Partilho convosco a Crónica de poupança que escrevo semanalmente no Expresso. Se nunca pensou no IRS como uma forma de poupança, pense outra vez… O próximo Contas-poupança (na quarta-feira) vai responder a muitas das vossas dúvidas. Não percam o programa da semana que vem.
Para quem já sabe isto tudo, não precisa ler. Mas o que verifico todos os dias é que há ainda milhares de portugueses que andam às aranhas com o IRS e que (pasme-se) ainda não têm as senhas do Portal das Finanças para todos na família. Não admira que se queixem de falta de dinheiro. Estão a dá-lo ao Estado de bandeja… em vez de ficar no vosso bolso.
Prepare-se. O IRS está aí outra vez
Pois é. Está quase na altura, outra vez, de entregar o IRS. Em abril e maio (deixou de haver duas fases), deverá preencher novamente o famoso Modelo 3 com os seus rendimentos e deduções relativos a 2016. O que é que isto tem a ver com poupança?
Vamos comparar o IRS às notas que tínhamos na escola quando éramos adolescentes. As notas eram o resultado do esforço (ou falta dele) desenvolvido ao longo de todo o ano. Quem estudava só no último período normalmente tinha mau resultado. O melhor era começar logo bem, para no final ter uma boa nota.
Neste caso, a expressão é bem feliz: “boa nota”. Tal e qual. Só que no caso do IRS é mesmo uma nota literal.
Isto a propósito de estar a chegar ao fim o prazo para ir ver se as suas despesas estão todas no e-fatura e nas categorias certas. O prazo acaba no próximo dia 15 de fevereiro. Tem pouco mais de uma semana.
Vou partir do princípio que pediu faturas com número de contribuinte de TUDO durante TODO o ano que passou (bom aluno).
Se fez isso, quero recordar que as faturas de dezembro com o vosso NIF só entraram no e-Fatura após o dia 25 de janeiro. Ou seja, se foram lá em dezembro e acharam que já ficaram despachados porque era o fim do ano, enganam-se. Fui ao meu e-Fatura recentemente e tinha lá 43 faturas pendentes relativas a dezembro.
Os comerciantes têm sempre até dia 25 do mês seguinte para enviarem as faturas com NIF para a Autoridade Tributária. A partir de janeiro de 2017 passou a ser até dia 20 de cada mês.
Depois de 15 de fevereiro (se o Governo não prorrogar o prazo, como às vezes acontece), as contas ficam fechadas para o IRS e todas as vossas faturas “pendentes” passam a Despesas Gerais Familiares, mesmo que sejam de Educação, Saúde, Oficinas, Restaurantes, Veterinários, Cabeleireiros, etc. Por outras palavras, perdem dinheiro em deduções no IRS, que está aí à porta.
Corrigi-las é simples. É clicar nos desenhos correspondentes e, se passam recibos verdes e querem que entrem no vosso IRS em vez de no da empresa, clicam em SIM na pergunta “Fora do âmbito profissional?”.
Acreditem ou não, estes pormenores podem fazer muita diferença no valor do reembolso ou no valor a pagar de IRS. Estamos a falar de um valor potencial de 750 euros, que pode receber a mais ou pagar a menos, que depende exclusivamente do que fizer (ou não) no seu e-fatura, do seu cônjuge e dos seus filhos.
A propósito, já pediu a password das finanças para os seus filhos? E já lá foi?
Isto só se aplica a quem desconta para o IRS no seu vencimento mensal. Quem não desconta não tem de se preocupar com isto. Vai ver que o esforço compensa.
Pode ler a Crónica no site do Expresso aqui:
http://expresso.sapo.pt/economia/2017-02-12-Prepare-se.-O-IRS-esta-ai-outra-vez
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