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Seguro automóvel | Uma seguradora aceitou baixar, a outra não. E agora?

A minha segunda seguradora não aceitou fazer desconto por causa da Covid-19 Acabo de receber a resposta da Allianz ao meu pedido de abatimento do prémio do seguro automóvel porque a minha mulher esteve com o carro parado na garagem durante 3 meses no período do Estado de Emergência. Ela é professora e esteve todo […]

Seguro automóvel | Uma seguradora aceitou baixar, a outra não. E agora?

A minha segunda seguradora não aceitou fazer desconto por causa da Covid-19

Acabo de receber a resposta da Allianz ao meu pedido de abatimento do prémio do seguro automóvel porque a minha mulher esteve com o carro parado na garagem durante 3 meses no período do Estado de Emergência. Ela é professora e esteve todo esse tempo a dar aulas por videoconferência e só ia de vez em quando dar à chave da ignição para manter a bateria a funcionar. Estes pedidos basearam-se na Lei 20 de 12 de Maio que pode ler aqui.

Pedi o mesmo à minha outra seguradora (Caravela) e, sendo a minha situação menos “grave”, deram-me um desconto na anuidade que agora renovou. Fiquei satisfeito enquanto cliente. Sublinho que nenhuma seguradora é obrigada a fazer isto a clientes que não tiveram quebra de rendimentos ou que não estiveram em lay off. Mas mesmo assim a “Caravela” fez-me esse desconto. Nada de muito relevante: 14 euros. Se é apenas um desconto de retenção “normal” ou não, não vou discutir. Para mim é irrelevante o nome que lhe deram internamente. Foram inteligentes.

No caso da Allianz a resposta foi negativa. Não me fazem nenhum desconto. Abaixo tem a resposta deles ao meu pedido.

O  regime  previsto  no  Artigo  3º do DL 20-F/2020 de 12 de Maio apenas se aplica a empresas ou empresários em nome individual, que  desenvolvam  determinada  atividade  económica,  e apenas a seguros  que  cubram  riscos dessa atividade, sempre na condição dessa   mesma  atividade  estar  suspensa  ou  ter  sofrido  uma significativa  redução  em  resultado  das  medidas de combate ao COVID-19.

Apenas  poderemos  aceitar o pedido no caso do Tomador nos enviar comprovativo que a sua atividade:

a).  se encontra suspensa (indicar período) ou em regime de layoff;

b).  cujos  estabelecimento  ou  instalações  ainda  se  encontrem encerradas ou c. cujas atividades se reduziram substancialmente, em  decorrência  direta  ou  indireta  das  medidas excecionais e temporárias adotadas em resposta à pandemia da doença COVID-19.

Melhores cumprimentos,

Novo sublinhado: a resposta da Allianz é totalmente legal. Estão a seguir estritamente a lei. A lei só os obriga a dar descontos a quem está nas condições que eles descrevem na resposta. Não tenho sequer intenção de rebater esta resposta porque não tenho argumentos válidos para isso baseando-me apenas na lei.

Acontece que uma coisa é a resposta legal, outra coisa (para mim) é a atenção que dão ao cliente. De acordo com a ASF, 7 seguradoras recusaram dar qualquer desconto aos seus clientes e 11 decidiram dar descontos. Pelos vistos a minha (Allianz) é uma dessas 7 que não estão dispostas a dar descontos.

Portanto, esta resposta negativa perfeitamente legal – repito – é a razão que me vai levar a pedir (já pedi) ao meu mediador para me procurar noutra seguradora um seguro igual ou melhor e mais barato na próxima renovação. No meu caso particular, ficariam a perder 20 ou 25 euros este ano se aceitassem o meu pedido, assim vão perder 300 euros todos os anos durante vários anos até que me façam uma proposta melhor do que a que tiver na altura.

Serve este breve relato para vos transmitir duas lições que tirei para mim:

  • Todos os anos e sempre que surgir oportunidade, como agora com esta lei da pandemia, devem renegociar todos os vossos seguros. Trocar todos os anos de seguradora (para melhor e mais barato, naturalmente) é a melhor ferramenta financeira para poupar todos os anos nos seguros. Há sempre uma seguradora disposta a fazer-lhe um desconto maior para ficar consigo como cliente. Outra é ver se não tem seguros repetidos ou com coberturas de que não precisa, mas isso é para outro artigo.
  • A outra reflexão que lhe quero deixar é que o consumidor português tem de perceber que tem um enorme poder nas mãos que tem vergonha de usar. É você quem decide quanto quer pagar pelo seu seguro automóvel e não a seguradora. Certo? Costumamos pensar ao contrário. Ouço muitas vezes as pessoas dizer que não pensam sequer mudar de seguradora para não perderem os “bónus” de anos e anos como clientes. Mas já fizeram mesmo as contas a quanto é que estão a poupar anualmente com esses tais “bónus”?

Já pensou alguma vez que o que está a poupar por não mudar de seguradora durante anos a fio, se calhar é 100 euros a mais do que se começasse do “zero” noutra seguradora?

Eu corro as seguradoras todas. E só mudo quando consigo mais uma cobertura ou as mesmas, mas com valores maiores pagando o mesmo ou menos. Faço isto há pelo menos dez anos, quando acordei com as reportagens do Contas-poupança.

Isso dá muito trabalho…

A melhor parte é que normalmente não tenho trabalho rigorosamente nenhum. É para isso que servem os mediadores. Trabalho com um que é mediador de várias seguradoras e não de apenas uma. Assim, peço todos os anos o melhor preço para cada um dos nossos dois carros e ele dá-me a melhor opção face à promoção melhor que alguma delas estiver a fazer nessa semana. Depois é só deixar de pagar a antiga e pagar o prémio da nova. Tão simples quanto isso.

Nos primeiros anos tinha descidas de 70, 50, 30 euros a cada ano. Neste momento já não consigo baixar mais do que um determinado patamar, senão qualquer dia não pagava nada. Tenho descidas, atualmente, de 15, 20 ou 30 euros, mas na maior parte dos casos opto por pagar o mesmo mas com melhores coberturas. É outra forma de poupança.

Há quanto tempo não renegoceia os seus seguros do carro?



Disponível online, livrarias e supermercados.