
A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo subiu em outubro, pela primeira vez desde dezembro de 2023, para 1,37%, de acordo com dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) esta quarta-feira.
Nos novos depósitos com prazo até um ano, a taxa de juro média passou de 1,34% em setembro para 1,37% em outubro, mais de 0,02 pontos percentuais. As aplicações com prazo máximo de um ano representaram 96% dos novos depósitos em outubro, apontou o BdP.
De recordar que foi em dezembro de 2023 que a taxa de juro média para novos depósitos atingiu o valor mais alto em 12 anos (3,08%), mas a partir de janeiro de 2024 iniciou-se um ciclo de descidas mensais. Antes da subida registada em outubro, já se contabilizavam 21 meses sucessivos de quebras.
O que fazer?
Manter dinheiro em depósitos a prazo neste momento significa perder poder de compra. Os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos à inflação em outubro, mostram que nesse mês o indicador se fixou em 2,3%.
Ora, se a inflação estava em 2,3% e os bancos pagam apenas 1,37% sobre os depósitos a prazo, o dinheiro na conta está a render menos do que aquilo que os preços sobem. Na prática, todos os meses, o valor real da poupança está a diminuir.
Que estratégias aplicar?
- Diversificar aplicações: manter apenas uma parte em depósitos a prazo, para liquidez e segurança imediata.
- Aproveitar alternativas seguras com mais rendimento: em Portugal, os Certificados de Aforro da série F continuam a pagar taxas superiores às dos depósitos bancários e são garantidos pelo Estado.
- Investimentos de médio e longo prazo: quem puder arriscar um pouco mais deve considerar fundos de investimento, ETFs ou PPR com perfil adequado ao seu risco. O objetivo é procurar retornos que superem consistentemente a inflação.
- Definir horizontes de tempo: o dinheiro de que vai precisar a curto prazo pode ficar em depósitos ou contas à ordem; o que só vai usar a médio/longo prazo deve ser colocado em produtos que realmente protejam contra a inflação.
Guardar dinheiro apenas em depósitos a prazo é, atualmente, um erro financeiro, porque os juros não acompanham a inflação. A solução não é deixar de poupar, mas escolher onde aplicar para que o esforço de poupança não se transforme numa perda.


















