O Banco Central Europeu (BCE) reuniu esta quinta-feira e voltou a decidir um novo corte das taxas de juro em 25 pontos base. Trata-se da terceira reunião deste ano e é já o sétimo corte desde que se iniciou o ciclo de redução de taxas em junho de 2024.
As taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito baixaram de 2,50% para 2,25%, enquanto as que dizem respeito à facilidade permanente de cedência de liquidez caem de 2,90% para 2,65%, revelou o BCE em comunicado.
Contudo, a taxa mais importante será a de refinanciamento - que influencia a Euribor -, que com o novo corte passa dos 2,65% estabelecidos em março para 2,40%. A atualização das taxas tem efeitos a partir de dia 23 de abril.
Esta redução influencia as taxas Euribor, que têm vindo a descer, aliviando as prestações do crédito à habitação. Além disso, tudo o que estiver relacionado com poupanças e investimentos indexados às Euribor vão sofrer com esta decisão. Os Certificados de Aforro, por exemplo, cuja taxa de juro mínima garantida já está abaixo dos 2,5% em abril, deverão continuar a descer.
No gráfico seguinte pode acompanhar a evolução da Euribor a três meses em relação aos Certificados de Aforro.
Objetivo de inflação nos 2% mantém-se
Em comunicado divulgado depois da reunião de política monetária, o BCE indicou que o processo desinflacionista "está bem encaminhado" e que a inflação continuou a "evoluir em consonância com as expectativas" dos especialistas, tendo a inflação global e subjacente descido em março.
Quanto ao objetivo de estabilizar a inflação nos 2% a médio prazo, o banco central mantém a expectativa de que se concretizará, mesmo considerando as "crescentes tensões comerciais".
"A maioria das medidas da inflação subjacente sugere que a inflação estabilizará, numa base sustentada, em torno do objetivo de médio prazo de 2% do Conselho do BCE", lê-se no comunicado
Apesar de estar "determinado a assegurar que a inflação estabiliza", o BCE alerta que a incerteza acrescida deverá reduzir a confiança das famílias e das empresas e que a reação adversa e volátil do mercado às tensões comerciais pode levar ao "aumento da restritividade das condições de financiamento".