
Os valores das Taxas Euribor são publicados diariamente e os prazos de três, seis e 12 meses são particularmente importantes para compreender a evolução do valor das prestações de quem tem crédito à habitação.
Para que possa manter-se a par da evolução das Euribor ao longo do tempo e chegar ao final do mês já com uma ideia do que se vai passar com a prestação da casa, o Contas-poupança vai calcular a média semanal de cada um dos prazos.
Neste momento, as taxas já estão abaixo dos 3% em todos os prazos. A seis e 12 meses, a quebra abaixo do limiar dos 3% aconteceu em setembro e outubro, respetivamente, algo que não acontecia há mais de um ano e meio.
No prazo a três meses, apesar de se ter registado o primeiro valor abaixo de 3% a 15 de novembro, a tendência de descida só ficou clara já no início deste mês.
Esta semana, a primeira do mês de dezembro, as Euribor a três meses registaram valores abaixo dos 3% todos os dias. A manter-se assim, é expectável que as médias do final do mês já se fixem em valores abaixo dos 3% em todos os prazos, o que são sempre notícias animadoras para quem tem crédito à habitação.
Nos últimos cinco dias, as médias mantiveram-se abaixo dos 3%, com a Euribor a três meses a fixar-se, esta semana, nos 2,886%. A seis e 12 meses, registou-se uma média semanal de 2,646% e 2,384%, respetivamente.
No gráfico seguinte, que mostra a evolução das Taxas Euribor desde janeiro de 2023, a curva descente torna-se cada vez mais evidente.
O que dizem as previsões?
Na penúltima semana de novembro registou-se mais um marco na história das Taxas Euribor. No passado dia 19, a taxa a 12 meses atingiu um mínimo anual (2,432%) e um recorde sem precedentes nos 25 anos de existência do índice: uma diferença de 81,8 pontos base em relação à taxa de depósito do Banco Central Europeu (BCE), que atualmente está em 3,25%.
De acordo com o jornal espanhol El Economista, a acentuada diferença indica que os mercados estão a prever uma redução mais forte das taxas do BCE ao longo dos próximos meses.
As "trocas" financeiras, ou swaps, indicam para uma descida das taxas dos atuais 3,25% para 1,75% até outubro do próximo ano e apontam ainda a possibilidade de seis cortes nos juros ao longo das próximas oito reuniões do BCE.
Esta sexta-feira, uma sondagem da Bloomberg a que a Lusa teve acesso, também dá conta que diversos economistas perspetivam mais um corte de 25 pontos base na próxima reunião do BCE, a última do ano.
Além disso, os especialistas acreditam que esse ritmo continuará até junho do próximo ano, colocando para essa altura a redução da taxa para os 2%, algo que só era esperado para daqui a um ano.
O que é que isto significa para a sua prestação do crédito à habitação?
Significa que na data em que a sua prestação for revista (a cada 3 meses, a cada 6 ou a cada 12 meses, com início na data da escritura) o cálculo das próximas 3, 6 ou 12 prestações, a taxa de juro total seguinte será a média mensal da Euribor respectiva do mês anterior à revisão + o spread que contratou com o seu banco.
Ao olhar para estas médias acima, deve somar o seu spread e fica logo a saber qual é a taxa de juro que pode esperar no seu crédito à habitação. É mais simples do que parece.