Preço da eletricidade sobe a 1 de julho para famílias no mercado regulado
As tarifas da eletricidade vão subir a partir de 1 de julho para os clientes domésticos em mercado regulado, refletindo a subida dos preços da energia nos mercados grossistas, anunciou ontem a ERSE.
De acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), “o impacte estimado da atualização da tarifa de energia para os consumidores do mercado regulado é de 3%, em relação aos preços em vigor, no total da fatura de eletricidade (com IVA)”, o que se traduz num aumento de cerca de 1,05 euros na fatura média de um casal sem filhos (com potência contratada de 3,45 kVA) e de 2,86 euros para o consumo de um casal com dois filhos (potência de 6,9 kVA).
Recordo que em janeiro houve uma redução de -0,6% nos tarifários regulados. Agora aumenta 3%. Pela minhas contas (a olho) o kWh deverá ultrapassar os 15 cêntimos a partir de julho. Faça bem as contas se ainda está na SU-Serviço Universal (antiga EDP “normal”).
Esta revisão das tarifas tem como objetivo adequar a tarifa de energia aplicada aos clientes do mercado regulado à evolução dos preços dos mercados grossistas, que tem vindo a subir, evitando “desvio a recuperar em anos subsequentes”.
Posso confirmar essa subida porque nos tarifários indexados ao OMIE (mercado ibérico de eletricidade) o valor está de facto muito mais alto do que no regulado. Com esta subida já vai ficar mais ou menos igual.
Este mecanismo foi aplicado pela primeira vez em 2020, no sentido oposto, de descida das tarifas.
Para o ano em curso, a previsão do custo de aquisição do CUR (comercializador de último recurso) considerada para a fixação da tarifa de energia aprovada pela ERSE foi de 49,52 euros/MWh, mas, face à subida dos preços nos mercados grossistas, refletindo os preços mais altos no MIBEL, fruto da elevada cotação das licenças de dióxido de carbono (CO2), as estimativas recentes apontam para um acréscimo de 25%.
Neste contexto, o regulador atualiza a tarifa de energia – uma das componentes da fatura elétrica – com um aumento de cinco euros/MWh.
A nova tarifa de energia produz efeitos a partir de 1 de julho de 2021 e abrange os consumidores no mercado regulado, que correspondem a cerca de 5% do consumo total e de 954 mil clientes, em fevereiro de 2021, uma vez que a maioria já tem um comercializador de mercado livre.
Em comunicado, a ERSE refere que “esta alteração não condiciona o mercado livre a repercutir a mesma atualização de preços”, realçando que “mesmo após a revisão em alta das condições de preço para novos contratos de fornecimento de eletricidade, já ocorridas em muitos comercializadores desde o início do ano subsistem várias ofertas melhor posicionadas que o mercado regulado”.
Assim, a ERSE aconselha os consumidores que ainda estejam no mercado regulado, a procurarem potenciais poupanças na fatura de eletricidade junto dos comercializadores em mercado livre.
Tem vários simuladores na internet que o ajudam a fazer a melhor escolha, mas aconselho sempre que o melhor “simulador” é comparar o valor do kWh que está na sua fatura com o valor do kWh da empresa para onde pensa mudar. Não é preciso mais nada do que isso. E assim não falha. É como eu faço e não me queixo. Já poupei centenas de euros por fazer isto. Não tenha medo de mudar.
Mudo ou não mudo?
Dá trabalho, mas veja os preçários de 5 ou 6 empresas (mesmo que não as conheça muito bem) e compare o preço do kWh.
Também deveria comparar o preço da potência contratada, mas a diferença é tão minúscula que, nesta fase, nem me procuparia muito com isso. Se for mais baixo do que o que tem na fatura, mude.
E daqui a 3 meses, se encontrar outra ainda mais barata do que esta “nova” mude outra vez. E se daqui a 6 meses, encontrar outra ainda mais barata, mude outra vez…
Dá trabalho? Eu resolvo sempre isso com um telefonema. Dou o meu CPE e eles fazem o resto. Só isso. É assim tão difícil poupar? Eu acho que não.
Atualmente qual é a sua eletricidade contratada?
Clique no final do artigo , na parte escrita a vermelho.
Boa tarde.
Pertenço ao mercado livre, como consumidor de eletricidade.
Fiz o contrato esta semana passada.
A minha pergunta é esta: eles podem aumentar os meus valores a partir de julho ou agosto?
Obrigado
Att
Francisco
Sim, podem. Conheço precisamente uma pessoa que saiu de um tarifário indexado em Abril à procura de preços mais baixos, mas um mês depois, ao receber a 1ª fatura da nova comercializadora de tarifa fixa, veio um aviso a dizer que daí a 30 dias iria passar a ter novo preçário, que fruto da evolução dos preços de mercado era muitíssimo superior ao que tinha contratado.