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Raize – Investi há 1 ano e conto-lhe o que ganhei e o que perdi

Raize – 1 ano depois Está a fazer um ano que comecei a investir na Raize com pequenos montantes (100 euros) para testar se fazia ou não reportagem para o Contas-poupança. “Engracei” com o conceito e achei que era uma alternativa interessante para quem quer investir com risco para ganhar mais do que nos miseráveis […]

Raize – Investi há 1 ano e conto-lhe o que ganhei e o que perdi

Raize – 1 ano depois

Está a fazer um ano que comecei a investir na Raize com pequenos montantes (100 euros) para testar se fazia ou não reportagem para o Contas-poupança. “Engracei” com o conceito e achei que era uma alternativa interessante para quem quer investir com risco para ganhar mais do que nos miseráveis depósitos a prazo. Conto-lhe agora o balanço que faço deste quase ano completo. Antes disso, se não sabe do que estou a falar leia este artigo e veja a reportagem no link. Neste artigo AQUI expliquei-lhe como funcionam as plataformas de crowdfunding de investimento como por exemplo a Raize. É portuguesa e fácil de entender com todos os riscos assumidos muito claros.

Quanto está a render de juros?

Valeu a pena até agora?

Para mim, sim claramente. Posso vir a arrepender-me no futuro? Claro que sim! Neste momento, com cerca de 800 euros investidos tenho a expectativa de receber de juros 67 euros. Ao longo do ano que passou recebi muito mais do que isso, mas entretanto levantei o dinheiro porque precisei dele para uma situação de que vos falarei um dia porque foi uma experiência absolutamente extraordinária (no mau sentido e que espero que acabe bem).

A experiência de levantar dinheiro na Raize foi boa e má ao mesmo tempo. E é isso que quero partilhar convosco para saberem com o que contam se investirem.

Como estava a dizer, precisei levantar por razões pessoais quase todo o dinheiro que acumulei na Raize ao longo de 2018 para uma despesa inesperada (a tal que não deveria acontecer).

Bastou-me colocar os meus investimentos em “cessão” (vender a outros investidores) e – nesta fase –  nem tive de esperar 5 minutos para haver interessados. Foi tudo vendido num piscar de olhos. Isso é extremamente positivo. Isto poderia não acontecer e basta que comece a haver problemas com alguns investimentos da Raize para as pessoas começarem a fugir e se quiser vender antes de completar o empréstimo pode ficar com o menino nos braços. Não foi o que aconteceu. Vendi tudo em poucos instantes.

Mas não consegui vender tudo o que queria. Porquê? Porque há limitações na colocação dos seus investimentos em “cessão”. No meu caso havia alguns que estava a pagamento nos próximos 7 dias e por isso tive de esperar mais uma semana até os poder colocar à venda e havia alguns também que se tinham atrasado no pagamento nos 3 meses anteriores e que por isso também não podiam ser vendidos. Portanto, serve de aviso para quem achar que tem lá 1.000 euros para “vender” sempre que quiser. Isso não é bem assim. Desses 1.000 podem estar a cada momento disponíveis para “venda” só 600 ou 700.

E empresas em recuperação e em atraso nos pagamentos?

Sim, também há. E tenho casos destes. Neste momento tenho uma empresa das 53 a quem estou a emprestar dinheiro em atraso nos pagamentos. E o meu filho (com 13 anos) que me pediu para investir parte do dinheiro do mealheiro dele na Raize tem uma em recuperação. Ele corre o risco de perder este ano 1,30 € se essa empresa não pagar. Mas ele já percebeu como funciona e está a compreender a situação e o que pode acontecer. No meu caso, como podem ver abaixo, como emprestei 9 euros a esta empresa a 36 meses, corro o risco de perder esse dinheiro se essa empresa deixar totalmente de pagar. Mas para já está apenas em atraso. Espero que cumpra com as suas obrigações.

É mesmo necessário que perceba que se estas empresas não pagarem perde o dinheiro que lhe falta receber. É um risco que corre sempre. Mas no meu caso, até agora, mesmo que perca 10, 20 ou mesmo 30 euros compensou largamente os juros que já recebi até ao momento. É a minha avaliação. Sei de pessoas que no facebook dos investidores da Raize assim que viram uma empresa entrar em atraso anunciaram logo que iam despachar tudo o que tinham investido e sair rapidamente deste tipo de investimento. É totalmente respeitável esta atitude. Depende do perfil de risco de cada um e da capacidade de suportar perdas em investimentos sem capital garantido. Eu próprio estou a aprender (com algumas dores pelo meio) a arriscar um pouco. Nunca na minha vida tinha colocado dinheiro em produtos sem capital garantido. A primeira vez que fiz isso foi no ano passado, empurrado pelas vossas perguntas e dúvidas sobre como fazer o dinheiro render mais. E estou estupefacto pelas oportunidades que perdi ao longo destas décadas. Nada do que vos estou a dizer é um conselho para fazerem o que quer que seja. Mas sinto necessidade de partilhar estas informações convosco porque teria gostado que alguém o tivesse feito comigo em tempo útil. O que fazem com estas informações é convosco. O que vos posso garantir é que não tenho nenhum interesse por trás destes artigos. São totalmente isentos e baseados na minha experiência que vos tento passar com o maior rigor possível (já que sou jornalista). Mas estou a fazer isto como cidadão e não como jornalista, OK? Muito menos como conselheiro financeiro que não sou de todo. Estou a aprender do zero e a bater às vezes com a cabeça na parede com toda a naturalidade. O que eu acharia estranho era baterem também com a cabeça na parede depois de vos ter avisado. A minha intenção é apenas essa. Evitarem erros óbvios e abrir os nossos olhos para as oportunidades que estão aí e que ignoramos.

Sinto-me um banqueiro

E agora o IRS?

Várias pessoas que investiram na Raize me contactaram com esta dúvida. Têm de declarar o que receberam no IRS? Perguntei ao apoio da Raize e obtive esta resposta:

Caro Pedro Andersson,

Agradecemos o seu contacto.

Todos os juros recebidos através da plataforma estão sujeitos a retenção liberatória à taxa de 28% na altura em que são auferidos. Ou seja, todos os meses são retidos na fonte os impostos devidos pelo investidor, o que significa que o investidor recebe mensalmente juros líquidos de impostos. O regime da retenção liberatória dispensa o investidor de qualquer obrigação declarativa no final do ano. Caso opte pelo englobamento de rendimento de capitais, enviamos em anexo a declaração (PDF) e os respectivos montantes (Excel) referente ao ano de 2018. Estes elementos deverão ser preenchidos no Quadro 4B do Modelo E com o código de rendimentos E20.

Em caso de dúvida não hesite em contactar-nos.

Portanto, se não estiver a pensar englobar estes rendimentos, não precisa fazer nada. Em resumo, continua a ser um risco investir na Raize, como sabemos desde o início. Gosto de saber que estou a ajudar empresas portuguesas e sinto que o meu dinheiro não está parado. Já cheguei a ter alguns milhares de euros investidos e agora tenho menos. Mas continua até ao momento a funcionar muito bem, de acordo com as minhas expectativas. Essas expectativas incluem perder sim algum dinheiro, coisa que no meu caso específico ainda não aconteceu. Mas sei que pode vir a acontecer. Fica este retrato do primeiro ano do meu investimento na Raize. Se entretanto alguma coisa se alterar cá estarei para partilhar.

Só tem até este Domingo para ganhar dois livros

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