Este mês é MAU para aderir à tarifa indexada de eletricidade
Este mês de junho está a ser o mês mais caro dos últimos 3 anos no mercado OMIE (onde as empresas vão comprar a eletricidade para lhe vender a si). É, portanto, um mau mês para começar um contrato de tarifa indexada de eletricidade.
De uma forma resumida, em vez de pagar o mesmo valor de kWh durante 12 meses (que é o normal), passa a pagar exatamente o mesmo que as empresas pagam quando vão comprar eletricidade ao mercado ibérico de eletricidade (OMIE) mais uma comissão fixa que costuma ser de meio cêntimo. A este valor acrescem os valores fixos que todas as empresas fornecedoras têm de pagar. Assim, paga sempre o preço “justo” e nunca se sentirá enganado.
Por exemplo, os preços no mercado regulado vão aumentar 3% no mês que vem justamente por causa dos preços terem disparado nos primeiros meses do ano no OMIE. Tem AQUI essa informação.
Os preços do OMIE em junho
Nos dois anos anteriores (desde 2019), que este tarifário tem representado poupanças muito significativas. Vários meses chegaram aos 20% de desconto em relação ao mercado regulado, às vezes até mais. Acontece que nunca sabe qual vai ser o preço do mês seguinte.
Como sei que muitos de vocês gostam de um bom desafio de poupança, mas precisam de informação para decidir, assumi o compromisso de todos os meses vos dizer qual vai ser o preço do mês seguinte (com base na média diária do mês anterior).
Esta informação está disponível na página da OMIE, mas é de muito difícil leitura. Não consegui fazer as contas de uma forma que considero exata, por isso pedi ajuda à Luzboa (onde fiz a reportagem).
Em junho, o preço do kWh no mercado regulado e no indexado rondam ou ultrapassam os 15 cêntimos(mais IVA). Compare com os preços que tem.
Como sabem, faço muita questão de ser completamente transparente e isento nas informações que partilho convosco. Não tenho qualquer relação com nenhuma empresa ou instituição. Não recebo comissões de ninguém, nem tenho nenhum interesse particular.
Por isso quero deixar aqui claro que esta informação é fornecida pela Luzboa, que é uma das empresas que tem o tarifário indexado, e que me garantiu que me dará todos os meses esta informação com “preço final”, seja bom seja mau (para eles). Os preços do gráfico são sem IVA, tal como os que tem na sua fatura. Assim pode comparar melhor.
Naturalmente que se os preços no OMIE forem muito altos, não farão tantos contratos, mas o que me disseram é que não querem clientes que se sintam enganados. O melhor cliente é o cliente informado e satisfeito. Quando baixar o preço no OMIE, será uma boa altura para aderir a este tarifário (se for melhor do que aquele que tem neste momento). Esta empresa, tal ocmo as outras também tem tarifários “normais” com o preço fixo diurante um ano. Mas isso é você quem decide, pensando pela sua própria cabeça e escolhendo a empresa que entender.
Por exemplo, este mês de junho será o pior mê sd esempre para entrar neste tarifário. Continua mais caro do que no mercado regulado. Mas haverá meses no futuro em que compensará. Com esta indicação mensal, poderá aproveitar este tarifário indexado nos meses em que compensar e sair nos meses em que não compensar. Também pode assumir este tarifário e saberá sempre que na média terá os melhores meses de sempre e os piores meses de sempre. Se estes preços no OMIE continuarem altos assim, prevejo que os tarifáiros das empresas no mercado liberalizado vão aumentar bastante os preços em 2022 para compensar as perdas de lucro este ano.
É uma grande ginástica? É. Mas compensa. Obviamente, já prevejo que esta sugestão será só para uma minoria, dentro da minoria que está disposta a mudar de comercializador de eletricidade pelo menos uma vez por ano. São uma espécie de heróis. A maior parte das pessoas não quer saber se está a perder dinheiro…
No momento em que fiz a reportagem, havia 3 empresas que tinham o tarifário indexado: A Luzboa, a Audax e a Luzigás. Entretanto podem ter surgido mais ou estas terem desistido. Isso já é trabalho que você terá de ter. Escolha a que quiser, quando quiser.
Mas aqui fica, em resumo, a informação: a eletricidade no OMIE este mês está muito cara.
Em julho, direi como está o preço da eletricidade no mercado indexado para uma nova avaliação.
Boa tarde Pedro, foi com grande interesse que li o seu trabalho sobre o mercado indexado e concretamente sobre a Luzboa. Devo dizer que faz precisamente um ano que sou cliente Luzboa e desde aí tenho assistido a uma subida desenfreada do preço da energia no mercado indexado. Assim, desde o ano passado por esta altura e até agora, o preço no mercado ibérico indexado subiu quase que triplicou. A título de exemplo em 17/6/2020 o preço do MWh foi de 34,26 Euros e em 17/6/2021 foi de 93,00 Euros. Se isto acontece neste período do ano, faço ideia do que será quando o consumo de energia disparar nos meses de Inverno. Moral da história, fugi a sete pés do mercado indexado e gostaria imenso de ter uma explicação sobre estes preços, coisa que a Luzboa não faz. Obrigado pela sua reportagem, mas tenho dúvidas a curto/médio prazo dos preços praticados no mercado indexado.
Olá Armando. Obrigado pelo feedback. Não compreendi exatamente qual é a sua dúvida. Pode ser mais específico?
Olá Pedro, não se trata de uma dúvida, mas uma opinião de que o mercado indexado pode ser uma boa opção, mas foi uma desilusão para mim durante este último ano. Acrescentaria ainda, que não é fácil tomar decisões para mudar de fornecedor com base no preço da energia no site da omie, porque ao ver a média do valor da energia no mês de Julho, o mesmo não lhe vai servir de referência para o mês de Agosto, ou seja sabe mais ou menos o que vai pagar no mês de Julho, mas não tem nenhuma garantia do preço para o mês seguinte, é caso para dizer que estamos sempre atrasados sobre a realidade e não temos forma de tomar decisões para o futuro. Abraço.
Sim, confirmo e tenho a mesma opinião. Mas se considerar a média do ano passado, mesmo assim teve uma poupança considerável. Essa é a vantagem deste tarifário. A longo prazo vai sempre compensar, acho eu. Porque no ano seguinte os preços fixos vão aumentar para compensar as “perdas” do ano anterior.