[Introdução – Pedro Andersson]
Olá! Sou o Pedro Andersson, jornalista especializado em finanças pessoais, e este é o Vamos a Contas, um episódio bónus, especial e semanal, do podcast Contas-poupança. Respondo às vossas perguntas em áudio que enviaram para o número do WhatsApp 92 775 37 37. A sua pergunta é muito importante! Vamos à dúvida desta semana.
[Isabel, ouvinte do podcast]
Olá, Pedro. O meu nome é Isabel. Estou a fazer este áudio com base no podcast que lançou no dia 2 de julho, onde uma menina pede ajuda para saber qual será a melhor abordagem para amortizar o crédito de habitação, se a nível monetário ou redução dos anos de empréstimo.
Achei muito interessante porque diz que os bancos não gostam, ou que não aceitam, reduzir os anos de empréstimo, que não acham muita piada, e o Pedro no podcast menciona que pede aos ouvintes que caso alguém saiba de casos em que possa amortizar os anos, tirar os anos ao crédito, para avisarmos. E por isso é que estou a fazer este áudio, para informar da minha situação em que, de facto, consegui reduzir os anos de empréstimo.
Posso dizer que tirei 15 anos de dívida ao meu crédito à habitação, sendo que contando de 2024, ainda teria 35 anos de dívida. Ou seja, só iria pagar a minha casa aos 69 anos e isso assustou-me. Por isso decidi agir e pedi uma renegociação ao banco e eles não me criaram qualquer entrave. Nem tive de aderir a nenhum produto, nem aumentar spread, pelo contrário, também pedi a renegociação do spread porque o meu estava a 1,15%.
Para me explicar melhor, a forma como conseguir renegociar foi a seguinte: tirei 15 anos de dívida e renegociei o spread, mas a condição foi fixar a taxa durante os primeiros cinco anos com 2,9% de spread. Depois, passados os cinco anos, volto a ter taxa variável a 12 meses, mas o meu spread passa para 0,85%.
Portanto, neste momento estou a pagar um pouco mais, cerca de 80 euros a mais do que estava a pagar, mas é muito mais capital do que juros e isso para mim é fantástico. E só o facto de ver que já vou estar a pagar a minha casa só aos 69 anos, mas sim aos 51, é uma diferença muito grande. Queria, então, só dizer que foi possível fazer essa renegociação no meu caso e foi com a Caixa Geral de Depósitos. Obrigada!
[Pedro Andersson]
Olá! Muito obrigado por se ter dado ao trabalho de me responder. De facto, perguntei sobre isso nesse episódio, relativamente à pergunta da Bruna. A Bruna queria saber qual era a melhor forma de amortizar antecipadamente o crédito à habitação, se na prestação, se no prazo.
Nesse episódio, respondi-lhe que reduzir o prazo era muito difícil ou quase impossível, porque foi essa a experiência pessoal que tive, embora já tenha sido há vários anos. Na altura, para ser possível fazer isso, pediam-me uma nova escritura e aumentavam-me o spread. Foi essa memória que ficou da minha tentativa e daí a minha resposta.
Mas, em todo o caso, nesse episódio pedi que se alguém soubesse de algum caso em que fosse, ou tivesse sido, possível, que partilhassem a experiência e explicassem como conseguiram fazer. E é absolutamente extraordinário que comecei a receber dezenas de mensagens vossas.
Muitos de vocês conseguiram fazer isso, ou seja, em vez de amortizar na prestação, baixaram o prazo. Muito obrigado por partilharem as vossas experiências, é muito importante e estamos sempre a aprender uns com os outros. Assim sendo, este episódio é a atualização da resposta à pergunta da Bruna.
Face aos factos, é possível. Reparem, isto pode fazer uma diferença gigantesca na vossa vida financeira. Este episódio será um episódio marcante na história do Contas-poupança e talvez venha a ser até na minha própria vida pessoal, porque quer dizer que é relativamente fácil eu, quando faço uma amortização do meu crédito à habitação, conseguir pagar a minha casa mais cedo.
A poupança em juros, em comissões, em produtos, acessórios, pode ser gigantesca. Podemos estar aqui a falar de uma poupança de dezenas de milhares de euros que vocês não vão sentir já na vossa conta, mas que vão sentir lá mais à frente. É dinheiro que vai ficar no vosso bolso 10 anos mais cedo, 15 anos mais cedo e que não vai parar aos bolsos dos bancos. Isto é extraordinário.
Portanto, qual é o meu conselho neste episódio? E atenção, esta mensagem que vocês ouviram é multiplicada por dezenas, só publiquei esta por considerar que é representativa, mas podia ter publicado mais dez. Quero dizer-vos que a amostra é representativa, ou seja, são vários bancos em que isto é possível. Das várias mensagens que recebi, as pessoas mencionaram bancos diferentes, portanto, experimente no seu.
Vai ao banco, diz que quer amortizar X no seu crédito à habitação, mas que quer saber se é possível amortizar no prazo em vez de na prestação. Se sim, então qual é o procedimento para o fazer? Pelo que entendi das mensagens que recebi, há dois tipos de resposta.
Há pessoas que fizeram o mesmo que eu tentei fazer, ou seja, dizem que querem fazer isso e que lhes dizem que não é bem uma nova escritura, como disseram a mim na altura, mas temos de fazer um aditamento ao contrato. Atenção, não há nada que diga na lei que o banco é obrigado a aceitar isto.
Há aqui um pedido e depois há uma negociação. O que aconteceu em alguns casos é que teve de ir, como se diz na gíria dos bancos, teve de ir a riscos, ou seja, o pedido tem de ir a um departamento especial superior lá dentro do banco em que alguém tem de analisar a situação caso a caso.
Segunda situação, há pessoas para quem foi muito mais simples do que isto, e é isso que muito provavelmente vocês vão tentar depois de ouvirem a resposta do banco, que não é pedir para amortizar no prazo.
O procedimento que mais me descreveram foi fazer a amortização, simples, como se deve fazer, e depois, a seguir, pedir a redução do prazo do crédito à habitação. Ou seja, não é num movimento, mas em dois movimentos, um a seguir ao outro.
Primeiro amortiza e em segundo lugar, só depois disso e imediatamente, é que vai pedir a redução do prazo e, estando já previsto, isso é feito automaticamente, com base no valor de dívida após a amortização. E dizem-me que isto é o mais simples.
Há pessoas que fizeram através da aplicação da app do banco, em contacto com o gestor de conta, super simples, e recebi também mensagens de pessoas que disseram que foi muito mais difícil e que demoraram para aí três meses com e-mails para frente e para trás com o gestor de conta e com o banco.
Portanto, meus amigos, este episódio pode valer-vos dezenas de milhares de euros de poupança. Não ignorem este episódio. Partilhem-no com pessoas que têm crédito à habitação e que estão a pensar amortizar. Há pessoas que me disseram que fizeram isto amortizando 20 mil, 30 mil, 40 mil euros, 60 mil euros. E houve pessoas também que me disseram que fizeram uma amortização irrisória para ter acesso a este procedimento de redução do prazo.
Imagino que é chegar ao banco e dizer assim, caros senhores, quero saber se é possível fazer o seguinte: amortizar o valor X e a seguir reduzir o prazo. Questione se há algum valor mínimo de amortização para fazer isso. Se não, então faça simulações para saber qual vai ser a prestação que vai ficar a pagar logo a seguir à amortização.
Porque o ideal seria subir ao máximo a prestação, que é suportável para mim, porque sempre que fizer isto vou aumentar a percentagem, ou mesmo que não seja a percentagem, vou aumentar o valor líquido da amortização mensal, ou seja, vou pagar a minha casa muito mais cedo e por isso vou pagar muito menos juros no total.
Isto é brutal. Vejam isto com a máxima urgência. Graças a vocês, neste momento em que estou a gravar o episódio, já enviei um e-mail à minha gestora de conta na Caixa Geral de Depósitos a pedir as duas simulações.
Ou seja, quero reduzir o prazo em 15 anos do meu crédito de habitação porque, como sabem se ouvem os episódios já há algum tempo, vou acabar de pagar o meu crédito aos 82 anos se não fizer nada. Então a minha estratégia tem sido amortizar, amortizar, amortizar para pagar a última prestação muito mais cedo, já que pensava que não podia reduzir no prazo.
Mas agora com esta informação que vocês me deram, partilharam comigo, e obrigado, vou pedir para me calcularem a prestação que vou pagar reduzindo em 15 anos. Ou então quantos anos reduz se passar para uma prestação de um determinado valor que para mim é confortável e que mencionei nesse e-mail.
Neste momento estou a aguardar a resposta. Enfim, tenho de dar tempo para ela me responder, mas assim que tiver uma resposta da minha gestora de conta que, devo dizer, é extremamente competente, dou-vos conta dos meus desenvolvimentos para partilhar a minha experiência, neste caso com a Caixa Geral de Depósitos.
Muito obrigado por me terem acompanhado em mais uma boleia financeira. É um prazer saber que estão aí desse lado.
Estas conversas geram dinheiro, meus amigos. Geram poupança, ajudam a criar riqueza. Falando de investimentos, de poupanças, a nossa vida pode ser muito mais simples se levarmos a sério o dinheiro. E não é assim uma coisa tão chata e tão complicada. Dá trabalho, isso é certo, mas sem trabalho também nada se consegue.
Boas poupanças!
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