Somos os europeus que menos percebem de dinheiro
Há “fotografias” que nos devem alertar para a necessidade de mudarmos a nossa situação. Esta é uma delas.
Portugal ocupava em 2020 a última posição do ‘ranking’ de literacia financeira dos 19 países da zona euro, segundo um gráfico do artigo “A comunicação do BCE com o público em geral”, publicado hoje pelo Banco Central Europeu (BCE).
Segundo o gráfico, com dados de 2020, do artigo hoje publicado no boletim económico do BCE, no topo do ‘ranking’ estão os alemães, holandeses e finlandeses e na base estão os portugueses, cipriotas e italianos.
O gráfico mostra o nível de literacia financeira do público em geral em cada um dos 19 países da zona euro.
Vinte e cinco por cento dos portugueses, 35% dos cipriotas e quase 40% dos italianos responderam corretamente a pelo menos três das cinco perguntas, em comparação com 65% dos alemães e holandeses.
As perguntas estavam relacionadas com temas como a diversificação do risco, inflação, aritmética e juros compostos.
Leia também: Só 3 em cada 10 portugueses ganha dinheiro com o seu dinheiro
Eu sei por experiência própria, em várias reportagens que fiz por exemplo com estudantes do ensino superior, que muitos deles não sabem calcular juros, nem fazem ideia do impacto da inflação no nosso dia-a-dia (alguns nem sabem o que é) e nem sabem o que é um PPR ou são incapazes de nomear alguns investimentos sem capital garantido (já nem digo perguntar como funcionam). Suponho que, se eles não sabem e andam numa universidade, muito menos os pais e os avós.
Portanto, se está a ler este artigo aqui no blogue www.contaspoupança.pt, creio que posso dizer com toda a certeza de que você não faz parte deste grupo e que saberia pelo menos responder às 5 perguntas que fizeram neste inquérito. Continuamos a ter um longo caminho pela frente. Mas chegaremos lá, um passo de cada vez.
Bom dia, Caro Pedro.
Gostamos muito do seu site e programa, e já o acompanhamos aqui por casa há muito tempo. Fazemos um esforço por estarmos informados, o que, consigo, fica mais fácil, sem dúvida. Se não o acompanhasse-mos não teríamos adoptado uma série de medidas de poupança que nos permite atualmente considerar-nos uma família interessada na poupança de dinheiro e do ambiente.
No entanto penso que por mais literacia que possamos ter há coisas que simplesmente nos passam ao lado e são efetivamente “chinês” 🙂 , ou melhor, português difícil. Como por exemplo esta nota que recebi no extrato do meu banco, logo a seguir ao valor em dívida relativo ao valor restante do meu crédito habitação:
“A partir de 01/04/2022, o BPI irá proceder a alterações contratuais e à revisão do preçário de comissões e despesas, incluindo as
aplicáveis ao seu contrato de conta de depósitos e/ou aos meios de movimentação da mesma, podendo estas ser consultadas no
documento anexo a este extrato. O novo preçário está disponível para consulta em qualquer Balcão, Centro Empresas, Centro BPI
Premier ou em http://www.bancobpi.pt e considerar-se-á aceite se V. Exa não notificar o Banco do contrário até ao dia 31/03/2022.
Caso não esteja de acordo com as alterações efetuadas pode resolver, sem encargos, o(s) seu(s) contrato(s) de conta de depósitos,
notificando o seu Balcão BPI ou o seu Gestor/Assessor Financeiro por escrito (por email ou postal) até ao dia 31/03/2022,
salvaguardando-se que essa notificação não dispensa o cumprimento das condições de denúncia, previstas nas condições gerais do
contrato de abertura de conta.”
É verdade que não tenho dado muita importância a este parte das comissões, porque tudo dá muito trabalho, etc. Mas isto quer dizer que eu ainda vou pagar mais de comissão todos os meses (4,5€)? Não percebi se posso fazer alguma coisa contra isso…
Obrigada pela sua atenção. Bem haja.
Talvez isto também explique a pobre situação político-económica do nosso país…
O Banco CTT vai alterar as Condições Gerais de Abertura de Conta de Depósito à Ordem, Condições Gerais
de Abertura de Conta de Serviços Mínimos Bancários e do Preçário do Banco CTT a vigorar a
partir de 31/03/2022.
A) Conta Banco CTT
A comissão de levantamento de numerário ao balcão passa a ser de 7,50€ + Imposto do Selo;
Comissão de manutenção de conta, no valor anual de 20,00€ + Imposto do Selo, a cobrar trimestralmente (5,00€ + Imposto do Selo).
ficam isentas da cobrança desta comissão as contas bancárias com cartão de débito válido associado;
A comissão de disponibilização do cartão de débito passa a ser de 18,50€ + Imposto do Selo;
A comissão de substituição do cartão de débito passa a ser de 18,50€ + Imposto do Selo.
D) Conta Serviços Mínimos Bancários
Comissão de manutenção no valor anual de 4,08€ + Imposto do Selo, a cobrar anualmente;
A comissão de substituição do cartão de débito passa a ser de 18,50€ + Imposto do Selo.
ou seja, o que disseram quando formaram o banco que iria haver 0,00€ comissões para sempre, a partir do 31/3/2022 acabou-se o para sempre, consequência encerramento da conta.
Isto é um resumo das 7 páginas com alterações contratuais que me foi enviado, onde é preciso um curso de advocacia para entender as alterações que fizeram, deixo um exemplo:
B) Eliminação dos números 1.5. a 1.7. da cláusula 1. “Titularidade” da secção II. Conta de
Depósitos à Ordem/SMB (a redação dos números 1.5. e 1.7. fica refletida nos novos números
1.2., 1.6., e 1.7. da cláusula 1. “Condições Gerais” da secção III. Depósitos a Prazo e Outras Aplicações Financeiras)
Atentamente,
Pedro Sousa
Bom.. vou ter de a fechar também…
Se não fossem estas iniciativas e outras – poucas, a informação útil sobre esta matéria não existe. Onde está o tal serviço público de televisão que poderia e deveria ser uma via didática para esta informação? Eu respondo: estão preocupados com os reality shows e outros “shows” que estupidificam e deformam a intelectualidade de cada um. É uma infelicidade continuarmos a bater recordes pela negativa e já vão 40 anos!…