimento será menor porque gastei menos.
O seu trabalho ajudou-me e ajudará outros – continue!
Cumprimentos,
Fernando
Olá. Comprou onde a esses preços? Segunda mão?
Uma pergunta. Consomem toda a energia produzida ou não. Se não consumimos a energia vai para a rede de graça não é verdade.
Não José, a energia que não consumir é injetada na rede, e assim reduz a contagem do contador.
Digo isto, porque vejo o meu contador, (que é analógico) andar para trás.
Em contadores digitais não tenho a certeza do resultado.
Só mesmo estando atento ao contador, e verificar se reduz a contagem quando não está a consumir.
Olá. Isso só acontece em alguns analógicos.
Parece que sim Pedro.
Eu tenho o meu sistema montado há muito pouco tempo. Ainda estou a ver quais são os resultados reais.
Sim José, toda a energia que não é consumida é injetada na rede.
A principio eu ainda pensava que o facto de o contador inverter a rotação, fazia com que a contagem fosse também invertida mas parece que isso não acontece, porque os dígitos só andam em ordem crescente e nunca decrescente.
O melhor a fazer, para tirar maior partido da energia produzida, é procurar forma de colocar os aparelhos elétricos a funcionar nas horas de maior produção de energia.
Podemos colocar as máquinas a lavar por exemplo. Se não estamos em casa, podem ser utilizadas aquelas fichas com temporizador, programando-as para ligarem á hora que quisermos.
Boas, gosto muito do blog.
Se puder partilhe dados sobre o consumo do seu contador de electricidade para ver se é perceptível uma redução do consumo de electricidade da rede. Só assim é que se poderá de facto ter uma ideia da poupança conseguida.
Cumprientos.
Aderi ao sistema da EDP (2 paineis de 250W) numa perspectiva económica (redução da minha factura) e ambiental (estou ciente que tudo o que produzir a mais e não consumir será injectado na rede). A instalação dos paineis pelos técnicos é feita numa perspectiva de maior benefício para a empresa pois a orientação dos mesmos privilegia a captura da luz matinal e não do final de dia (quando o consumo interno é maior); creio que a produção dos meus cairá a pique ainda antes das 18h como o exemplo do último gráfico aqui colocado. Não tenho o sistema “redy” da EDP porque, findo o período de oferta, o valor cobrado pela EDP pelos aparelhos iria anular a minha parca poupança e aumentar significativamente o período de amortização dos paineis. Assim sendo, não tenho uma forma expedita de gerar gráficos de produção e deixo a questão se me puder ajudar neste aspecto: o que necessito (e onde adquirir) para registar a produção dos meus paineis? Muito obrigado
Olá. Eu uso este equipamento http://www.eot.pt. custa cerca de 80 euros. Avalie.
Bom dia Pedro.
Onde tem colocado o aparelho, que faz essas medições da produção dos paineis?
Obrigado.
No quadro elétrico no interior da casa.
Obrigado pela resposta.
Não seria mais lógico ficar junto ao micro inversor?
Não entendo como o sensor distingue, a energia produzida pelos paineis, da energia da rede, estando colocado junto do contador.
Cumprimentos.
Está ligado apenas ao fusível da arrecadação onde está ligado o painel. O meu medidor funciona assim. http://Www.eot.pt há outros que funcionam de forma diferente. Escolhi este porque mede de 15 em 15 segundos.
Em resposta a PEDRO ANDERSSON.
Não compre baterias porque a energia que não consome, é injetada na rede, não é desperdiçada.
Se tiver acesso ao seu contador, veja se a rotação dele inverte, quando não está a consumir a energia produzida pelo painel!
Normalmente é isso que acontece, e o contador ao inverter a rotação está a reduzir a contagem.
Se tiver um contador analógico, ( com aquela roda que está sempre em movimento quando há consumo), é mais fácil de ver.
Se o contador for digital já é mais difícil de ver, porque só notará nos dígitos que começam a reduzir muito lentamente.
Eu tenho 7 paineis de 200W e um inversor de 1500W, ( aparelho que converte a corrente CC dos paineis em CA e injeta na rede), e é uma maravilha ver o meu contador a andar para trás quando o consumo é baixo cá na casa.
Gastei cerca de 2.000€ no conjunto,( a montagem foi feita por mim), mas creio que valeu a pena o investimento.
Se eu tiver uma redução de 200€ anuais, ganho muito mais do que ter esses 2.000€ no banco, que atualmente não dá nada.
Retificação:
Não tenho a certeza, se o comportamento dos contadores digitais, é o mesmo dos analógicos.
Quem tiver digitais convém fazer uma análise visual para confirmação.
Por outro lado se quiser comprar bateria, pode ter uma reserva, para consumir á noite por exemplo, mas para isso requer mais equipamento, e não sei se compensará o investimento, visto que tanto as baterias como os equipamentos, teem preços ainda bastante elevados.
Mas vale a experiencia!