VÍDEO | Investir em ETF: o que são e como funcionam

Escrito por Pedro Andersson

29.10.23

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6 min de leitura

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Deposito Prazo Mafalda e Rui Activo Bank

Posso ter juros de quase 10% ao ano?

Na reportagem mais recente do Contas-poupança sobre a diferença entre jogar em jogos de azar e investir, mostrámos-lhe uma simulação em que aparecia uma ferramenta financeira muito rentável ao longo das últimas décadas e que praticamente ninguém conhece: os ETF. Nos últimos 5 anos, renderam quase 10% ao ano.


Nessa semana, recebemos muitas dezenas de mensagens de espectadores a perguntar o que é isto e como funcionam.

Em primeiro lugar, esta reportagem não é um conselho para investir em ETF. O objetivo é apenas dar a conhecer uma alternativa para rentabilizar uma parte das suas poupanças para multiplicar o seu dinheiro.
Todos os investimentos relacionados com as bolsas envolvem riscos e não tem nenhuma garantia de que no futuro ganhe o que os outros ganharam no passado. Posto isto, vamos ao básico dos básicos.


ETF são as iniciais de Exchange Traded Fund, ou seja, fundos de investimento negociados em bolsa, como se fossem ações, mas sem o serem.
Há milhares de ETF, mas os mais conhecidos são os que seguem o S&P 500 (o índice das 500 maiores empresas dos Estados Unidos); e o MSCI World, que é a média das maiores 1.500 empresas das economias mais avançadas do mundo.


Se a média dessas empresas subir, o seu investimento sobe, se a média delas todas desce, o seu investimento desvaloriza na mesma proporção. É como se fosse um espelho da economia mundial ou de um país. E o preço da unidade de participação que comprar (como se fosse uma fatia de um bolo) varia de segundo a segundo, minuto a minuto, todos os dias, semanas, meses e anos.


Se comprar uma unidade hoje a 25 euros e daqui a 10 anos valer 100, ganhará 75 euros se a vender nesse dia. Se comprar hoje 100 unidades, ganharia 7.500 euros brutos (paga 28% de mais-valias para o Estado, tal como nos depósitos a prazo).
Ora, é justamente aqui que começa o problema. O português comum não suporta sequer ouvir falar em produtos sem capital garantido. Pode gastar 40 euros por mês em jogos de azar, mas nem pensar em investir o mesmo dinheiro em produtos financeiros que lhe podem render 10% ao ano.
E se arranja coragem para investir, assim que surge uma crise, resgata o dinheiro com medo de perder mais, quando a estratégia mais inteligente é manter ou reforçar o investimento. Temos ainda um longo caminho a percorrer…

Deixo já um aviso importante: só deve investir parte das suas poupanças, depois de ter o seu fundo de emergência (um ano de todas as suas despesas) e de ter “mecanizado” o seu dinheiro para a reforma (num PPR, por exemplo, com reforços mensais).

Quanto posso ganhar com ETF

Vamos olhar então para o gráfico de um ETF que segue o índice MSCI World. Se alguém tivesse investido 10.000 euros em 2017, teria, sem fazer nada, cerca de 15 mil euros em 2020. Mas com a Covid, voltou aos 10 mil. Entre 2017 e 2020 houve 3 momentos em que esteve negativo.


Passada a pandemia, os 10 mil transformaram-se em 2022 em 20 mil euros. Ou seja, duplicou em 4 anos. Mas depois começou a guerra na Ucrânia e desvalorizou novamente. Neste momento, já está novamente perto dos 20 mil euros. Apesar da covid e da guerra mantém uma valorização de 91%. Dá que pensar.

Investir não é só para ricos

Vamos agora tentar quebrar um mito: investir na bolsa não é só para os ricos. Qualquer pessoa em Portugal, sobretudo desde que apareceu a internet, pode investir na bolsa a partir de um computador ou mesmo do telemóvel. Os custos gigantes no passado, para qualquer compra e venda de ações, neste momento já está em valores extremamente baixos.



Então, se eu quiser experimentar isto dos ETF, onde é que eu os encontro? Tem as Corretoras Low cost que estão acessíveis pela internet no mundo inteiro, como a Degiro e a XTB, por exemplo. Tem também as corretoras portuguesas e bancos mais ligados aos investimentos, como o Activobank, o Best, o BIG, o Banco Carregosa, etc. Mas se quiser começar de uma forma mais simples, pode contactar o seu próprio banco, embora provavelmente as comissões sejam mais caras.


Vamos dar o exemplo da Caixa Geral de Depósitos, por ser o maior banco em Portugal e acessível à maior parte dos portugueses. Mas muitos outros também têm ETF. Basta perguntar.


Vai ao seu Homebanking, clica em “Poupanças e Investimentos”, depois “Bolsa” e depois em cotações e negociações de ordens.
A seguir escolhe a aba ETF, vamos escolher a bolsa de Paris, mas podia ser qualquer uma das outras, e já tem muito com que se entreter.


Se tivesse subscrito este ETF SP 500 em 2020, teria pago por uma unidade de participação 24 euros, em Outubro de 2023, poderia vendê-lo por quase 34 euros. Uma valorização de cerca de 40%.


Por exemplo, na Degiro e na XTB tem vários ETF que até têm comissões zero.
A grande vantagem dos ETF é que não tem de estar preocupado em escolher as empresas em que vai investir, nem a analisar o Relatório e Contas de empresas para saber se deve comprar ações específicas.
Quer isto dizer que se eu subscrever um ETF do mundo inteiro ou das 500 maiores empresas dos Estados Unidos é garantido que vou ganhar dinheiro? Claro que não! Ninguém lhe pode garantir nada. Rendimentos passados não garantem rendimentos futuros. Ninguém sabe o que vai acontecer.
O que sabemos é que, olhando para as últimas décadas, quem investiu neste tipo de produtos e os manteve durante 10, 15 ou 20 anos acabou por ver recompensado o risco.
Esta primeira reportagem não tem por objetivo explicar-lhe todos os detalhes sobre os ETF. Por exemplo, há ETF distributivos e acumulativos, há milhares de ETF e são vendidos em praticamente todas as Bolsas do planeta. Qual escolho? E a que valor? E de que corretora? Só cada uma destas perguntas dava outra reportagem.
O objetivo é que fique curioso e que comece a ler sobre o assunto e a fazer perguntas ao seu gestor de conta no banco. Esta é uma das formas mais simples – apesar do risco – de multiplicar o seu dinheiro a longo prazo.
Se os norte-americanos usam há décadas sobretudo os ETF para complementarem as reformas deles, talvez fosse interessante nós, portugueses, começamos também a tentar perceber como funcionam estas ferramentas financeiras.
Não quero dizer que os subscreva, mas pelo menos que perceba como funcionam.

Pode ver ou rever a reportagem em vídeo AQUI na página da SIC Notícias:

PODCAST | #28 – O que é isso de investir em ETF?


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5 Comentários

  1. Pedro

    Boa tarde Sr. Pedro,

    Interessante a reportagem sobre ETFs, no entanto também seria interessante falar sobre o ponto de vista de impostos mesmo que venda daqui a muito anos ou seja aquando da venda se existe alguma alteração em relação aos 28% das mais valias e o que esta a ser feito pela CMVM para que tenhamos, por exemplo uma tributação igual ou semelhante hà que atualmente temos nas criptomoedas em que a partir de 1 ano da sua comprar, se vender nem sequer paga impostos.

    Cumprimentos

    Responder
    • Pedro Andersson

      Olá. Estes produtos financeiras estão sujeitos a 28% de tributação. tal como os depósitos a prazo e Certificados de Aforro.

      Responder
      • Manuel

        É preciso declarar no IRS ou os 28% são retidos na fonte?

        Responder
  2. Milton

    Boa tarde.
    Nos seus cálculos dos lucros dos Etf já tem em conta a dedução em sede de irs que se vendesse seriam os 28%?
    Bem sabemos que nos PPR a tributação em diferente.
    Muito obrigado.

    Responder
  3. José Gonçalves

    Para o amigo Manuel. Os ETF´s são negociados em bolsa tal como as ações. Da venda dos ETF´s poderá haver mais valias ou menos valias. As mais valias em Portugal estão sujeitas a uma taxa de 28% (19,6% para residentes nos Açores). As mais valias ou menos valias têm que ser declaradas no modelo G do IRS. O investidor pode optar pelo englobamento das mais valias se verificar que tem vantagem na sua taxa de IRS. As menos valias são importantes ser declaradas, pois durante dois anos poderão deduzir a futuras mais valias. Na declaração no modelo G, poderá deduzir as despesas de compra. Se tiver os ETF´há mais de 24 meses, pode atualizar o valor de aquisição de acordo com os coeficientes de desvalorização publicado todos os anos pelas finanças através de portaria.

    Responder

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