
De 6 em 6 meses poupo (ainda mais) na fatura do gás
Dou esta dica de 6 em 6 meses. E é das dicas de poupança mais básicas e fáceis de aplicar que há.
Hoje foi o dia. Faço isto sempre que chega a Primavera e volto a fazer o contrário quando chega o Outono.
Com a chegada dos dias mais quentes deixa de ser necessário (com todo o conforto) ter a temperatura da água tão quente no esquentador ou na caldeira. Para quê gastar m3 de gás (ou eletricidade) para ter água a ferver se depois tem de misturar água fria?
Baixe a temperatura do esquentador
Como aprendi esta dica? Em 2016, tive de chamar um técnico a casa para fazer uma inspeção à canalização do gás. O homem, muito simpático, chegou ao pé do esquentador e disparou: “Sabe que está a gastar uma brutalidade de gás sem necessidade, não sabe?”.
Podem não ter sido estas as palavras (a parte técnica dispensei-a toda), mas foi o que eu percebi. Afinal, com tanta dica de poupança que partilho, como é que estou a desperdiçar gás todos os dias?
Simples. Nós raramente abrimos a porta do esquentador e olhamos para ele. Ligamos a água quente e esperamos que saia água quente da torneira, certo?
Só vamos verificar o esquentador quando a água sai fria, pelo menos é assim comigo. Ora o meu esquentador, sabe-se lá porquê, estava a debitar água naquela altura a 54 graus.
A consequência natural de tão alta temperatura é que, no duche ou no banho da família toda, com água demasiado quente é preciso misturar água fria. E para quê?
Na prática, para exemplificar, é como se estivesse a gastar 2 pinheiros para fazer uma fogueira para assar uma sardinha. Estou a gastar todos os dias gás a mais para aquecer a água a 54 graus quando o corpo humano considera confortável a água a 40 graus ou no Verão até (muito) menos. Depende dos gostos de cada um.
Reduza 4 ou 5 graus
Basta baixar a potência do esquentador para 42 ou 43 graus (a água arrefece a caminho do chuveiro) para não ser preciso estar a gastar tanto gás para depois simplesmente a arrefecer juntando água fria. Um desperdício de que não me tinha apercebido. Hoje coloquei a 40 graus. E chega perfeitamente.
Depois deste episódio, li que há uma indicação de que por cada grau que baixarmos o esquentador o consumo de gás pode baixar 7% (há um limite de temperatura em que essa conta deixa de ser proporcional, como é evidente).
Portanto, aprendi a lição. Pelo menos a cada Primavera, ou a cada semestre vou colocar um alerta no telemóvel para verificar se a temperatura a que sai a água do esquentador está em limites razoáveis. E já agora encurte o tempo do duche. Tenho um aparelho que, quando atinge os 35 litros, apita tipo alarme (raramente paro o duche por causa disso, mas acho piada).
Não descansei enquanto não fiz as minhas contas.
Coloquei o meu esquentador no máximo (60º C) e sentei-me em frente ao contador do gás. Em 10 minutos, gastou 0,27 m3 de gás.
Logo a seguir, baixei a temperatura da água para 42ºC e meti os miúdos no banho. Nos mesmos 10 minutos, o contador registou um consumo de apenas 0,15 m3 de gás.
O mesmo banho, metade do custo
Conclusão, para o mesmo banho/duche de 10 minutos com água a correr é possível baixar os custos da fatura do gás para quase metade.
Um banho por dia, com 4 cá em casa, a 60º C gastaria 32,40 m3 de gás. Baixando a temperatura para os tais 42º C o consumo desce para 18 m3.
Com o mesmo conforto e sem mudar em nada os nossos hábitos. Não estava à espera que, no meu caso, a diferença fosse tão grande. Faça o teste e veja se está a desperdiçar gás sem necessidade.
Deixo-lhe também a nota (porque surge sempre que (re)publico este artigo) de que quem tem caldeira ou termoacumuladores de grande capacidade deve ter em atenção que abaixo de 60% e se a água ficar parada muito tempo pode surgir um ambiente propício ao surgimento de bactérias. Informe-se junto do seu instalador. No caso dos esquentadores essa questão não se põe.