A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo voltou a cair em março pelo 15º mês consecutivo, fixando-se em 1,69%, de acordo com dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) esta terça-feira.
Nos novos depósitos com prazo até um ano, a taxa de juro média passou a 1,70%, enquanto nas aplicações com prazos entre um e dois anos se fixou em 1,44%.
Já a remuneração média dos novos depósitos com prazos superiores a dois anos aumentou, contrariando a tendência das outras duas opções. A taxa de juro média para este prazo passou para 1,51%, mais 0,32 pontos percentuais face aos valores de fevereiro.
Ainda assim, as aplicações com prazo até um ano continuam a ser as que oferecem uma remuneração média mais elevada e continuam a representar a maioria (95%) dos novos depósitos em março.
De recordar que em dezembro de 2023, a taxa de juro média para os novos depósitos a prazo atingiu o pico, estabelecendo-se em 3,1%. A partir de janeiro do ano passado, iniciou-se o ciclo de descidas mensais.
A taxa de juro média registada no passado mês de março, de 1,69%, tornou-se a remuneração mais baixa dos depósitos a prazos em dois anos. A última vez que esteve abaixo da marca de 1,69% foi em maio de 2023, altura em que se fixou em 1,39%.
Depósitos a prazo vs Certificados de Aforro
Já há vários meses que os depósitos a prazo rendem menos do que os Certificados de Aforro da Série F, cuja taxa de juro base máxima é de 2,5%. Em outubro do ano passado, a taxa de juro média dos depósitos a prazo posicionou-se em 2,39%, passando oficialmente a render menos que os Certificados de Aforro.
Contudo, desde abril que os Certificados de Aforro deixaram de render a taxa de juro base de 2,5%, uma vez que a Euribor a três meses - utilizada para calcular os juros deste produto financeiro -, se fixou abaixo dos 2,5%.
Em março, a média da Euribor a três meses para as contas dos Certificados de Aforro ficou pelos 2,414%, revelando para abril a primeira quebra de rentabilidade. No final de abril, volta a cair para 2,216%, abrindo portas a mais uma descida para maio.
No entanto, e apesar da quebra na Euribor a três meses, os Certificados de Aforro continuam a ser uma opção a considerar para colocar algumas poupanças ou um fundo de emergência, por exemplo.
Embora não estejam a render a taxa de juro base de 2,5%, ainda remuneram acima de 2%, não têm risco associado e para quem tenha subscrições mais antigas há prémios de permanência que acrescentam ao valor base recebido.
A partir do segundo ano de subscrição, por exemplo, os prémios de permanência já rendem 0,25%, que acrescem à taxa de juro base. No fundo, ainda que a taxa de juro base esteja abaixo dos 2,5%, pode ser de alguma forma compensada pelos prémios de permanência. No entanto, há sempre o risco de perder dinheiro para a inflação.
De sublinhar que a descida dos juros dos depósitos não é surpreendente, considerando a progressiva descida das taxas Euribor desde o verão do ano passado, também por força dos sucessivos cortes nos juros que o Banco Central Europeu (BCE) tem realizado. Desde junho do ano passado, o BCE já desceu as taxas de juro sete vezes. Este ano, já foram feitos três cortes de 25 pontos base cada em janeiro, março e abril.