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Mudar de empresa de eletricidade pode poupar 240 euros por ano

Há cada vez mais portugueses a mudar de fornecedor de eletricidade, mas continuam a ser muito poucos face ao universo de consumidores que poderiam estar a pagar muito menos todos os meses. Um estudo recente mostra que quem muda de empresa de energia poupa, em média, 240 euros por ano. Mesmo assim, milhões de famílias continuam a pagar eletricidade a mais durante anos a fio — muitas vezes por inércia, medo ou simples falta de informação. Esta é a reportagem em vídeo do Contas-poupança desta semana.

Mudar de empresa de eletricidade pode poupar 240 euros por ano

Em Portugal existem cerca de 5,8 milhões de clientes de eletricidade no mercado livre (mais 800 mil no regulado), mas segundo a ERSE apenas cerca de 90 mil mudam de fornecedor todos os meses. Dá cerca de 1 em cada 7. E como algumas pessoas mudam mais do que uma vez por ano, isso significa que a maioria nunca muda. O resultado é simples: dinheiro desperdiçado mês após mês.

Quanto é possível poupar ao mudar de fornecedor de eletricidade

A análise de mais de 200 mil faturas feita pela Manie - uma plataforma de comparação que entrou no mercado no verão de 2024 - revela poupanças médias muito relevantes. Em muitos casos, a primeira mudança permite reduzir a fatura em cerca de 30%.

Há situações excecionais — como casas com aquecimentos ligados 24 horas por dia — em que as poupanças são muito elevadas. Mas mesmo em famílias “normais”, que pagam cerca de 100 euros por mês de eletricidade, a redução pode chegar a dezenas de euros todos os meses. Ao fim de um ano, a conta é fácil de fazer.

Porque é que tantos portugueses têm medo de mudar de empresa de luz

O principal problema não é técnico. Muitas vezes é psicológico. Muitos consumidores não percebem a fatura da eletricidade, olham apenas para o valor final a pagar e seguem em frente. Depois surge o receio: medo de cortes, de falhas no serviço, de contratos escondidos ou de ser enganado.

Convém ser claro: mudar de fornecedor não implica cortes de luz, não exige obras, não altera contadores e não afeta a qualidade da energia. A eletricidade é exatamente a mesma. O que muda é o preço.

Trocar de fornecedor de eletricidade demora dois minutos

Hoje, mudar de empresa de luz é um processo simples e rápido. Basta uma fatura recente e alguns dados básicos. Há plataformas que fazem a análise automaticamente, informam se existe uma opção mais barata e, com autorização do cliente, tratam de toda a mudança.

É o caso da Manie. Fizemos no Contas-poupança esta reportagem quando ela surgiu no mercado, no ano passado.

Passado mais de um ano, há conclusões muito relevantes que mostram que quem mudou, poupou muito dinheiro, como pode ver na reportagem desta semana.

A Manie a partir de Janeiro - para quem se inscrever - vai analisar o mercado de seis em seis meses gratuitamente para garantir que continua a pagar o preço mais baixo. O cliente não paga nada: a comissão é suportada pela empresa que ganha o novo contrato.

Versão gratuita ou automática mensal: como funcionam

Existem duas abordagens principais:

  • Troca automática gratuita, com análise periódica (semestral).
  • Versão paga, com pesquisa mensal e mudança imediata sempre que surge uma opção mais barata (o cliente confirma sempre primeiro).

Para quem não quer perder tempo nem acompanhar promoções, esta solução funciona como um “gestor” da fatura da eletricidade.

O que realmente importa analisar na fatura da eletricidade

Para perceber se está a pagar caro, há uma linha essencial na fatura: o preço da energia em euros por kWh. Regra prática:

  • Se o valor estiver acima dos 16 cêntimos por kWh, está muito provavelmente a desperdiçar dinheiro.

Mas atenção a uma armadilha frequente: a potência contratada. Muitas casas têm potência a mais para as suas necessidades. Reduzir a potência pode significar poupanças imediatas, independentemente do fornecedor escolhido. E muitas empresas baixam o valor do kWh, mas aumentam o valor diário da potência contratada.

Promoções e ofertas: uma das maiores fontes de poupança

As empresas de eletricidade competem agressivamente por novos clientes. Algumas oferecem 50 ou 60 euros só por mudar de fornecedor. Aproveitar estas campanhas pode fazer uma grande diferença.

Há quem opte por mudar sempre que surge uma nova promoção mais vantajosa. Pode ser feito manualmente ou através de serviços que tratam desse processo automaticamente. Não há fidelização obrigatória na maioria dos contratos, o que permite esta flexibilidade.

Simuladores de eletricidade: quais são os mais fiáveis

O simulador mais importante e independente em Portugal é o da ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. É a referência obrigatória.

Existem também outros simuladores úteis, como:

  • Manie
  • DECO Proteste
  • Poupaenergia
  • ComparaJá
  • Selectra

O ideal é usar mais do que um e comparar resultados. Demora poucos minutos e pode revelar poupanças que compensam largamente o tempo investido.

Proteção de dados e segurança nas mudanças de contrato

A Manie garante que os dados pessoais estão protegidos por lei, não são partilhados com terceiros e são usados apenas para celebrar novos contratos de energia. A autorização concedida é específica para esse efeito.

A “linha mágica” da fatura que quase ninguém lê

Há um detalhe fundamental que continua a ser ignorado por muitos consumidores. Todas as faturas do mercado livre são obrigadas por lei a incluir uma comparação com o mercado regulado.

Se na fatura aparecer a indicação de que pagaria menos “X euros” no mercado regulado, isso é um alerta claro:

  • Ou está na altura de mudar de empresa
  • Ou deve exigir à atual que baixe os preços

Ignorar essa informação é continuar a pagar mais sem necessidade.

Conclusão: não mudar de empresa de eletricidade sai caro

Em Portugal há cerca de 20 empresas a vender eletricidade, todas com preços, descontos e campanhas diferentes. Continuar anos a fio com o mesmo contrato, sem comparar, é uma das formas mais simples de perder dinheiro todos os meses.

Não é preciso ser especialista, nem perceber todos os detalhes técnicos. Bastam dois minutos, uma fatura recente e vontade de não continuar a pagar eletricidade a mais. O resto é inércia — e a inércia, neste caso, pode custar-lhe centenas de euros por ano.

Disponível online, livrarias e supermercados.