Poupança das famílias atinge máximo de 14,2% do rendimento disponível no 1.º trimestre – INE
A taxa de poupança das famílias aumentou para 14,2% do rendimento disponível no primeiro trimestre, período de confinamento devido à covid-19, atingindo o valor mais alto das séries das contas nacionais do INE, divulgou hoje o instituto.
Ou seja, em contas simples, as famílias portuguesas pouparam (não conseguiram gastar) 140 euros por cada 1.000 euros que ganharam mensalmente. Se ambos no casal ganharam 1.000 euros cada um, conseguiram em média, reservar 280 euros por mês nos primeiros 3 meses do ano.
Naturalmente, são médias e aplica-se a imagem recorrente do frango para duas pessoas: se um comer o frango inteiro e o outro nada, em média cada um comeu meio frango. A realidade é diferente. É o problema das estatísticas.
Mas, por outro lado, permite-nos perceber tendências. E eu tenho a ideia de que realmente, os portugueses (em geral) nunca pouparam tanto como nestes dois anos. Não é uma poupança consciente, é porque foram mesmo obrigados pelas circunstâncias.
Quem me dera que tivesse sido consciente. Teríamos avançado 5 ou 10 anos em literacia financeira, como avançámos em literacia digital 5 ou 10 anos nestes meses de confinamento. Será que aprendemos a lição? Hummm… Uns sim, outros não.
Este blogue é para os que aprenderam alguma coisa ou que querem vir a aprender. Os outros continuarão alegres (ou tristes) a sua vida com a satisfação imediata do gastar tudo o que têm ou a queixarem-se interminavelmente até ao fim da vida de que o dinheiro nunca chega para nada.
Aprendeu alguma lição com a crise?
Esta situação permite tornar claro que é possível poupar, com maior ou menor sacrifício, é certo. E que é possível poupar 14% do que os portugueses ganham todos os meses. Eu sugiro 10% no mínimo. Consegue? Já tentou fazer planos para isso, em vez de pensar que não dá e desiste logo?
A anterior taxa de poupança era 12,8% no trimestre anterior(outubro, novembro e dezembro de 2020), atingindo-se agora o valor máximo nas atuais séries de Contas Nacionais, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os dados refletem sobretudo a redução do consumo privado durante os primeiros três meses do ano, em que foi decretado confinamento devido à pandemia.
A taxa de poupança das famílias de 14,2% do rendimento disponível “foi consequência da redução de 1,7% da despesa de consumo”. Por outras palavras, de uma forma simples, a poupança dos portugueses deveu-se a gastar menos. Só isso.
Pode aproveitar esta oportunidade na sua vida para estabelecer prioridades de consumo na sua vida e na sua família? Pode definir um objetivo de poupança todos os meses daqui para a frente? Não precisa ser 14%. Comece por 5%, e depois avance para os 10%.
VÍDEO | Qual é a poupança com capital garantido que rende mais no mercado português?
Vai ser que o que custa é começar. O seu “eu do futuro” vai agradecer.
Obrigada, Pedro. Gosto dos seus textos simples e motivadores. Fiz o meu primeiro orçamento (muito básico) quando comecei a trabalhar e fui aperfeiçoando consoante as necessidades. Não gosto de viver no fio da navalha, por isso acho que nunca mais conseguiria viver sem orçamento. Concordo tanto com o que diz e acho que realmente as pessoas podiam aprender alguma coisa com este tempo que passamos sem poder gastar, logo, a poupar. Poupe-se (nem que seja) pouco, mas poupe-se sempre, é esse o meu lema também!