Covid-19 | Possibilidade de moratórias de crédito serem prolongadas é muito escassa – APB

Escrito por Pedro Andersson

21.04.21

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3 min de leitura

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As moratórias de crédito dificilmente serão prolongadas – APB

Quem ainda mantém a esperança de que as moratórias do crédito à habitação e outras sejam prolongadas mais 6 meses, deve preparar-se para procurar outras alternativas.

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Faria de Oliveira, afirmou ontem ser “muito escassa” a possibilidade de extensão das moratórias bancárias adiantando serem muito baixas as situações de incumprimento devido ao fim das moratórias privadas.

“Neste momento todas as indicações que temos é que não existe praticamente possibilidade nenhuma disso acontecer “, referiu Faria de Oliveira durante uma audição na comissão de Orçamento e Finanças, salientando que tal possibilidade é mesmo “muito escassa”.

Esta audição à APB foi requerida pelo PS no âmbito da discussão na especialidade de um projeto do PCP que prevê o prolongamento por mais seis meses das moratórias e para a extensão do prazo para adesão à moratória pública até 30 de abril.

Faria de Oliveira disse ainda que as moratórias não “são o fim da linha” e que as informações que lhe chegam dos bancos é de um “impacto muito reduzido” desde que terminaram as primeiras moratórias, o que aconteceu em 31 de março, com cerca de 86 mil famílias a retomarem o pagamento dos seus créditos à habitação este mês de abril.

Faria de Oliveira lembrou que o tema das prorrogações das moratórias não está a ser equacionados pela generalidade dos restantes Estados-membros e que a duração média das moratórias é em Portugal de 18 meses, tanto no caso dos particulares como das empresas, o que excede os nove meses médios registados na União Europeia (para particulares) e os seis meses de duração média da UE para as moratórias das empresas.

“Temos aqui uma situação de grande diferença em relação aos outros Estados-membros e isto pode ter outro tipo de implicações designadamente pela perceção de aumento do risco que pode trazer em relação aos supervisores, agências de rating e mercados”, afirmou.

Neste contexto, precisou que qualquer extensão teria “de compreender todos os Estados-membros” e de incidir sobre setores que os afetam a todos, como os que estão relacionados com o turismo que foram dos mais atingidos pela pandemia.

Ainda sobre os primeiros efeitos do fim das moratórias privadas, o presidente da APB referiu que a informação aponta para “um número muito baixo” de casos de particulares atingidos pelo fim das moratórias, sublinhando que, neste momento, os bancos consideram que a situação está sob controlo.

Além disso, sublinhou, os bancos estão a ser proativos no acompanhamento dos clientes, fazendo monitorização das situações e tentando antecipar eventuais dificuldades e soluções para lhes fazer face.

Num quadro em que as moratórias gerais não podem ser prolongadas, a solução passa por esta análise “caso a caso”, em que se procura “antecipar problemas” e evitar que os créditos entrem em situação de incumprimento, e propondo soluções concretas que podem passar pela concessão de novas carências.

Relativamente às empresas — numa altura em que já há algumas que retomaram o pagamento dos juros, mas continuam ainda a beneficiar da moratória no que diz respeito à amortização do capital -, o presidente da APB referiu que os bancos estão disponíveis para dar o seu contributo, podendo esse contributo ter várias configurações “e é isso que está a ser trabalhado”.

Faria de Oliveira afirmou ainda estar confiante que vão ser encontradas medidas que permitam uma “saída ordeira” das moratórias, ou seja, uma saída que preserve as empresas viáveis e que é necessário ser seletivo nas medidas, devendo estas “cada vez mais ser orientadas para os que necessitam e para os setores mais afetados”.

Que alternativas há para quem terminar as moratórias (VÍDEO)


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