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A eletricidade vai aumentar este mês por causa do apagão?

Se tiver um tarifário indexado, provavelmente sim, mas se tiver um tarifário fixo, o apagão não terá qualquer influência na fatura de eletricidade deste mês.

A eletricidade vai aumentar este mês por causa do apagão?

Tarifários Indexados de eletricidade: o impacto vai ser temporário 

Os consumidores com contratos de eletricidade indexados em Portugal devem ter este mês um aumento temporário nos custos da fatura, decorrente do recente apagão elétrico que afetou a Península Ibérica. A falha na rede elétrica espanhola, ocorrida a 28 de abril, levou à suspensão das importações de energia de Espanha, resultando em preços mais elevados no mercado português.

Como pode ver no print screen abaixo, a eletricidade indexada em Portugal está a mais do dobro do preço em Espanha. 

Isto deve-se ao facto de - desde o apagão - termos deixado de importar eletricidade de Espanha e estamos a viver só da nossa. Isso está a sair-nos mais caro porque comprar eletricidade a Espanha é muito mais barato do que produzi-la cá.

Reparem neste gráfico na diferença de preços da eletricidade durante estes dias entre Portugal e Espanha.

Aumento Temporário nos Preços

Durante a interrupção das importações, Portugal viu-se obrigado a recorrer a fontes internas de energia, frequentemente mais dispendiosas. Consequentemente, os preços no mercado grossista dispararam. Por exemplo, a 5 de maio, o preço médio do megawatt-hora (MWh) em Portugal atingiu 43,94 euros, enquanto em Espanha se situava nos 10,89 euros.

Este aumento vai refletir-se nas faturas dos consumidores com tarifários indexados. Estima-se que, para clientes residenciais, o impacto possa ser de aproximadamente 8,4% no valor final da fatura.

Retoma Parcial das Importações

A partir de hoje, 8 de maio, a REN (Redes Energéticas Nacionais) retomou parcialmente as importações de eletricidade de Espanha, com uma capacidade limitada a 1.000 MW, cerca de um terço do habitual. Esta medida estará em vigor até 12 de maio, permitindo uma gradual normalização dos preços.

Com a retoma das importações, espera-se uma redução nos preços da eletricidade no mercado português. Por exemplo, para o hoje, o preço médio do MWh em Portugal é de 41,86 euros, enquanto em Espanha é de 16,76 euros.

Vale a pena continuar no indexado?

Como vos expliquei neste artigo [AQUI], neste momento os preços de eletricidade mais baratos estão no indexado. A poupança pode ser significativa.

Apesar do aumento temporário nos preços, os tarifários indexados devem continuar a ser competitivos nos próximos meses. Em abril, o preço final do kWh para contratos indexados foi de 10,5 cêntimos, significativamente abaixo dos tarifários fixos mais baratos (o regulado está em 16 cêntimos).

Os consumidores devem manter-se atentos às flutuações do mercado e considerar renegociar os seus contratos ou mudar de fornecedor, se necessário. Utilizar simuladores de preços, como o disponibilizado pela ERSE, pode ser uma ferramenta útil para identificar as opções mais vantajosas.

O que vai acontecer?

O apagão de abril teve um impacto temporário nos preços da eletricidade para os consumidores com tarifários indexados em Portugal. No entanto, com a retoma parcial das importações de Espanha, prevê-se uma estabilização e eventual redução dos preços nos próximos dias. Manter-se informado e proativo na gestão do contrato de eletricidade continua a ser essencial para otimizar os custos energéticos.

Num consumo mensal de 300 kWh, a poupança pode chegar a cerca de 20 € por mês. Ou seja, quase 250 euros por ano. Só por mudar de tarifário ou empresa. 

Se o indexado deixar de compensar, é só voltar outra vez para onde estava. Simples.


Disponível online, livrarias e supermercados.