O Banco Central Europeu (BCE) reuniu esta quinta-feira e voltou a decidir um novo corte das taxas de juro em 25 pontos base. Trata-se da quarta reunião deste ano e é já o oitavo corte desde que se iniciou o ciclo de redução de taxas em junho de 2024.
As taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito baixaram de 2,25% para 2%, enquanto as que dizem respeito à facilidade permanente de cedência de liquidez caem de 2,65% para 2,40%, revelou o BCE em comunicado.
Contudo, a taxa mais importante é a de refinanciamento - que influencia a Euribor -, que com o novo corte passa dos 2,40% estabelecidos em abril para 2,15%. A atualização das taxas tem efeitos a partir de dia 11 de junho.
Esta redução influencia as taxas Euribor, que têm vindo a descer, aliviando as prestações do crédito à habitação. Além disso, tudo o que estiver relacionado com poupanças e investimentos indexados às Euribor vão sofrer com esta decisão. Os Certificados de Aforro, por exemplo, cuja taxa de juro máxima garantida já está abaixo dos 2,5% desde abril e que se fixou em 2,070% no fim de maio, deverá continuar a descer.
No gráfico seguinte pode acompanhar a evolução da Euribor a três meses em relação aos Certificados de Aforro.
Objetivo de inflação nos 2% mantém-se
Em comunicado divulgado após a reunião de política monetária, o BCE indicou que, atualmente, a inflação situa-se "em torno do objetivo de médio prazo de 2%", com os especialistas do Eurosistema a projeta uma inflação subjacente, em média, de 2% em 2025, 1,6% em 2026 e 2% em 2027.
Quanto às projeções para a inflação excluindo preços dos produtos energéticos e alimentares, os especialistas preveem que seja, em média, de 2,4% este ano e de 1,9% em 2026 e 2027.
"A maioria das medidas da inflação subjacente sugere que a inflação estabilizará, numa base sustentada, em torno do objetivo de médio prazo de 2% do Conselho do BCE", lê-se no comunicado
Apesar de estar determinado a assegurar que a inflação estabiliza, o BCE alerta que as atuais condições de "excecional incerteza" levará a uma abordagem sempre "dependente dos dados e reunião a reunião" no que diz respeito às decisões de política monetária.