O dinheiro não chega ao fim do mês?
Vou dar-lhe esta semana 7 dicas (uma por dia, de Segunda a Domingo) que considero as mais úteis e urgentes para quem quiser colocar a sua vida financeira em ordem. Veja se se aplicam ao seu caso.
#7 – Use dinheiro em vez de comprar com multibanco
Sim, eu sei que não é prático. Mas se não consegue chegar com dinheiro ao fim do mês este é o supremo tratamento de choque. Pode ter a certeza de que se levar este método a sério, funciona mesmo.
O sistema de envelopes
Crie um sistema de envelopes e defina quanto pode gastar em cada categoria e levante todo o dinheiro que pode gastar no mês seguinte e distribua o dinheiro pelas várias categorias. E fica “proibido” de usar o multibanco (só numa emergência absoluta e muito justificada) e se o fizer deposita o dinheiro de novo na conta na próxima oportunidade e continua com o sistema de envelopes.
Esta dica funcionará melhor com uma pessoa que viva sozinha. Com dois é mais difícil, mas é igualmente possível se estiverem os dois motivados e com o mesmo objetivo e disciplina.
Ao entregar o dinheiro em mão ao fazer compras vai ver que é muito mais “doloroso” ver o dinheiro a ir embora e o envelope a ficar vazio demasiado rapidamente. E se rapidamente gastar todo o dinheiro de uma categoria isso tem duas utilidades: percebe que esta categoria está suborçamentada e corrige no mês seguinte ou terá de decidir em que outra categoria terá de gastar menos esse mês.
A dica mais difícil de todas
Esta é a dica talvez mais difícil de pôr em prática, mas se não consegue pôr as suas contas em ordem talvez tenha mesmo de ir por este caminho. Ao fim de um mês quase de certeza que estará “pelos cabelos” mas com uma ideia muito real da sua situação. A conclusão a que chegar vai permitir-lhe corrigir os seus gastos nos meses seguintes e (aconteceu comigo) vai de repente a dar por si a perceber que há mais categorias de despesas na sua vida do que pensava inicialmente.
Por exemplo,inicialmente não previ nenhum envelope para saúde e roupa. Isso estragou-me o orçamento várias vezes. Basta comprar 50 ou 60 euros em roupa e/ou uma consulta de 70 euros (ou duas) para de repente perceber que o nosso plano de sobrar dinheiro ao fim do mês já era.
O envelope da “Poupança”
Não se esqueça de um envelope para “Poupança”. Não se admire que antes do fim do mês nos primeiros tempos esse envelope seja a sua “salvação”. Mas quando encarar esse envelope como uma despesa fixa em que não pode mexer, esse vai ser o click que lhe faltava para perceber como tudo isto funciona.
No fundo, em resumo, é tudo muito simples:
- Conhecer quanto ganha e quanto gasta
- Ter um objetivo
- Ser organizado e disciplinado
Estas 7 dicas que lhe dei esta semana podem mudar a sua vida financeira nos próximos meses. Quando mais cedo começar, mais depressa vai ver os benefícios.
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Como percebeu, não tem de ser nenhum especialista em Economia e Finanças. Qualquer pessoa pode, com o mínimo de informação, lidar com os desafios financeiros do dia-a-dia. Basta ter essa vontade. Conto continuar aqui para ajudá-lo no que puder.
Juntos vamos conseguir!
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No livro “Contas-poupança” tem as melhores dicas de poupança reunidas ao longo dos últimos anos de reportagens na televisão e aqui no blogue. É uma verdadeiro manual prático de finanças pessoais que o vai ajudar a colocar as suas finanças no caminho certo. É só clicar AQUI abaixo.
Olá Pedro!
Pessoalmente, estou a dar-me bem com a aplicação destas dicas. No entanto, optei por substituir os envelopes por contas bancárias, com o mesmo objectivo. Como não tenho custos de manutenção, organizei desta forma: uma conta só para transferências regulares e débitos directos e outra para gastos com cartão MB, que ficam TODOS registados em extracto a consultar a qualquer momento em Homebanking. Tenho ainda uma conta poupança (a prazo) para colocar de parte os duo-décimos de pagamentos não mensais, como seguros. Esta acumula ainda o envelope poupança e sempre rende alguns juros (muito poucos). Um dos problemas com que luto é saber onde foi parar o dinheiro que levantei, por isso prefiro os pagamentos electrónicos. No fundo, a opção pelas contas em vez dos envelopes é só uma adaptação. A estratégia é a mesma.
Ainda resta agradecer o aviso acerca do simulador de preços da ERSE. Já mudei e vou poupar cerca de € 500,00 por ano.
Continua o bom trabalho
Valente! Um grande abraço, João.
Boa noite Pedro,
Eu uso, desde 2015, uma aplicação chamada “Inspire Finance” (tanto quanto sei só dá para MacOS), onde coloco todas as despesas por categorias e coloquei também os créditos que tenho (casa e carro). Fica tudo organizado, dá para criar “schedules” semanais, quinzenais, anuais etc.. Através de gráficos dá logo para ver as categorias em que gastamos mais. Eu considero a poupança, o fundo de emergência e o PPR como uma “despesa” obrigatória pelo que o que sobra no fim do mês é o que chamo de “pocket money”. Sabendo quanto vai ser o “estrago mensal” esse valor fica na conta dos débitos directos e noutra conta fica o sobrante que serve para um cartão recarregávél. No final de cada mês o sobrante do “pocket money” vai para outra conta e quando acumula o suficiente, compro uma libra de ouro.