O podcast de sempre, agora mais inclusivo!
Como a literacia financeira é um aspeto fundamental para a boa gestão das finanças pessoais, os podcasts do Contas-poupança tornam-se agora mais inclusivos e passarão a ser publicados também em texto, nomeadamente para incluir a comunidade surda, pessoas que – não sendo surdas – têm dificuldades auditivas e, claro, todos os que ainda não perceberam como funcionam os podcasts ou que simplesmente preferem ler. Estamos também a trabalhar a possibilidade de traduzir o podcast para Língua Gestual Portuguesa, mas essa vai demorar mais tempo.
É o seu podcast de sempre, mas a partir de agora pode escolher lê-lo ou ouvi-lo. Aguardo as vossas criticas e sugestões.
Uma jovem prestes a fazer 26 anos quer saber como pode deixar de pagar comissões bancárias. Compensa aderir a uma conta de serviços mínimos?
[Introdução]
[Pedro Andersson]
Olá! Sou o Pedro Andersson, jornalista especializado em finanças pessoais e este é o Vamos a Contas, o episódio bónus, especial e semanal, do Podcast Contas-Poupança. Aqui respondo às vossas perguntas em áudio que enviaram para o número de Whatsapp que é o 92 775 3737. A sua pergunta é muito importante, por isso, vamos à dúvida desta semana.
[Alexandra, ouvinte do podcast]
Boa-tarde, Pedro. Espero que se encontre bem. Queria, primeiro, agradecer-lhe pelo serviço público de literacia financeira que presta através deste podcast. Sou uma ouvinte regular e isso tem mudado a forma como olho para o dinheiro.
A minha dúvida é relativamente às contas de serviços mínimos. Como funciona, será uma boa opção, há desvantagens ao nível de investimentos e quem as pode ter? No meu caso, vou fazer 26 anos e vou começar a pagar comissões ao meu banco, por isso, estou a equacionar trocar de banco ou recorrer a esta conta de serviços mínimos.
Também tenho uma conta Revolut, que uso essencialmente quando viajo, por isso nem sequer sei se é possível, no meu caso, ter uma conta de serviços mínimos na Caixa Geral de Depósitos. Muito obrigada!
[Pedro Andersson]
Obrigado, Alexandra. É bom saber que o nosso trabalho está a ser útil para ajudar as pessoas a perceber que o dinheiro não é um bicho papão e que podemos viver muito melhor do que vivemos se gerirmos o dinheiro que ganhamos, seja muito ou seja menos, de forma inteligente.
Respondendo à sua pergunta, de facto, aos 26 anos acabam as isenções de comissões de manutenção de conta na maior parte dos bancos. Portanto, foi bom enquanto durou, mas agora acabou esse benesse e os bancos vão começar a cobrar-lhe o máximo de comissões que conseguirem.
Faz parte do modelo de negócio deles e isso não tem nada de mal. Nós continuamos lá e eles pedem para pagar, se quisermos lá ficar, pagamos. Se não quisermos pagar e tivermos essa possibilidade, no meu caso, por exemplo, tenho crédito à habitação na Caixa Geral de Depósitos e, portanto, não posso sair de lá enquanto lá tiver o crédito porque não quero perder as condições que tenho. Tenho de pagar, mas tento pagar o mínimo possível.
O que é uma conta de serviços mínimos?
Mas a pergunta é muito específica. Ora, para quem não sabe o que é uma conta de serviços mínimos, está na lei que qualquer português ou portuguesa, independentemente da idade ou dos rendimentos que tenha – atenção, não é para pobrezinhos, não é para desempregados, não é para sem-abrigo, é para qualquer pessoa –, incluindo se for uma pessoa muito rica. A condição é que só tenha essa conta à ordem em Portugal. Portanto, essa é a condição obrigatória: só ter uma conta à ordem em Portugal.
Depois, há algumas exceções. Por exemplo, para o caso das pessoas que têm mais de 65 anos ou têm uma incapacidade, ou seja, que precisam que os filhos também estejam nessa conta. Basicamente, é para esse tipo de situações, quando as pessoas têm alguém que cuida delas e que tem outras contas. Essas pessoas podem ter outras contas e estar nessa conta de serviços mínimos bancários. Enfim, são exceções.
Mas, de forma genérica, e se só tem uma conta à ordem em Portugal, que foi o que percebi, basta ir ao balcão e dizer que quer o formulário para pedir a conta de serviços mínimos bancários, assina, entrega e eles têm de tratar. Agora, atenção, porque há pessoas que acham que só têm uma conta bancária, mas depois têm mais. Por exemplo, basta estar na conta dos seus pais ou ter uma conta com os seus filhos, para contar como titular noutras contas. Portanto, já não se aplica.
Mas para quem tenha essa oportunidade é ótimo, porque é uma conta perfeitamente normal e só paga cerca de cinco euros por ano. Dá cerca de 30 cêntimos por mês e o cartão multibanco é gratuito. Portanto, não paga anuidade do cartão multibanco e não está a pagar cinco, seis, sete ou oito euros por mês mais as transferências que faz – que podem ou não estar incluídas, depende do seu banco –, em vez disso, paga só 30 cêntimos por mês.
Portanto, é claramente uma opção fantástica para pessoas que não precisem de uma conta XPTO, podem lá receber o ordenado sem problema, pode ser jovem, é uma excelente opção. E sobretudo para idosos ou reformados, veja com os seus pais, com os seus avós, se não estão a pagar comissões desnecessárias no caso de terem uma única conta à ordem.
É possível ter mais contas à ordem se forem de bancos estrangeiros?
Quanto à Revolut, não há problema nenhum, na medida em que seja cliente na parte internacional. Como é que sabe isso? Basta ver o IBAN dessa conta. Qualquer outra conta que tenha noutro banco, se o IBAN começar por PT50, é porque é uma conta bancária à ordem em Portugal. Se for Revolut, mas tiver um IBAN estrangeiro, pode ter mil contas noutros países europeus, porque isso não afeta a conta de serviços mínimos bancários.
Por exemplo, eu sou cliente de um banco espanhol que está em Portugal, mas o IBAN é espanhol. Portanto, eu podia ter uma conta de serviços mínimos na Caixa Geral de Depósitos e ter também essa conta num banco espanhol e gerir no meu dia-a-dia, porque esse IBAN é de Espanha.
Ou seja, teria uma conta à ordem em Portugal e uma em Espanha, pelo que podia perfeitamente ter uma conta de serviços mínimos bancários. Isto aplica-se a qualquer conta em qualquer banco fora de Portugal. Pode ter sem qualquer impedimento.
Que alternativas tem além das contas de serviços mínimos?
Agora, o que lhe quero dizer é que há dois bancos em Portugal – e isto não é publicidade –, que são completamente gratuitos. São o AtivoBank, ligado ao Millennium BCP e o Moey, ligado ao Crédito Agrícola. No fundo, são os bancos digitais desses dois bancos e são mesmo gratuitos, ou seja, não paga comissões de manutenção de conta, não paga pelas transferências que faz, não paga anuidade do cartão multibanco e não paga anuidade do cartão de crédito.
Portanto, confirme isso junto desses bancos e se conhecer mais algum assim, por favor partilhe. A ideia é dizê-los todos. O Banco CTT, em tempos, já foi completamente gratuito, mas depois começou a cobrar pelo cartão multibanco e, portanto, fechei a conta.
Eu tenho conta em dez bancos e só pago comissões de manutenção de conta na Caixa Geral de Depósitos. Mas porque é que não pago? Porque não quero ter cartões multibanco desses bancos, porque se quisesse teria de pagar a anuidade desses cartões. Ou seja, o que faço é que trato de tudo através da internet e do telemóvel.
Portanto, se esse for um critério para si, basta fazer domiciliação de ordenado ou fazer uma transferência específica mensalmente para um determinado banco e está isento de comissões. Isso acontece em relação a um dos bancos em que tenho conta, mas, portanto, tem é de descobrir junto dos bancos.
Ou seja, vai aos bancos que lhe interessam e pergunta que requisitos precisa de preencher. Vê que condições lhe apresentam e se lhe interessar faz. É tão simples quanto isto. Portanto, conta de serviços mínimos bancários, sim, força, seja qual for o banco, porque todos em Portugal são obrigados a prestar esse serviço aos clientes. Informe-se sobre isso.
Não se esqueça que só pode ter uma conta à ordem em Portugal, mas fora isso tem dois bancos completamente gratuitos em Portugal e tem as contas bancárias no estrangeiro. Há uma conta bancária que rende 4% à ordem, que é do Trade Republic, creio que é um banco alemão que está registado e é supervisionado pelo Banco Central Alemão. Há muitas pessoas que estão a aderir a essa poupança e a esse banco, mas lá está, pode fazer alguma confusão utilizar para o nosso dia-a-dia um banco alemão. A mim, particularmente, faria alguma confusão. Mas se a si não lhe fizer, ótimo.
Já tem aqui várias opções, agora é só escolher. Mas estar a pagar comissões de conta sem necessidade nenhuma, isso é que não.
Muito obrigado por ter estado desse lado em mais um Vamos a Contas. Não se esqueça de subscrever este podcast, de o partilhar com outros, de ativar o sininho, de dar as estrelinhas que entender e de enviar as suas perguntas em áudio para o Whatsapp do Contas-Poupança, que é o 927753737.
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