COVID-19: Restaurantes vão passar a ser um luxo. Está preparado para isto?

Escrito por Pedro Andersson

25.04.20

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4 min de leitura

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Covid-19: Restaurantes vão pedir a clientes para medir febre e lavar mãos

Eu sei que isto não é uma dica de poupança, mas achei muito interessante para todos percebermos que a vida não voltará ao “normal” depois do fim do Estado de Emergência. Os custos para quem trabalha na restauração vão ser imensos antes de voltarem a abrir as portas e nós consumidores, teremos de estar preparados para pagar mais para ir ao restaurante por causa dos custos que eles vão ter de suportar. Isto não vai ser fácil para ninguém.

Se isto que se prevê vier a acontecer, ir ao restaurante “normal” será uma espécie de luxo. Veja o que o espera:

De acordo com a agência LUSA, muitas coisas vão mudar:

  • Reservas obrigatórias
  • Os clientes vão passar a ficar sentados com distâncias seguras
  • Desinfeção das mãos à entrada do restaurante
  • Medição da temperatura dos clientes (quem não aceitar, não entra)
  • 2 metros de distância em relação à mesa do lado
  • A escolha do menu será no telemóvel ou no ‘tablet’ do restaurante”
  • Todos os funcionários protegidos com máscara, luvas e viseira
  • Pagamento é ‘online’ ou em dinheiro certo
  • Medição da temperatura corporal e realização de testes covid-19 aos trabalhadores

Estas são algumas das propostas que a restauração propôs ao Governo para o pós estado de emergência.

Em entrevista à Lusa, o presidente da associação nacional de restaurantes PRO.VAR (Promover e Inovar a Restauração Nacional) defende a implementação de testes covid-19 obrigatórios para “todos os funcionários do setor da restauração” e “financiados pelo Governo”.

“Era importante que o Governo fizesse um rastreio de 15 em 15 dias ou semanalmente a todos os funcionários de modo a permitir uma segurança praticamente absoluta”, defende Daniel Serra.

A associação também recomenda aos empresários do setor que façam uma “desinfeção integral” das mesas e cadeiras após os clientes se irem embora.

“Tem de haver segurança absoluta dos trabalhadores e confiança do cliente para frequentar o restaurante. Queremos ter segurança extrema, para que haja uma confiança extrema e para que sejamos um exemplo para o mundo e para que o turismo regresse”, declara Daniel Serra.

Higienizar o espaço durante a noite através do ar condicionado com produtos que sejam colocados de forma generalizada faz também parte do rol de novas regras propostas pela PRO.VAR ao Governo.

Os custos vão aumentar

As medidas propostas pela associação vão aumentar os custos na restauração e “não serão economicamente viáveis” no início, diz o presidente da associação, e apela ao Governo para que tenha o “bom senso em criar medidas que não sejam para aumentar os custos”.

Estou a partilhar isto convosco, repito, para sublinhar que quem trabalha na restauração pode não reabrir face aos custos da segurança e higienização constante do espaço com a agravante de ter de reduzir o atendimento ao público a metade ou 1 terço da capacidade normal.

Estão a imaginar um restaurante pequenino a ter 2 metros de distância entre mesas? Vão abrir para fazer refeições para 4 pessoas? Terão de cobrar um balúrdio por cada refeição para serem rentáveis. Se tem um restaurante está disposto a isso? Como cliente está disposto a pagar esse preço a partir de agora para ir ao restaurante? Nem respondo.

Acho que o caminho da restauração nos próximos meses terá de se reinventar e apostar seriamente no take away e entrega ao domicílio se conseguir. Não vejo outra maneira. Almoçar e jantar fora vai passar a ser um verdadeiro luxo.

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10 Comentários

  1. Atento

    Os custos vão aumentar e agora? Quando o iva na restauração baixou 10%, ou seja, de 23% para 13%, alguém aqui pagou menos 10% pela ementa do custome ou menu diário?
    Aumentem, aumentem…facilmente vão ver a adesão sem quase nenhuma, ainda por cima o povo mais resiliente percebeu que come melhor em casa do que fora de casa e mais barato.
    A restauração tem que perceber que os 10% extra de lucro nos últimos anos, tem que ser usado agora ou então podem esperar sentados, com o clima de desconfiança que veio para ficar por algum tempo e maior preço é a morte do artista.

    Responder
    • João Santos

      Não se esqueça que esses 10% serviu em muitos casos para o investimento em novos espaços, dando nao só a lógica rentabilidade que é que isso que alguém tem um negócio (acredito que não deve trabalhar para aquecer, mas sim para ter o seu), mas também criar emprego, emprego esse que reduziu a nossa taxa de desemprego e rendeu ao Estado mais contribuições e menos gastos. Mas esta parte não se vê… Devem achar que se abrem espaços sem investimento.

      Responder
  2. Carla Serrano

    Mas será que ainda ninguém percebeu que a febre não tem nada a ver com o Covid 19. Quantos e quantos estão infectados e não têm febre. Que estupidez

    Responder
    • Celso

      Santa paciência.

      Responder
  3. Sérgio Resende

    Pode perceber muito de economia ( o que até acho ser verdade)
    Mas restauração com esse tipo de comentários com a possibilidade de take away ser a solução…
    Lamentável considerar que a restauração seja apenas ” entregar comida “

    Responder
    • Pedro Andersson

      Obrigado Sérgio. Compreendo o que diz. Na sua opinião qual deve ser o caminho da restauração para sair da crise?

      Responder
      • Sérgio Resende

        Todos sabemos k a higienização dos espaços será o mais importante.
        O verdadeiro conceito de restauração nada tem a ver com take away.
        Se for para reabrir com essas distâncias será inviável para a maioria..
        E take away também não será rentável na maioria dos casos.
        Abrir no meio de tanta desconfiança, isso sim será a morte da restauração.
        Pois caro ou barato o medo retirará o cliente desses espaços!

        Responder
  4. Leo

    A memória é curta. Quando se houve este tipo de comentário é esquecido que quando o IVA passou de 13% para 23% praticamente não houveram aumentos porque deveriam depois de haver descidas.
    O problema de muita da nossa restauração é ganhar pouco e terem poucas margens não é o contrário, gente que muitas vezes trabalham 12 horas por dia.

    Responder
  5. Vítor

    Este governo (e o anterior), têm é sido uns grandes amigos da restauração: primeiro foi a redução do IVA, cuja única finalidade, nunca assumida foi por mais dinheiro nos bolsos dos donos dos restaurantes. Os preços das refeições para os clientes baixaram? claro que não…Além disso o cliente-contribuinte passou a puder descontar menos IVA nas facturas de cada refeição(15% de 13% é menos de 15% de 23%…)
    E depois há os programas de facturação paralelos, para “ajustar” a facturação…..Além de terem de entregar menos IVA ao Estado os proprietários ainda, ainda encolhem esse valor….

    Responder

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