Balanço de Agosto e Setembro de 2022
Olá! Peço descupa por não feito este balanço no mês passado, mas com o lançamento do meu novo livro “Contas-poupança – Como superar a inflação e ganhar com a crise” não tive tempo para fazer nenhum dos meus balanços mensais habituais. Vou tentar recuperar essas informações este mês.
Sem mais demoras, vamos ao que interessa. Como é habitual ao longo de todos estes anos, depois de Julho, a produção dos painéis solares fotovoltaicos começa a descer até janeiro do ano seguinte. Assim foi. Agosto produziu 234 kWh e em Setembro reduziu para 190 kWh. Mesmo assim é muito bom.
O retorno do meu investimento (com o reembolso do Fundo Ambiental incluído) está atualmente nos 5 anos. Continuo a ter um desperdício de cerca de 50%.
Se consumisse tudo o que eles produzem, a minha poupança na fatura de eletricidade seria de cerca de 30 euros por mês.
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NOTA PERMANENTE: Comprar baterias (com 6 painéis para ser suficiente para carregar as baterias) custar-me-ia vários milhares de euros. Tenho recebido mensagens de alguns leitores que dizem que já encontram baterias a preços muito razoáveis. Para já não me interessa porque demoraria décadas a recuperar o investimento. Assim, o “acordo” que fiz com a E-Redes (como se chama agora a EDP Distribuição) é consumir em tempo real o que o painel fotovoltaico produz e o que não consumir é oferecido para a E-Redes vender aos outros consumidores. Também já pode vender o excedente que produz. É um processo ainda bastante burocrático, mas nada de impossível.
Os números de Agosto e Setembro de 2022
Em Agosto, os 5 painéis produziram o total de 234 kWh e em Setembro 190 kWh. Tive um desperdício de cerca de 50%.
A sua casa, por uma lei da física, consome sempre primeiro a energia dos painéis (porque são a fonte de energia mais próxima). Portanto, se eles produzirem o suficiente para o que a minha casa estiver a gastar naquele segundo específico (ou conjuntos de 15 minutos se tiver net metering), não vou buscar nada à “EDP” (no meu caso Endesa). É eletricidade de “graça”. Só tem de levar em conta o investimento.
As contas
Os meus 5 painéis fotovoltaicos têm um potencial de produção imediata de 1.370 W no pico do sol.
O que produziram em Agosto representaria cerca de 36 € de poupança na minha fatura da luz, se tivesse consumido tudo o que o painel produziu e mais 29,20 € em Setembro. Metade dessa poupança potencial foi oferecida à rede. O meu aparelho (www.eot.pt) mede tudo minuto a minuto por isso consigo saber ao detalhe. Assim, sei que poupei 15 € por mês (nestes 2 meses) na minha fatura da luz (valores reais com IVA incluído).
Aproveito para informar que baixei o preço do kWh na Endesa. Desde Agosto que estou a pagar 15 cêntimos/kWh já com IVA incluído desde Agosto (estava a pagar 0,19 €). Logo, a minha poupança promovida pelos painéis é menor.
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Entre 2016 e Novembro de 2021, tive apenas um painel instalado com o qual poupei 376 € em eletricidade. O retorno do investimento (ROI – Return of Investment) estava nos 8 anos.
Portanto, a partir de Novembro de 2021, com a instalação de mais 4 painéis, “zerei” o meu investimento e estou a apresentar-vos mensalmente as minhas contas em relação ao que investi a mais e ao que estou a poupar desde esse momento (subtraindo o que já tinha amortizado do primeiro painel).
Nestes 11 meses já produzi 365 euros de eletricidade mas só aproveitei na realidade 176,87 euros, ou seja uma média de 16,08 euros de desconto “verdadeiro” na fatura. Agora, com o reembolso do fundo Ambiental efetuado, as minhas contas ficam nos 5 anos, que é menos 3 anos do que o que calculei desde o início, em 2016.
Esta é a minha situação atual, que atualizarei todos os meses.
No gráfico abaixo tem a produção total dos painéis em kWh. Não é influenciado pelo preço que pago pela eletricidade.
Este gráfico é importante porque a poupança em dinheiro é uma coisa, mas a eletricidade que ele produz é outra. Eu posso produzir mais eletricidade, mas se o preço da eletricidade baixar, a minha poupança vai ser igual ou inferior. Por outro lado, se o preço da eletricidade aumentar, a minha poupança vai ser maior. Assim consigo comparar as duas coisas e – ao mesmo tempo – avalio a eficiência do painel para saber se devo acionar a garantia ou não. Se a eficiência baixar para os 80% antes de 20 anos, posso reclamar.
Não gasto 1 cêntimo em manutenção. Vou ao telhado duas ou 3 vezes por ano passar um pano para tirar a poeira.
Compensa comprar um painel solar?
É por estas contas – que acabou de ver – que deve avaliar bem se precisa mesmo mais do que um painel solar. Um, pode e deve ter de certeza, diria. Dois ou mais, só os deve instalar se tiver a certeza de que tem gente ou equipamentos elétricos suficientes para gastarem a energia que vai estar a produzir em tempo real (nas horas de mais sol), ou então se os conseguir verdadeiramente a preço de saldo. Também tem a hipótese de vender o excedente, mas o preço tem de compensar e a e-redes tem de comunicar atempadamente e de forma rigorosa os valores à empresa que lhe está a comprar a energia. Nem sempre acontece.
O Pedro tem é de avançar para a venda da produção em excesso, é a a melhor bateria que pode ter, vende a um preço por kWh superior ao que compra a sua eletricidade (enquanto o mercado estiver desiquilibrado devido ao preço do gás). Neste momento o valor mensal que vendo é superior ao que uso para comprar eletricidade (claro que no outono e no inverno já não será assim).
A quem vende caro Carlos pereira. Eu vendo à Luzboa, mas ainda não recebi nenhuma vez pois é recente o contrato e só pagam trimestralmente. Preço indexado ao mercado MIBEL
Olá
Gostava de saber se a eredes na sua área de cliente lhe fez o recalculo do saldo da energia (netmetring)?com retroativos…
Um bem haja pelas suas dicas.
Boa Tarde
Como registar os meu painéis na DGEG, já entrei pá plataforma e não consigo.
Alguém pode ajudar-me.
Obrigado
A venda do excedente é um processo simples. Tem que celebrar o contrato e assinar um documento com reconhecimento notarial que permite que a empresa que compra a energia possa operar no mercado em seu nome.
Depois é abrir atividade nas Finanças, que pode ser feito por telefone em frente ao computador facilmente. A empresa faz auto faturação, só temos que submeter o SAFT nas Finanças quando o recebemos. Só isto. E com esta medida retira quase o dobro do rendimento, independentemente do número de painéis. Na minha casa tenho um sistema sobredimensionado para cobrir os picos de consumo e consigo praticamente com o excesso compensar o que consumo a noite. A energia fica quase de borla!
Bom dia, para efetuar a venda realmente é necessário abrir atividade nas Finanças e pode fazê-lo através do portal das Finanças e escolher o código 35133 do CAE. Caso o montante da venda do excedente de produção seja inferior a 12500 euros anuais, está isento de IVA e existe dispensa de retenção na fonte de IRS. O mesmo sucedo para quem já tem atividade aberta e no ano anterior não faturou mais do que 12500 euros.
Existe uma dúvida, pelo menos da minha parte, mesmo não sendo particularmente a minha situação e neste período em que a economia do país não está muito estável, o facto de ter atividade aberta nas Finanças poderá perder o fundo de emprego caso a sua empresa cesse atividade? Convém estarmos informados dos prós e contras para não haver pessoas apanhadas desprevenidas.
Não é o meu caso apesar de ter o meu sistema com dimensão muito superior porque o meu excedente é usado para aquecer a água dos banhos.
Boas poupanças a todos.
Eu tenho 10 painéis solares instalados 1500Wp todo o dia, toda a geração vai para os consumos e resto vai para o grande banco de baterias LifePo4 de 640Ah.
Nem vendo energia elétrica à E-REDES por isso para mim a energia elétrica é de borla 24h por dia
Bom dia.
A pouco tempo mudei pará uma casa que tem 6 painéis solares e 3 baterias. Mesmo assim estou a pagar a volta de 70€. Como tem pouco conhecimento nesta área, gostaria de saber mais informações.
Obrigado Sérgio
Boa tarde, essa conta não será normal, cá em casa somos 4 e não tenho baterias. A minha conta da luz situa-se entre 45 e os 60. E tenho placa de indução, 3 frigoríficos, etc…
Só tenho gás em caso de emergência.
Eu aconselho em primeiro lugar colocar um medidor de consumo, eu uso Shelly EM, muito bom mesmo, para verificar o consumo real da casa. O meu varia entre os 8 e os 10 kWh diários para ficar com uma ideia. Painéis 2200w.
Depois para ter uma ajuda melhor tem que especificar melhor o seu equipamento, inversor, baterias, potência dos painéis. Pode ser que seja apenas setup do seu sistema.
Depois de ter uma ideia do seu consumo, se for o caso mandar averiguar o seu contador.
Depois
A componente de poupança por porduzir e não ir buscar à rede, dúvidas acho que ninguém tem e é uma boa poupança. Mas a componente de cálculo por parte da eredes da segunda componente de poupança, o NetMetering, tem lhe sido bem calculado? Consegue ver no balcão virtual da eredes? Foi lhe recalculado nos últimos tempos esse valor sem lhe dizerem ou explicarem? Esse a meu ver tem sido o problema do autoconsumo em Portugal, a intervenção da eredes no processo nem é certo nem é transparente e devia ser alvo de uma reportagem a sério. De resto sem dúvida a poupança existe e cada vez se irá notar mais, então quando começarmos todos a pagar o mecanismo inventado e dito aos 7 ventos que o consumidor português não ia sentir o aumento da electricidade (mibel). Boa sorte para nós todos com a tal inflação de 10% mas eu devo ter azar que em tudo o que mais consumo subiu muito mais que isso. Carne, legumes, frutas, pellets, energia já aí vem, peixe, Euribor que vai dar a machadada final em 2023. Boa sorte malta.
Bom dia senhor Pedro Anderson e a todos vocês eu gostaria de fazer uma pergunta onde posso encontrar os painéis solares ao melhor preço e outra pergunta ainda funciona como quando você comprou obrigado abraço
Alguem me pode informar se já está aberto novas candidaturas a comparticipação do fundo Ambiental?
Também estou interessado em saber.