Os meus fundos de investimento – Balanço da semana #36 (18 de março)

Escrito por Pedro Andersson

19.03.21

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12 min de leitura

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Fundos de investimento – Balanço semanal

Depois de algumas semanas de quedas, as bolsas (e os meus fundos de investimento) recuperaram de tal maneira que esta semana está a ser a melhor de sempre. Estamos a falar de um crescimento médio das minhas poupanças de 20% brutos em apenas 8 meses. Pelos vistos, não fiz mal em ter decidido investir as minhas poupanças em vez de as ter gasto ou de as ter posto numa gaveta qualquer a render zero ou quase.

Como sabem, aproveitei os dois meses de confinamento (fevereiro e março) para reforçar com mais 230 euros em cada mês os meus “fundos Covid”.

Ao contrário de muitas famílias, o facto de ter ficado em casa nos meses mais graves, levou-me a ter neste momento mais cerca de 1.200 euros nas minhas poupanças. Sem mudar nada na minha vida, sem sacrifícios da minha parte. Só coloquei de lado o que não gastei normalmente e puz esse dinheiro a trabalhar para mim. Neste caso, este dinheiro provavelmente irá para os PPR dos meus filhos de 8 e 16 anos, como já vos expliquei noutros artigos. Nos próximos dias farei o balanço mensal dos meus 4 PPR.

Estou super contente com o crescimento dos meus fundos de investimento. Contudo, como já sabem, aviso sempre que tudo isto pede ser (e será, certamente), temporário. O que conta é a média dos próximos anos. Muita coisa vai acontecer nos próximos meses para cima e para baixo. Só não sabemos o quê. Mas o “segredo” é semear. Se vou colher ou não e quanto, cá estarei para vos dizer.

Se resgatasse o dinheiro hoje, sairia satisfeito. Mas vou manter.

Tem os gráficos com a evolução dos meus fundos de investimento mais abaixo.

Os avisos do costume (repito esta informação em todos os artigos)

Recordo-lhe que não sou um profissional desta área. Sou um cidadão curioso que está a partilhar a experiência consigo. Não são conselhos para fazer o que quer que seja. A única coisa que tenho para lhe mostrar são resultados reais, absolutamente rigorosos e sem filtros. Ganho, ganho, perco, perco. É o meu dinheiro. Não é uma conta virtual.

Como lhe tenho vindo a explicar ao longo destas semanas, qualquer lucro em Fundos de investimento pode ser temporário e as “perdas” fazem igualmente parte do percurso. Se perceber isto, nunca se sentirá enganado.

Porque faço isto

Em 2019 decidi começar a investir em Fundos de Investimento. Nunca na minha vida tinha investido em produtos sem garantia de capital. Sempre tive medo destas coisas. Mas decidi arriscar e estou aqui, como um cliente bancário “normal” a partilhar consigo a minha experiência.

Algumas pessoas criticam-me por estar a falar deste tipo de investimentos de risco sem ser profissional da área. Mas acredito que é isso mesmo que dá algum interesse a estes meus artigos. São MESMO as experiências de uma pessoa normal que está a aprender e a dizer-lhe o que estou a descobrir e o que estou a ganhar e a perder com isso. Para que você aprenda também. Depois o que você faz é consigo. Recordo-lhe que em Março estive a perder com os meus fundos (que agora estão a dar lucro) cerca de 30%, mas decidi esperar e não resgatar. É duro.

Concluí que de facto, para fazer crescer o nosso dinheiro, em algum momento, terá de colocar parte do seu dinheiro em produtos sem capital garantido.

O que vai encontrar aqui são dados reais (os meus) e não simulações de um banco ou corretora.

Expliquei neste artigo AQUI porque estou a fazer isto, onde tem vários avisos e explicações sobre os bancos onde tenho estes fundos – que deve ler – sobre porque deve conhecer várias alternativas de investimento. Quero que perceba que, ao contrário dos depósitos a prazo, o seu dinheiro sobe e desce todos os dias. Se isso lhe faz confusão, não se meta nisto.

Semana de 18 de março de 2021

Comecemos como habitualmente com o desempenho semanal dos meus 3 fundos “Poupança Covid-19”.

Melhor semana de sempre

Breve contexto: Em minha casa, poupámos várias centenas de euros (porque ambos continuámos a trabalhar) durante esses meses da Covid-19. Decidimos pegar nesse dinheiro e (já que seria dinheiro que seria entregue às gasolineiras, restaurantes, escolas, portagens, etc.) investi-lo com mais risco. Felizmente conseguimos dar-nos a esse “luxo”. Há famílias que devem colocar este dinheiro num Fundo de emergência (depósito a prazo) e NUNCA os colocar em produtos de capital não garantido.

Subscrevi um fundo com o que a minha mulher não gastou durante o Estado de emergência (combustíveis e alimentação = 225,75 €), outro com o que o meu filho mais velho não gastou (passes e alimentação na escola = 153,12 €) e outro com o que o meu filho mais novo não gastou (a mensalidade da escola privada baixou e não teve atividades extracurriculares = 248,26 €).

ATUALIZAÇÃO: Em fevereiro de 2021, poupámos mais 230 euros com o segundo confinamento. Somei esse valor a um dos fundos e vou, a partir de agora, acrescentar esse reforço às nossas contas semanais. Em março, reforcei novamente com o mesmo valor (mais 230 euros).

A situação neste momento é a seguinte:

Esta semana

Semana anterior

Como pode ver, dois fundos subiram bastante em relação à semana anterior. O terceiro desceu apenas umas décimas. É mesmo assim: depende dos setores de actividade e das bolsas representadas em cada fundo.

O reforço de 230 euros que fiz no dia 2 de fevereiro, está a crescer mais de 8% e o de 5 de março já está a crescer 6%. Impressionante.

Na média, neste momento, ainda estou a ganhar, com este meu pequeno investimento, cerca de 20%. Desde Julho de 2020. Em 8 meses.

Pode comparar com 0,1% ao ano que estão a dar os bancos nos depósitos a prazo. Claro que estes últimos não têm risco, mas também não ganha nada. É o “preço” a pagar pela segurança. Mas na prática ter o dinheiro em casa ou no banco é praticamente a mesma coisa.

Recordo que dois dos fundos são em moeda estrangeira (dólares americanos e dólares canadianos) por isso tenho de fazer as contas ao câmbio. O banco faz essas contas por mim e estão no gráfico abaixo.

Em resumo, 36 semanas depois (8 meses), na média dos 3 fundos, e apesar dos altos e baixos ao longo das semanas, ESTOU A GANHAR DINHEIRO, como poderá ver neste gráfico que atualizo todas as semanas. Já com os dois reforços.

Os meus “lucros” reforçaram-se em relação à semana passada. Estou com um lucro bruto de 139,05€. Seriam 100,12 € limpos (tirando os 28% para o Estado).

Se está a pensar subscrever um fundo de investimento para experimentar, ligue para o banco e peça ajuda a um gestor de conta que perceba de fundos. Eles explicam-lhe tudo conforme o seu perfil. Passados uns meses, já vai conseguir escolher por si ou pelo menos ter algumas luzes sobre o que lhe estão a falar. Eu sou só um cliente curioso, como você.

Ao resgatar, teria de descontar no ano que vem 28% para o IRS anexando o Modelo respetivo de rendimentos no estrangeiro, ou de taxa liberatória retida na fonte se forem fundos nacionais (nos depósitos a prazo seria exatamente a mesma coisa). Não é melhor nem pior na questão de impostos. Só paga o devido de forma diferente (no IRS, no ano seguinte ao resgate).

Se um dia subscrever Fundos de Investimento pela primeira vez, sugiro que escolha em euros para ter uma leitura mais fácil para si e siga as instruções dos gestores de conta profissionais do banco ou corretora.

No total dos 3 fundos, no dia 16/07/2020 subscrevi 627,13 € (com um reforço de 229,80 em Fevereiro de 2021 e 229,96 em Março, ou seja 1.086,98 € no total) e se os resgatasse neste momento devolviam-me 1.225,94 €.

Se acha que são valores pequenos, só tem de multiplicar por 10. Se tivesse investido 10.800 euros nos mesmos 3 fundos, teria hoje mais 1.390 euros brutos. Se multiplicasse por 100 (ou seja, mais ou menos 100 mil euros) teria em 8 meses mais 13.900 euros para ir levantando e gastando. Mas se estivesse a perder, também seria na casa dos muitos milhares de euros. É isto que eu quero que perceba MUITO BEM logo desde o início.

É assim que o nosso dinheiro pode fazer dinheiro. Numa conta a prazo, não. Assim que alguém consegue chegar ao patamar das dezenas de milhares de euros e começa a investir começa logo a notar a diferença. Para cima e para baixo.

Ou seja, é desta forma que pode colocar o dinheiro a trabalhar para si. Tendo dinheiro (poupando-o e investindo-o) pode ao longo do tempo viver melhor, sabendo os riscos que corre.

Repito o alerta de sempre que esta estratégia é APENAS para uma pequena parte das suas poupanças a que se possa dar o “luxo” de perder. Não têm capital garantido.

Se na altura em que precisar desse dinheiro os seus Fundos estiverem negativos, o “segredo” é fazer de conta que esse dinheiro não existe e esperar que recuperem se o puder fazer.

Também pode resgatar quando quiser o valor correspondente ao “lucro ” e deixar o restante a render mais outra vez, mas perde o efeito do juros compostos.

Os meus outros fundos

Tenho um fundo “principal” que tento reforçar todos os meses, independentemente do que estiver a acontecer nas Bolsas. Veja como está esta semana:

O meu fundo de investimento “principal” subiu para o máximo de sempre. Conforme a data em que subscrevi cada unidade do mesmo fundo, um está a crescer cerca de 53% e o mais “baixinho” só cresce 2,56%. O outro fundo subiu para 31%.

Naturalmente, tenho o meu Fundo de Emergência fora deste tipo de produtos financeiros. É um ano de todas as minhas despesas. Esse dinheiro está numa conta à ordem (nem sequer está numa conta a prazo) a render zero. Mas é mesmo assim que o quero: sempre disponível. Neste momento, se me acontecesse uma “desgraça” conseguiria manter o meu atual nível de vida durante 12 meses sem qualquer apoio. Demorei vários anos a atingir esse valor. E desse dinheiro não arrisco 1 cêntimo. Está sempre em produtos com capital garantido. O resto arrisco um pouco mais, sim.

O que me sobra acima do fundo de emergência tenho uma parte em PPR, outra parte em Fundos de Investimento, outra parte de plataformas de crowdfunding e outra parte em ações, com riscos e rentabilidades diferentes. É a chamada diversificação. Se uma correr mal, as outras aguentam melhor (espero).

NOTA PERMANENTE: Recordo que se resgatar um fundo, o banco começa pelas unidades mais antigas. Não posso dizer que quero resgatar “aquela” dos 30 e tal por cento. É a regra do “first in, first out” (o primeiro a entrar é o primeiro a sair). Também deve perceber isto desde o princípio. Não pode escolher. Mas não tem de resgatar o fundo TODO. Pode ser só metade ou um terço ou um determinado valor e eles fazem as contas. Ou pode resgatar um fundo que está a dar lucro e deixar lá os que estão a dar prejuízo.

Pode investir pequenas poupanças. Não é preciso ser rico para ter um fundo de investimento (bastam 15 ou 20 euros, outros “custam” 100, 200 ou 300 euros). No print screen acima tem lá os valores que investi.

Cada fundo, sua rentabilidade

Estes outros fundos, noutro banco, subiram todos menos um.

O fundo “melhor” neste momento está a crescer 52% e o “pior” está a crescer cerca de 6%. Repito, todos estes fundos NÃO TÊM garantia de capital. Daqui a umas semanas posso estar aqui a dizer-lhe que estou a perder 30 ou 40% de tudo o que investi até hoje (caso resgatasse nesse dia).

Esta semana

Na semana passada

Quando resgato?

Pode ter duas estratégias: ou resgata sempre que atingir o seu objetivo em termos de juros ou decide manter vários anos à espera que (apesar do sobe e desce) vá sempre subindo ano após ano durante 10, 20 ou 30 anos. Mas não se esqueça de que sempre que resgata perde 28% do lucro para o Estado. Não convém estar sempre a fazê-lo.

Outra dúvida que as pessoas têm é se o que cresce este ano acumula com o crescimento do ano que vem. Sim e não. Não acumula no sentido em que fica fechado o que cresceu este ano e começa outra vez do zero a 1 de Janeiro. Não é assim que funciona.

O fundo cresce (ou desce) em relação ao dia em que o subscreveu. Depende dos valores em bolsa de cada uma das empresas que fazem parte de cada fundo. Se elas cresceram em relação ao dia em que subscreveu vai ganhar (ou perder) a diferença face ao dia em que resgatar.

Pode ter um fundo que cresceu 10% ao ano ao longo de 10 anos (ou seja, mais do duplicou o investimento graças ao efeito dos juros) e apanha uma “pandemia” no ano 11 e de repente volta a estar negativo e perdeu todo esse “crescimento”. Também pode subscrever este ano e estar a ganhar 15% no ano que vem. Só você é que pode decidir o que fazer com o que estiver a ganhar a cada momento. Está sempre tudo à distância de um clique no computador.

Volto para a semana com a atualização deste balanço.

Veja neste vídeo como subscrevi os meus fundos.

Avisos

Nunca deve ver a minha carteira de investimentos ou o que eu digo como um conselho sobre como e onde deve investir ou que fundos deve escolher. Há milhares de fundos. 

Não tenho qualquer formação financeira e sou um simples cliente bancário com muita curiosidade. Quando quiser subscrever fundos pela primeira vez deve contactar um gestor especializado no seu banco ou corretora. Nunca invista dinheiro de que vai precisar para outros fins. Pode perder dinheiro, se precisar levantá-lo numa altura em que estiver com valores negativos e não puder esperar meses ou anos até que eles recuperem.



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6 Comentários

  1. Alves

    Caro Pedro,

    Talvez já o tenha referido, num artigo anterior, mas pode indicar qual (is) o(s) banco(s) onde subscreveu estes fundos?

    Também temos umas poupanças “via Covid” e penso fazer algo parecido.

    Obrigado.

    António

    Responder
  2. Gonçalo Santos Morte

    O grafismo (comparativo de fundos) que vem apresentando deve-se a algum programa em especifico?

    Responder
    • Pedro Andersson

      Olá. Não sei se percebi bem a sua pergunta. É um gráfico que faço em Excel…

      Responder
  3. Maria Cerqueira

    Bom dia Pedro,
    Onde subscreve as suas ações? Também na Degiro, como faz com os ETF?
    Obrigada,
    Maria

    Responder

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