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PodTEXT | A minha mãe tem 80 anos. Onde pomos o dinheiro dela?

A mãe da Fátima tem 80 anos e um dos PPR dela vai acabar. Surgiu a dúvida: o que fazer ao dinheiro quando a pessoa já tem 80 anos? Foi esta a pergunta que serviu de ponto de partida para este episódio do Contas-poupança – Vamos a contas.

PodTEXT | A minha mãe tem 80 anos. Onde pomos o dinheiro dela?

[Introdução - Pedro Andersson]

Olá! Sou o Pedro Andersson, jornalista especializado em finanças pessoais, e este é o Vamos a Contas, um episódio bónus, especial e semanal, do podcast Contas-poupança. Respondo às vossas perguntas em áudio que enviaram para o número do WhatsApp 92 775 37 37. A sua pergunta é muito importante! Vamos à dúvida desta semana.

[Fátima, ouvinte do podcast]

Bom dia, Pedro. O meu nome é Fátima e sou daquelas pessoas que também começou a aplicar o meu dinheiro de uma forma mais consciente e inteligente ouvindo os seus podcasts. Hoje, no entanto, aquilo que me traz aqui é em relação à minha mãe.

A minha mãe tem 80 anos e um dos seus PPRs vai terminar agora muito em breve. Gostava de saber onde podemos aplicar este dinheiro da melhor forma, sabendo que, a partir dos 80 anos, poderão sempre surgir emergências. Portanto, gostaríamos que o dinheiro pudesse estar disponível sem grandes complicações. Obrigada!

[Pedro Andersson]

Olá, Fátima, muito obrigado pela sua pergunta. Faz muito bem em perguntar. Com o dinheiro não se brinca, sobretudo com estas idades em que qualquer erro pode ser muito grave, pode ter consequências complicadas e por isso vou dar-lhe algumas indicações para pensar no assunto. Não são regras nem coisa que se pareça.

Com 80 anos a nossa preocupação não é ganhar dinheiro, não é ter grandes rentabilidades, não é preparar o nosso futuro, é proteger o nosso presente. O que quer dizer que, com 80 anos, a preocupação da sua mãe e a preocupação dos filhos deve ser proteger o património dela.

Este é o ponto principal e quer dizer, de uma forma muito simples, que não vão colocar o dinheiro dela em nenhum produto que tenha oscilações. É tudo com capital garantido. Obviamente não sei de que valor estamos a falar. Se estivermos a falar de um património bastante elevado, então uma pequena parte dele pode manter-se em produtos que possam ter rentabilidade que lhe permita fazer até subir o património, mas acho que não será o caso.

A primeira opção, que não sei se alguém lhe falou sobre isto, é que os PPR são sempre transferíveis para outra instituição. Ou seja, se encontrar um PPR, um seguro PPR, com capital garantido, que tenha um rendimento de 2%, 2,5%, 3%, que, se procurar vai encontrar, pode ser uma boa opção antes de acabar esse PPR.

Portanto, vai à outra instituição e pede para transferir. Eles é que tratam disso. A nova instituição é que trata do procedimento de transferência. Assim continua a ter um seguro PPR, com um rendimento que seja favorável, e protege o dinheiro da sua mãe. Esta é a opção menos falada.

Qual é a vantagem de fazer isto? É que mantém a antiguidade, ou seja, sempre que tirar dinheiro – porque não precisa de resgatar tudo –, tira o que precisa e o resto continua a render. Como mantém a antiguidade e já passaram mais de oito anos, só vai pagar 8% sobre os lucros que tiver, o que é uma enorme vantagem.

Porque se resgatar tudo, o dinheiro volta para a conta à ordem e se o puser num depósito a prazo ou em certificados de aforro, sempre que resgatar vai pagar 28% sobre os lucros que tiver durante o período em que o dinheiro lá esteve. Portanto, diria que há uma enorme vantagem em manter o dinheiro da sua mãe num PPR.

Se tiver vários PPR e se verificar que este novo até é melhor do que aqueles que ela tem, também pode transferir todos para esse que quer ou que escolheram, tendo a certeza de que há uma proposta melhor do que aquela que ela tem. Podem andar sempre a mudar os PPRs de um sítio para o outro sempre que encontrarem melhor. sem nunca resgatar.

E atenção a este detalhe que vou repetir, porque há um mito em Portugal em relação aos PPRs que é quando chega a idade da reforma, ou chega a um determinado momento, têm de levantá-lo todo. Não! Isso é estar a cortar a árvore pela raiz. Enquanto estiver a dar frutos, aproveite.

Se eventualmente não optarem por isso, então aí sim, novamente, depósitos a prazo que tenham rendimento superior a 2% ao ano ou então certificados de aforro que, neste momento, também estão a render 2% ao ano mais os prémios de permanência.

Tendo ela 80 anos devem pensar na forma desse dinheiro estar sempre à mão. No caso dos certificados de aforro, só pode ter um titular, o que quer dizer que só ela é que vai poder levantar o dinheiro. Se for num produto em que podem tratar das coisas de forma digital, tipo homebanking, pode ser mais simples para os filhos movimentarem, contando que a senhora esteja de acordo.

Em resumo, não arrisque nada a menos que seja uma pequenina parte e saibam o que estão a fazer. No caso de alguém com 80 anos, o importante é proteger o património e deixá-lo o mais mobilizável possível, para que tenha sempre liquidez. 

Não ponham em depósitos a prazo, por exemplo, em que só pode levantar passado um ano, ou passado dois, ou passado três. Mesmo que tenha penalização dos juros, garantam que está num sítio em que podem levantar esse dinheiro amanhã se for preciso para uma emergência, para uma operação, para comprar uma determinada coisa que ela precise. Esses são os critérios que acho que são os mais importantes nesta fase da vida.

Espero ter respondido à sua pergunta e sempre que tiverem mais questões é só enviarem em áudio para o número do WhatsApp do Contas-poupança que é o 92 775 37 37. Muito obrigado.

Boas poupanças!

Aprenda a gerir melhor o seu dinheiro

Nesta fase da vida, a prioridade já não é rentabilizar ao máximo, mas proteger o capital, garantir liquidez e dormir descansado.

Neste episódio vai ficar a saber:

  • porque é que o risco deve ser praticamente zero
  • quais são as opções mais simples e seguras para aplicar esse dinheiro
  • porque é que produtos “sofisticados” podem ser um erro grave nesta idade
  • e qual é a pergunta certa a fazer antes de tomar qualquer decisão financeira.

Um episódio essencial para quem gere o dinheiro dos pais ou dos avós — e para quem quer perceber como o tempo muda completamente as regras do jogo quando se fala de poupança e investimento.

Já sabe que às quartas-feiras respondo às vossas perguntas. Saber é poder (nas finanças pessoais também). Disponível nas principais plataformas de podcasts:

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Para além do episódio principal às segundas-feiras, às quartas-feiras respondo às vossas perguntas em áudio.  

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Aproveite a minha boleia financeira (gravo em áudio uma “conversa” no carro enquanto faço as minhas viagens e faço de conta que você vai ali ao meu lado) e veja como pode aumentar-se a si próprio. São uma espécie de programas de rádio para escutar enquanto faz outras coisas. Subscreva o podcast na plataforma em que estiver a ouvir para ser avisado sempre que houver um episódio novo. Não estranhe ouvir o motor do carro, buzinadelas e o pisca-pisca. Faz parte da viagem.

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