De 6 em 6 meses poupo (ainda mais) na fatura do gás
Dou esta dica de 6 em 6 meses. E é das dicas de poupança mais básicas e fáceis de aplicar que há.
Ontem recebi a conta do gás e achei muito estranho pagar 45 euros. É 10 euros acima do que costumo pagar. Temos hábitos muito regulares, por isso quando a fatura se altera é porque qualquer coisa está mal. Nesta fase da pandemia, fazemos mais refeições em casa, mas isso não justifica uma alteração de mais de 10 euros de consumo de gás.
Quando isto acontece ou há acertos ou de facto consumimos mais. Em 30 segundos percebi o que se passava. Bastou-me ligar a água quente e ir espreitar o esquentador. Estava a 48 graus. Um exagero absoluto. Até calhou bem porque costumo fazer isto todas as primaveras e estava a esquecer-me.
Sigo sempre esta dica quando chega a Primavera e volto a fazer o contrário quando chega o Outono. Também se aplica a quem usa garrafas (botijas) de gás.
Com a chegada dos dias mais quentes deixa de ser necessário (com todo o conforto) ter a temperatura da água tão quente no esquentador ou na caldeira. Para quê gastar m3 de gás (ou eletricidade) para ter água a ferver se depois tem de misturar água fria?
Baixe a temperatura do esquentador
Como aprendi esta dica? Em 2016, tive de chamar um técnico a casa para fazer uma inspeção à canalização do gás. O homem, muito simpático, chegou ao pé do esquentador e disparou: “Sabe que está a gastar uma brutalidade de gás sem necessidade, não sabe?”.
Podem não ter sido estas as palavras (a parte técnica passou-me ao lado), mas foi o que eu percebi. Afinal, com tanta dica de poupança que partilho, como é que estou a desperdiçar gás todos os dias?
Simples. Nós raramente abrimos a porta do esquentador e olhamos para ele. Ligamos a água quente e esperamos que saia água quente da torneira, certo?
Só vamos verificar o esquentador quando a água sai fria, pelo menos é assim comigo. Ora o meu esquentador, sabe-se lá porquê, estava a debitar água naquela altura a 54 graus.
A consequência natural de tão alta temperatura é que, no duche ou no banho da família toda, com água demasiado quente é preciso misturar água fria. E para quê?
Na prática, para exemplificar, é como se estivesse a gastar 2 pinheiros para fazer uma fogueira para assar uma sardinha. Estou a gastar todos os dias gás a mais para aquecer a água a 54 graus quando o corpo humano considera confortável a água a 38 ou 40 graus ou no Verão até (muito) menos. Depende dos gostos de cada um.
Reduza 4 ou 5 graus
Basta baixar a potência do esquentador para 42 ou 43 graus (a água arrefece a caminho do chuveiro) para não ser preciso estar a gastar tanto gás para depois simplesmente a arrefecer juntando água fria. Um desperdício de que não me tinha apercebido. Hoje coloquei a 39 graus. E chega perfeitamente.
Depois deste episódio, li que há uma indicação de que por cada grau que baixarmos o esquentador o consumo de gás pode baixar 7% (há um limite de temperatura em que essa conta deixa de ser proporcional, como é evidente).
Portanto, aprendi a lição. Pelo menos a cada Primavera, ou a cada semestre vou colocar um alerta no telemóvel para verificar se a temperatura a que sai a água do esquentador está em limites razoáveis. E já agora encurte o tempo do duche. Tenho um aparelho que, quando atinge os 35 litros, apita tipo alarme (raramente paro o duche por causa disso, mas acho piada).
Não descansei enquanto não fiz as minhas contas
Coloquei o meu esquentador no máximo (60º C) e sentei-me em frente ao contador do gás. Em 10 minutos, gastou 0,27 m3 de gás.
Logo a seguir, baixei a temperatura da água para 42ºC e meti os miúdos no banho. Nos mesmos 10 minutos, o contador registou um consumo de apenas 0,15 m3 de gás.
O mesmo banho, metade do custo
Conclusão, para o mesmo banho/duche de 10 minutos com água a correr é possível baixar os custos da fatura do gás para quase metade.
Um banho por dia, com 4 cá em casa, a 60º C gastaria 32,40 m3 de gás. Baixando a temperatura para os tais 42º C o consumo desce para 18 m3.
Com o mesmo conforto e sem mudar em nada os nossos hábitos. Não estava à espera que, no meu caso, a diferença fosse tão grande. Faça o teste e veja se está a desperdiçar gás sem necessidade.
Deixo-lhe também a nota (porque surge sempre que (re)publico este artigo) de que quem tem caldeira ou termoacumuladores de grande capacidade deve ter em atenção que abaixo de 60% e se a água ficar parada muito tempo pode surgir um ambiente propício ao surgimento de bactérias. Informe-se junto do seu instalador. No caso dos esquentadores essa questão não se põe.
Boa tarde
Também utilizo essa técnica aqui em casa, mas a minha preocupação agora é na quantidade de água que sai da torneira até chegar a água quente. Nesse sentido gostaria de perguntar se tem conhecimento de algum “aparelho / técnica” para não desperdiçar a água fria até que a água quente chegue à torneira. Atualmente ponho um garrafão para aproveitar essa água, com a qual rego as flores. Mas no inverno não é preciso essa água para regar as mesmas. Esta é uma técnica pouco funcional mas útil. Sei que com obras em casa é fácil de implementar um sistema de circulação da água e quando se abre a torneira a água já está quente, mas sem ter de fazer obras não tenho conhecimento de nenhum sistema.
Muito obrigado por todas as sugestões e dicas,
Com os melhores cumprimentos,
Vítor Viegas
Boa tarde Pedro,
Quando no último parágrafo do seu artigo diz “(…) quem tem caldeira ou termoacumuladores de grande capacidade deve ter em atenção que abaixo de 60% e se a água ficar parada muito tempo (…)” no fundo quer dizer 60º Celsius, certo?
Obrigado.
Marco
Sim, claro. Erro de teclado 🙂