EURIBOR | Prepare-se para mais subidas na prestação da casa até ao fim do ano

Escrito por Pedro Andersson

15.06.23

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2 min de leitura

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BCE voltou a subir taxas de juro em 25 pontos base

Isto são más notícias para a sua prestação do crédito à habitação. Sempre que o Banco Central Europeu (BCE) sobe as taxas de juro diretoras, a Euribor acaba por acompanhar essas subidas.

Neste momento, com a subida de hoje, a principal taxa fica em 3,5%, com efeitos a partir de 21 de junho.

O BCE justifica a decisão com a inflação que tem vindo a descer, mas que continua alta. O objetivo continua fazer a inflação descer para os 2%. Em Portugal ainda está nos 4%.

A ideia – por muito que nos custe a entender – é fazer subir as prestações dos créditos, para as pessoas terem menos dinheiro, para não conseguirem comprar coisas, e assim os comerciantes baixarem os preços para as pessoas conseguirem voltar a comprar. Até custa dizer isto assim, mas é a realidade. O objetivo é empobrecer-nos para que os preços baixem.

Lagarde avisa que haverá mais um aumento em julho

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, citada pela LUSA, disse hoje ser muito provável uma nova subida das taxas de juro na próxima reunião de julho.

“É muito provável continuar a aumentar as taxas em julho”, afirmou.

A presidente do BCE afirmou que tal cenário poderá concretizar-se “a menos que haja uma mudança significativa no cenário base”, recusando a ideia de que o banco central irá fazer uma pausa na subida dos juros.

Portanto, meus amigos, preparem-se para um ano ainda mais difícil no que diz respeito às prestações do crédito à habitação. Não vão baixar até ao fim do ano. E quanto mais tarde (até ao fim do ano) a vossa prestação for revista pior será o aumento.

A Euribor a 12 meses está prestes a atingir a marca dos 4%, faltam pouquíssimas décimas. Se esses valores se mantiverem, um crédito de 200 mil euros a 30 anos com um spread de 1%, vai passar a pagar uma prestação de 1.073 euros por mês. Um crédito de 100.000 euros com os mesmos valores e prazo, passa a pagar 537 euros por mês.

Está sempre a tempo de transferir o seu crédito para outro banco que faça mais barato, de passar para taxa mista ou fixa e de tentar baixar o spread no seu banco (há bancos a fazer 0,85).

Mas sobretudo, prepare uma almofada financeira usando o seu reembolso do IRS e do subsídio de férias para dias mais difíceis à frente. Não empurre o problema com a barriga. Coloque esse dinheiro em Certificados de Aforro, por exemplo. Pelo menos rendem alguma coisa enquanto espera. Não os gaste em coisas que depois se vai arrepender.

PODCAST | #141 – Se baixar o spread, o banco pode subir a minha prestação da casa? (A pergunta do Bruno)


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2 Comentários

  1. João Silva

    ´Bom dia,

    Para quem tem PPR e se sentir numa situação confortável par o reduzir, temos mais uma exceção para o levantar e amortizar o crédito da casa.
    Lei n.º 24/2023, de 29 de Maio
    (versão actualizada)
    “Artigo 7.º
    Alteração à Lei n.º 19/2022, de 21 de outubro
    O artigo 6.º da Lei n.º 19/2022, de 21 de outubro, passa a ter a seguinte redação:
    “Artigo 6.º

    3 – O disposto no número anterior é igualmente aplicável para efeitos de reembolso antecipado dos contratos de crédito nele referidos até ao limite anual de 12 IAS.
    4 – (Anterior n.º 3.)
    5 – …”

    Foi assim que entendi desta “nova” lei.
    P.f. comentem!

    Responder
  2. Fernando

    “A ideia – por muito que nos custe a entender – é fazer subir as prestações dos créditos, para as pessoas terem menos dinheiro, para não conseguirem comprar coisas, e assim os comerciantes baixarem os preços para as pessoas conseguirem voltar a comprar. Até custa dizer isto assim, mas é a realidade. O objetivo é empobrecer-nos para que os preços baixem.”

    Há uma outra forma de ajudar a estancar a inflação que é estimular a poupança e isso faz-se remunerando as poupanças das pessoas. Ou seja, se por um lado, desincentiva o consumo, subindo o custo do empréstimo, por outro lado, estimulava as pessoas a poupar, dando retorno às poupanças. Infelizmente, e como bem referiu, só se está a combater a inflação pelo empobrecimento geral. Como na vida, se uns perdem, outros ganham, há um sector que está a ganhar com tudo isto: a banca. Não remunerando as poupanças, financia-se a um custo reduzido, aplica-o em retornos mais elevados, quer nos empréstimos concedidos, quer em depósitos junto do BCE.
    Isto é uma receita extremamente prejudicial para famílias e empresas e extremamente benéfica para a banca. Não é por acaso que os resultados preliminares foram bons e continuarão a ser fruto deste aumento de margem financeira desequilibrada.
    Por isso, quem tem poupanças, neste momento, o melhor investimento para as mesmas é desalavancar-se financeiramente, amortizando créditos, poupando na fatura dos juros, pois esse dinheiro investido noutro produto financeiro não terá retorno financeiro minimamente condizentes com o nível das taxas de juro do mercado

    Responder

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