EURIBOR | Prestação da casa sobe em janeiro nos contratos com Euribor a três, seis e 12 meses

Escrito por Pedro Andersson

02.01.23

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3 min de leitura

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Prestação da casa sobe em janeiro nos contratos com Euribor a três, seis e 12 meses

A prestação da casa paga no crédito vai subir significativamente para quem tem a revisão da prestição este mês nos contratos indexados à Euribor a três, seis e 12 meses, face às últimas revisões, segundo a simulação da Deco Dinheiro&Direitos.

Euribor a 6 meses

Assim, um cliente com um empréstimo no valor de 150 mil euros, a 30 anos, indexado à Euribor a seis meses e com um ‘spread’ (margem de lucro do banco) de 1%, passa a pagar a partir de agora 678,60 euros, o que traduz uma subida de 184,90 euros face à última revisão em julho — um valor ligeiramente inferior ao agravamento registado nos contratos que renovaram em dezembro.

Euribor a 3 meses

Já no caso de um empréstimo nas mesmas condições (valor e prazo de amortização), mas indexado à Euribor a três meses, o cliente passa a pagar 637,60 euros, mais 82,35 euros.

Estes valores foram calculados tendo em conta as médias da Euribor no mês de dezembro de 2,5601% a seis meses e de 2,064% a três meses.

Euribor a 12 meses

Já nos empréstimos indexados à Euribor a 12 meses, a prestação da casa — para um empréstimo nas condições referidas — será de 717,68 euros a partir deste mês de janeiro, um agravamento de 269,03 euros face ao que pagava desde o mesmo mês de 2022. Neste caso, o valor foi calculado tendo em conta a média da Euribor a 12 meses em dezembro e que foi de 3,018%.

Ao contrário do que sucede no cenário para os contratos indexados à Euribor a três meses, cujo agravamento da prestação mensal é em janeiro ligeiramente inferior à subida observada nos contratos que renovaram em dezembro, nos indexados a 12 meses a subida da ‘fatura’ mensal supera a dos contratos cuja revisão ocorreu no mês passado (251,69 euros).

A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras BCE. Após vários anos em terreno negativo, as Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro. De então para cá o BCE já aumentou as taxas diretoras por quatro vezes, a primeira das quais em julho, sendo este o primeiro agravamento em 11 anos.

As taxas Euribor são o principal indexante em Portugal nos contratos bancários que financiam a compra de casa. A Euribor a seis meses é a mais usada, seguida da taxa a três meses. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Perante o agravamento do custo com os créditos à habitação, o Governo aprovou um diploma que enquadra as condições em que os bancos devem propor aos clientes uma renegociação do crédito de forma a evitar situações de incumprimento. As medidas vigoram entre 26 de novembro de 2022 e o final de 2023. No âmbito deste pacote de medidas é ainda suspensa a cobrança de comissões aos clientes que pretendam amortizar o empréstimo em parte ou na totalidade.

EURIBOR | Lei da renegociação do crédito à habitação já está em vigor – Como funciona?

No âmbito deste pacote de medidas é ainda suspensa a cobrança de comissões aos clientes que pretendam amortizar o empréstimo em parte ou na totalidade.

PODCAST | #141 – Se baixar o spread, o banco pode subir a minha prestação da casa? (A pergunta do Bruno)


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12 Comentários

  1. Teresa Silva

    Boa tarde caro Pedro
    Estou a comprara casa, e estou a pedir crédito à habitação.
    A minha grande duvida é se devo fazer taxa fixa a 5 anos ou taxa variavel euribor a 6 meses. Consegue ajudar-me
    Stt Teresa

    Responder
    • Pedro Andersson

      Olá. Não há uma resposta certa. Deve seguir a sua intuição e as suas possibilidades financeiras:)

      Responder
    • Patrícia Rebordão

      Boa tarde Pedro

      Estou em processo de transferência do crédito habitação para outro banco.

      Segundo as novas medidas, não tenho que pagar comissões ao banco no qual vou liquidar o crédito, correto?

      Outra dúvida é a seguinte: tenho duas propostas do mesmo banco, uma de taxa fixa a 2 anos e outra a 5. É expectável que estes valores de euribor se mantenham tão altos mais do que 2 anos?

      Obrigada

      Responder
  2. João Ferreira

    Boa tarde. Sou leitor/ouvinte assíduo do Pedro Andersson.
    Gostaria de colocar uma questão:
    Com a actualização da prestação da casa devido ao aumento da Euribor, para valores que antes já havia calculado, estou a estranhar o facto de o valor que é abatido mensalmente ter baixado para metade. Isto verificou-se dia 2 de Janeiro. Tenho alguns testemunhos semelhantes de amigos e colegas.
    Esta diminuição do valor que é abatido, não tendo havido qualquer negociação, vai fazer estender o prazo do crédito habitação?

    Obrigado!
    Cumprimentos,
    João Ferreira

    Responder
  3. Carla Carvalho

    Caro Pedro

    Gostaria de saber onde consultar os valores diários da taxa euribor a 3m e 6m. Obrigado

    Responder
    • Pedro Andersson

      Olá. Basta pesquisar no Google “euribor rates”. Felicidades!

      Responder
  4. Regina Gusmão

    Boa tarde Pedro,
    Gostaria de saber se, perante a situação atual relativa aos empréstimo para habitação própria, para quem tem já não tem um montante “tão avultado” em dívida valerá a pena liquidar o empréstimo. Pergunto, pois há benefícios fiscais para quem está a pagar o empréstimo e ninguém me sabe dizer se compensa pagar tudo o que está em dívida vs pagar um pouco mais de prestação mensal e auferir da vantagem desse mesmo pagamento.
    Obrigada pela atenção e desejos de bom ano

    Responder
    • Pedro Andersson

      Olá. Pode deduzir 15% do valor dos juros no IRS com um limite máximo anual de 296 euros. É fazer a conta ao valor dos juros que pagou em 2022 e quanto nao pagaria se amortizasse o crédito.

      Responder
    • José Alves

      Para obter a resposta tem de calcular os juros que paga atualmente pelo empréstimo mais o seguro de vida e comparar com os benefícios fiscais que indicou mais o possível rendimento gerado pelo dinheiro que vai usar para liquidar o empréstimo e também quantificar quanto vale para si o facto de ficar sem esse dinheiro para acorrer a uma possível necessidade

      Responder
  5. José Alves

    Para obter a resposta tem de calcular os juros que paga atualmente pelo empréstimo mais o seguro de vida e comparar com os benefícios fiscais que indicou mais o possível rendimento gerado pelo dinheiro que vai usar para liquidar o empréstimo e também quantificar quanto vale para si o facto de ficar sem esse dinheiro para acorrer a uma possível necessidade

    Responder
  6. Daniela

    Bom dia. Tenho uma pergunta relativamente à FINE que é assinada aquando a contratação do crédito habitação. Temos consciência de quanto iremos pagar caso as taxas subam 1 ou 2%. O momento que estamos a viver extrapola estas percentagens. Este documento não regula nada entre o banco e o contratante? Obrigada pela sua resposta.
    Cumprimentos

    Responder
    • Pedro Andersson

      Olá. Nao. É uma previsão. Mas ultrapassando o valor da Fine pode acionar o decreto-lei, mas vai parar ao PARI.

      Responder

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