Painel solar fotovoltaico – Balanço de Janeiro de 2021 (mês #50)

Escrito por Pedro Andersson

14.02.21

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7 min de leitura

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Balanço do mês de janeiro de 2021

Como sempre, anualmente janeiro é o mês da recuperação. Os dias começam a ficar maiores, logo a  produção do painel começa a aumentar também. Agora é sempre a subir até agosto e depois volta a descer até dezembro.

O meu painel produziu 20 kWh em janeiro. Mais do que no mesmo mês do ano passado, mas menos do que nos anos anteriores a 2020. Terá a ver apenas com a meteorologia de cada um desses meses. Não vejo aí nenhuma outra explicação mais complicada. Nunca saberá quanto vai produzir em cada mês. Depende sempre das nuvens, não do sol, que é sempre o mesmo.

Saiba que 20 kWh é o equivalente a ter o aquecedor a óleo ligado no máximo durante 13 horas. 

Desperdicei 6% para a rede. É um bom valor. Quer dizer que até agora foi uma boa opção ter optado por apenas um painel. Mas estou a pensar seriamente em colocar outro (um segundo) porque estamos cada vez mais tempo em casa durante todo o dia. Durante o confinamento teria sido espetacular se tivesse 4 ou 5 painéis.

Escrevi um artigo esta semana sobre o preço dos painéis solares e suscitou uma curiosidade extraordinária. Pode lê-lo aqui, se ainda não teve a oportunidade de o fazer.

NOTA PERMANENTE: Como já sei que muitas pessoas vão perguntar, comprar baterias (mais 6 painéis para ser suficiente para carregar as baterias) custar-me-ia vários milhares de euros. Eu não tenho esse orçamento e demoraria décadas a recuperar o investimento. Assim, o “acordo” com a E-Redes (como se chama agora a EDP Distribuição) é consumir em tempo real o que o painel fotovoltaico produz e o que não consumir é oferecido para a E-Redes vender aos outros consumidores. Essa opção é boa para soluções “off-grid”, ou seja em locais isolados sem acesso a eletricidade da rede.

Os números de janeiro de 2021

Tem aqui abaixo o gráfico da produção do painel ao longo dos meses mais recentes. Para quem está aqui pela primeira vez, ou recentemente, quero relembrar que o painel solar instala-se no telhado (aparafusa-se), aponta para sul e a tomada que sai do painel liga a uma tomada normal em sua casa (no meu caso é na tomada da arrecadação junto ao telhado, uma vez que moro num andar a meio do prédio). Tem AQUI o Vídeo com a instalação do meu painel. Sempre que há sol ele produz eletricidade. É como se fosse um frigorífico, só que em vez de gastar eletricidade, injeta eletricidade em minha casa.

A sua casa consome sempre primeiro a energia do painel. Portanto, se ele produzir o suficiente para o frigorífico e uma ou duas luzes ligadas, não vai buscar nada à “EDP”. É eletricidade de “graça”. Só tem de levar em conta o investimento. 

Como pode ver, o painel produziu exatamente 20,429 kWh em janeiro.

Tem a seguir o gráfico que mostra os dias. Como pode ver, em janeiro os dias já foram melhorzitos do que em dezembro. Houve dias maus, mas os que foram bons, foram quase “perfeitos”.

As contas

O que o painel fotovoltaico de 250 W produziu em janeiro representou 3,47 € de poupança na minha fatura da luz, se tivesse consumido tudo o que o painel produziu no mês passado. Tive um desperdício exato de 6,46%, contabilizados pelo meu aparelho que mede tudo minuto a minuto.

Aproveito para lhe recordar este artigo sobre como os vendedores podem tentar fazer com que compre mais painéis do que aqueles que precisa.

Neste momento, o meu desafio é juntar todas estas formas de poupança diferentes para deixar de pagar eletricidade durante muitos anos. Explico neste artigo como estou a planear passar a ter faturas de eletricidade quase a zero. Ainda não consegui, mas vou no bom caminho.

Se tivesse consumido tudo o que o painel produziu teria já poupado até agora 318,83 €. O retorno do investimento continua nos 8 anos. Pelo preço dos painéis hoje, já estaria pago. O meu foi barato na altura, mas caro para os dias de hoje (tudo ficou-me em 620 euros, com instalação e material extra).

No gráfico abaixo tem a produção total do painel em kWh. Não é influenciado pelo preço que pago pela eletricidade.

Este gráfico é importante porque a poupança em dinheiro é uma coisa, mas a eletricidade que ele produz é outra. Eu posso produzir mais eletricidade, mas se o preço da eletricidade baixar, a minha poupança vai ser igual ou inferior. Assim consigo comparar as duas coisas e ao mesmo tempo avalio a eficiência do painel para saber se devo acionar a garantia ou não. Se a eficiência baixar para os 80% antes de 20 anos dão-me uns novos.

Até agora, os picos máximos nestes 4 anos mantêm- se iguais, logo não tenho nenhuma razão para reclamar. Estão bons. Não gasto 1 cêntimo em manutenção. Vou ao telhado duas vezes por ano passar um pano para tirar a poeira.

Compensa comprar um painel solar?

Como não consumo tudo o que o painel produz, com o aparelho de medição de consumos que tenho instalado e que mede a exportação de eletricidade, sei que em janeiro “desperdicei” exatamente 6,46%. É razoável. Gastei em tempo real praticamente  93% da eletricidade que o painel produziu. 

As barras são a quantidade de eletricidade que desperdiço para a rede. Se não gastar aquela eletricidade no segundo em que é produzida vai para a “EDP”/E-Redes vender a si. E eu não ganho nada com isso.

Aqui tem o meu desperdício por mês. Como pode verificar, Agosto por ser mês de férias e com a casa mais vazia, o desperdício foi quase de 25%. Nos meses normais, com apenas um painel, tenho um desperdício de 5% ou 6 %. Agora imagine alguém que tem 4 ou 6 painéis (por indicação da empresa instaladora)  a quantidade de desperdício que tem, pensando que está a poupar.

Feitas as contas, dei à rede em janeiro 0,22 € (que não poupei). Não me parece ser muito relevante.

É por estas contas que deve avaliar bem se precisa mesmo mais do que um painel solar. Um, pode e deve ter de certeza, diria. Dois ou mais, só os deve instalar se tiver a certeza de que tem gente ou equipamentos elétricos suficientes para gastarem a energia que vai estar a produzir em tempo real (nas horas de mais sol).

Assim, o retorno real (o chamado break even) continua pelas minhas contas perto dos 9 anos (reais). Fiz as contas à média do desperdício em 2020 e foi de 7,4%. Muito melhor do que os 20% que eu estimava ” a olho” antes de ter o aparelho que mede o desperdício.

Depois de passado esse tempo (9 anos), o painel estará pago e terei pelo menos mais 15 anos de “lucro”. Veremos se é assim. Mensalmente continuarei a fazer aqui o balanço para o ajudar a avaliar se deve ou não comprar um (ou vários) painéis solares.


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3 Comentários

  1. Pedro

    Excelente Artigo!!!

    Responder
  2. Horacio Oliveira Romão Fernandes

    Bom artigo, gostaria de ver a analise da energia que vai para a rede e que por incuria ou propositadamente da parte da e-redes é contabilizada como consumo. Os contadores ditos inteligentes têm através da sua programação a possibilidade de realizar o netmetering ou não, e deste modo estarem a contabilizar a injeção dos UPAC como energia consumida. Contactada a e-redes, dizem que o caso está para analise e não dão solução ao problema. Uma analise aprofundada da equipa do contas poupança seria bem vinda, para quem investiu no solar fotovoltaico e não vê as suas espectativas realizadas.

    Responder
  3. Sergio

    Bom dia.
    Infelizmente não consigo aceder aos links externos que foi deixando ao longo deste artigo 😒.
    Obrigado pelo seu feedback

    Responder

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