O podcast de sempre, agora mais inclusivo!
Como a literacia financeira é um aspeto fundamental para a boa gestão das finanças pessoais, os podcasts do Contas-poupança tornam-se agora mais inclusivos e passarão a ser publicados também em texto, nomeadamente para incluir a comunidade surda, pessoas que – não sendo surdas – têm dificuldades auditivas e, claro, todos os que ainda não perceberam como funcionam os podcasts ou que simplesmente preferem ler. Estamos também a trabalhar a possibilidade de traduzir o podcast para Língua Gestual Portuguesa, mas essa vai demorar mais tempo.
É o seu podcast de sempre, mas a partir de agora pode escolher lê-lo ou ouvi-lo. Aguardo as vossas criticas e sugestões.
Onde é que o dinheiro rende mais?
[Introdução]
[Pedro Andersson]
Olá! Sou o Pedro Andersson, jornalista especializado em finanças pessoais, e este é o Vamos a Contas, um episódio bónus, especial e semanal do Podcast Contas-poupança. Respondo às vossas perguntas em áudio que enviaram para o número do Whatsapp 92 775 37 37. A sua pergunta é muito importante! Vamos à dúvida desta semana?
[Manuel, ouvinte do podcast]
Bom dia, senhor Pedro Andersson! Daqui fala Manuel Lima e a minha pergunta é a seguinte: tenho algum dinheiro investido em certificados de aforro, classe E, como sabe, é um investimento seguro, mas também sabe aquilo que rende. A minha pergunta é se acha que devo investir em produtos mais arriscados? Por outro lado, tenho um certo receio de perder devido à minha idade, que são 60 anos, e que depois se torne tudo mais difícil para recuperar o dinheiro que até agora consegui amealhar. Gostava de saber a sua opinião sobre isto. Obrigado!
[Pedro Andersson]
Olá Manuel! Muito obrigado pela sua pergunta e achei sobretudo interessante, porque quando disse a sua idade e disse que já estava nos 60 anos, de facto, há uma altura na nossa vida em que temos de ter cuidados adicionais em relação à forma como lidamos com o dinheiro.
Quem segue o Contas-poupança já há muitos anos, sabe que há uma altura da nossa vida em que devemos arriscar bastante ou podemos arriscar bastante. Devemos porque temos muitos anos pela frente, 10, 15, 20, 30 ou 40 anos pela frente para compensar os momentos de queda nesses investimentos mais voláteis, normalmente relacionados com a bolsa ou com o imobiliário. Mas há uma altura em que temos de começar a reduzir esse risco e diria que os 60 anos são uma idade em que já não deve arriscar demasiado.
Ainda pode arriscar alguma coisa, mas que alternativas é que tem aos certificados de aforro da série E, que rendem 3,5% mais os prémios de permanência, portanto, com o passar dos anos, pode chegar aos 4%, portanto, diria que deve manter lá esse seu dinheiro.
Que alternativas é que tem? Tem, por exemplo, um depósito no Bankinter que no primeiro ano rende 5% à ordem, mas tem de transferir 800 euros por mês. Não tem de ser o seu salário, faz uma transferência de no mínimo 800 euros por mês e depois pode voltar a retirar se quiser, mas tem de fazer essa transferência e durante esse primeiro ano não tem comissões de manutenção da conta.
Ou seja, recebe os 5% ao ano, o que é muito bom, e no segundo ano, mantendo essa transferência mensal que fiz de forma automática para não me esquecer, passa para 2% ao ano. Portanto, aí volta a compensar ter os certificados de aforro, mesmo que sejam da série F, que rendem no máximo 2,5%.
Mas aquilo que quero dizer é que se tiver dinheiro novo, dinheiro fresco, para já não mexa nos certificados de aforro. Não sei quais são os valores que lá tem, mas partindo do princípio que são valores razoáveis e que são aqueles com os quais está a contar para a sua reforma, diria para não mexer nesse dinheiro se tiver dinheiro fresco.
Porque para esse dinheiro fresco tem, por exemplo, depósitos ainda a rondar os 4% do Banco BAI Europa, o Banco Atlântico Europa também com 4%, ou perto disso, também tem o Open Bank com depósitos de 3,6%, portanto, um bocadinho melhor do que os certificados de aforro, e depois daí para baixo tem ainda mais alguns depósitos que pode considerar.
Quero referir-lhe também que se tiver literacia digital, souber mexer na Internet, nos telemóveis, em computadores, pode abrir conta, por exemplo, na Trade Republic, que é um banco alemão supervisionado pelo Banco Central alemão, que está a render 3,75% à ordem, portanto, é dinheiro que não fica parado e rende ao dia, mas depois anualizado dá 3,35% até há bem pouco tempo era 4%. O melhor que conseguirá nesta altura é 4% para o seu dinheiro em depósitos a prazo, que dependerão do valor disponível e do tempo que fica parado. Mas mais do que isso, dificilmente conseguirá.
Aquilo que quero dizer é, partindo do princípio que nós, depois da nossa reforma, ainda vamos viver mais 20 anos, diria que se quiser arriscar uma pequena parte do seu património, vamos imaginar 10% ou 20% do dinheiro poupado que tem e quiser arriscar, por exemplo, num ETF SP500, por exemplo, poderá fazê-lo.
Poderá investir num fundo PPR que já não será para a sua reforma, mas que tem um gestor, tem uma entidade que controla, pode olhar para os rendimentos passados e sabendo que nos próximos anos pode haver uma nova crise, uma ameaça de uma terceira guerra mundial, uma hecatombe económica no mundo e que esse dinheiro não lhe fará falta nessa altura, porque se precisar, pode ir buscar aos certificados de aforro, se isso for confortável para si, é uma possibilidade, é sempre possível pôr o nosso dinheiro a render.
Também tem plataformas de crowdfunding que também têm o seu risco, por exemplo, a Raise, a Go Parity, a Bondora, a Housers, pesquise na Internet estes nomes e vai perceber o que é. Também tenho artigos sobre todas elas em contaspoupanca.pt, e rendem 5, 6 ou 7%, em média, por ano. Mas lá está, tem um risco de haver entidades a quem está a emprestar o dinheiro que depois não lhe devolvam a totalidade do dinheiro ou que deixem de pagar aquilo que ficou combinado, mas diria que poderá sempre arriscar alguma coisa, mas uma pequena parte do seu património.
Com 60 anos já não é a idade ideal para correr grandes riscos. É encarar isto como normal, é pensar que tive o meu tempo, não tinha literacia financeira na altura para aproveitar da melhor maneira possível, fiz o meu melhor e este dinheiro que tenho agora vou viver com ele e com a rentabilidade que tiver.
Em resumo, não arrisque mais do que 10%, 15%, 20% do seu património, sabendo que poderá ter sobressaltos nos próximos anos e que poderá não conseguir recuperar a tempo se houver quebras muito grandes nesses investimentos. Se isso for demais para si, então não arrisque nada.
Procure todos os anos os melhores depósitos a prazo, os melhores certificados de aforro ou do Tesouro, conforme a altura em que o seu dinheiro ficar disponível e vá investindo, o pouco que for, em produtos que tenham um risco adequado ao seu perfil, é a resposta que lhe posso dar. Cada caso é um caso, depende dos valores, mas sobretudo fica este alerta: a partir dos 60, não corra riscos desnecessários. Já bem basta o risco que a vida nos traz quando chegamos a essa altura.
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Aproveite a minha boleia financeira (gravo em áudio uma “conversa” no carro enquanto faço as minhas viagens e faço de conta que você vai ali ao meu lado) e veja como pode aumentar-se a si próprio. São uma espécie de programas de rádio para escutar enquanto faz outras coisas. Subscreva o podcast na plataforma em que estiver a ouvir para ser avisado sempre que houver um episódio novo. Não estranhe ouvir o motor do carro, buzinadelas e o pisca-pisca. Faz parte da viagem.
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Boa viagem e boas poupanças!
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Cuidado ao falar na Housers. Eu descartava qualquer investimento la.
Ultimamente o portal da queixar esta cheio de reclamacoes deles.