Portugal em 13º lugar entre 39 países na literacia financeira

Escrito por Inês de Almeida Fernandes

17.04.24

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4 min de leitura

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Tendência para criar poupanças tem vindo a diminuir desde 2020

O Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF) – composto por representantes do Banco de Portugal (BdP), da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) e pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) -, revelou que Portugal ocupava em 2023 o 13º lugar no indicador global de literacia financeira entre os 39 países que participaram no 4º Inquérito à Literacia Financeira da População.

A entidade adiantou, ainda, que o país  ocupava a 7ª posição no indicador de bem-estar financeiro, com 51,4 pontos e resultados acima da média nas componentes de resiliência financeira e de avaliação subjetiva de bem-estar.

“Na comparação internacional de 2023, Portugal ficou em 13º lugar no indicador global de literacia financeira entre os 39 países participantes, registando resultados acima da média nesse indicador e nas suas componentes de atitudes e comportamentos financeiros”, disse o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros.

Apesar de a generalidade dos indicadores não registarem grandes alterações face ao inquérito anterior, há uma componente em particular que preocupa o CNSF. A percentagem de pessoas que afirmou ter poupanças reduziu face a 2020, altura em que 65% dos inquiridos referiam ter poupado ao longo do ano. De acordo com CNSF, o número de inquiridos que em 2023 afirmou ter poupado no ano anterior reduziu, “tendência que importa inverter para não comprometer os resultados alcançados na resiliência financeira das famílias”, avisou.

Ainda de alguma forma ligado à questão das poupanças, há um outro indicador que importa referir. Em 2020, cerca de 25% dos entrevistados afirmaram que, na eventualidade de perderem a sua principal fonte de rendimento conseguiriam pagar as suas despesas por um período igual ou superior a seis meses. Já em 2023, o número de pessoas com um fundo de emergência aumentou para 50%, mas o período de tempo durante o qual conseguiriam continuar a pagar as suas despesas sem recorrer a ajudas passou a ser apenas de três meses ou pouco mais.

Apesar de ser positivo que mais cidadãos procurem ter dinheiro guardado para fazer face a uma potencial situação de perda de rendimentos, o ideal é que possam continuar a pagar as suas despesas por um período de 12 meses. Nesse sentido, os seis meses de 2020 eram mais animadores em termos de proteção financeira do que os três meses referidos pelos entrevistados em 2023.

Importa ainda referir que 79,5% dos entrevistados para o inquérito de 2023 referiram ter rendimento suficiente para cobrir o seu custo de vida, valor mais positivo face aos 62% que afirmaram o mesmo no inquérito de 2020.  A maioria dos inquiridos (67,6%) afirma ainda ter capacidade para pagar uma despesa inesperada de valor equivalente ao seu rendimento mensal sem ter de pedir dinheiro emprestado ou a ajuda de família e amigos.

O CNSF revelou ainda que, por um lado, a “grande maioria” dos inquiridos paga as suas contas a tempo (85,9%), evita compras por impulso (85%), considera que não tem “demasiadas” dívidas (78,5%) e que controla sistematicamente as suas finanças pessoas (76,9%). Por outro lado, a maioria dos entrevistados valoriza o futuro, discordando de que vive para o presente (68%) e discordando também de que tem mais prazer em gastar dinheiro do que em poupar para o futuro (52,6%)”.

Ainda de acordo com a organização, o indicador global de literacia financeira média em 2023, que chegou aos 62,7 pontos, é “muito semelhante” ao registado em 2020, embora ainda persistam “importantes lacunas” em questões relacionadas com o cálculo de juros, a diversificação de risco e o poder de compra, por exemplo.

Ainda assim, e noutra vertente, destaca-se ainda a média de 50,8 pontos do indicador de bem-estar financeiro, que ficou acima dos 41,9 pontos registados em 2020. O valor de 2023 resulta “do aumento da resiliência a choques financeiros” e da avaliação que os inquiridos fazem da “satisfação com a sua situação financeira”.

Os resultados do inquérito mostram, ainda, maiores níveis de inclusão no sistema bancário, com 96% dos entrevistados a deter uma conta de depósito à ordem. Além disso, os outros produtos mais detidos são os seguros (43,8%), os cartões de crédito (35%), os depósitos a prazo (34,2%) e o MBWay (33%).

Segundo o CNSF, as entrevistas para o 4.º Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa foram realizadas porta-a-porta em todo o território, tendo a amostra incluído 1510 entrevistados com 16 ou mais anos. Esta iniciativa enquadra-se na comparação internacional dos níveis de literacia financeira dinamizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), através da International Network on Financial Education (INFE).


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1 Comentário

  1. Thiago Fernandes

    Boa Noite.

    O período de 6 a 12 meses de reserva, pelo que entendo, veio fundamentado para a realidade americana. Onde a saúde é caríssima. Em países como Portugal, onde temos saúde gratuita, ensino gratuito e outros apoios do estado, entre 3 a 6 meses seria mais real, principalmente para as famíliaais humildes.

    Obrigado

    Responder

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