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Se quiser investir é melhor um PPR ou um ETF? (Mês #1)

PPR vs. ETF: Qual é melhor para investir a longo prazo? (Mês #1) Já li muitos estudos e muitos artigos sobre as vantagens e desvantagens dos PPR e dos ETF para quem quer investir a muito longo prazo: Uns acham acham que é o PPR por causa das vantagens fiscais à saída (só pagam 8% […]

Se quiser investir é melhor um PPR ou um ETF? (Mês #1)

PPR vs. ETF: Qual é melhor para investir a longo prazo? (Mês #1)

Já li muitos estudos e muitos artigos sobre as vantagens e desvantagens dos PPR e dos ETF para quem quer investir a muito longo prazo: Uns acham acham que é o PPR por causa das vantagens fiscais à saída (só pagam 8% sobre as mais valias após 8 anos); outros acreditam que são os ETF porque têm comissões muito menores e como seguem o rumo do mercado de forma muito diversificada conseguem historicamente sempre os melhores resultados.

Leia também: O que é um ETF?

Confesso que depois de ler muito sobre o assunto, e apesar de ter visto também muitos ficheiros Excel a provar um ponto e outro da questão, fico sempre com aquele sabor agridoce de que no fundo se trata quase de uma questão “religiosa” dos PPRistas, contra os ETFistas.

Ao longo destes anos a investigar estes temas das finanças pessoais já cheguei a uma conclusão muito clara para mim: tudo depende dos detalhes. Ou seja, investir em ações só é bom ou mau – no final –  dependendo das ações em que decidiu investir, em que quantidade e durante quanto tempo.

Investir num PPR será mau, bom ou excelente conforme o PPR específico que escolher e no banco ou corretora que escolher e conforme as sortes e azares do mercado e da própria instituição financeira.

O mesmo índice ETF (o SP500, por exemplo) pode ser subscrito em dezenas de corretoras, com variados preços por unidade de participação, pode acumular ou distribuir dividendos, etc.

Todos estes detalhes vão fazer a diferença no final das contas. Mas a questão é que só saberá no final (ou sempre que fizer um balanço) se fez ou não boas opções.

Vou testar PPR e ETF em tempo real

Assim, tal como tenho feito em relação a todos os produtos financeiros de que vos tenho falado ao longo destes 10 anos, decidi testar para saber do que falo e partilharei convosco as minhas conclusões. Obviamente, não têm de concordar com nenhuma das minhas decisões e agradeço, aliás, os vossos comentários. Posso até corrigir alguns “tiros” se as vossas críticas fizerem sentido.

Como sabem, já tenho 4 PPR desde Novembro do ano passado (2020) e faço mensalmente o balanço deles para que perceba que os PPR não são todos iguais. 

Têm tido resultados muito bons. Mas sempre que falo com pessoas mais experientes ou especialistas na matéria, vem sempre à baila a possibilidade dos ETF renderem mais ao longo do tempo em virtude de praticamente não terem comissões (a Degiro tem vários com comissões zero).

Assim, decidi fazer a comparação em tempo real entre os dois produtos. O problema é que os 4 PPR que subscrevi já têm vários meses e ao subscrever agora 2 ETF (um SP500 e um MSCI World) o resultado estaria falseado à partida.

Para quem não percebe nada disto, um ETF é como se comprasse uma ação em que estão lá dentro todas as empresas de um setor, de um país, de uma região, ou até do mundo inteiro. O que tudo aquilo crescer ou descer, é o que você ganha ou perde (só ganha se vender, só perde se vender).

Atualização: Após algumas críticas (construtivas) de alguns leitores do blogue, achei necessário vir aqui REFORÇAR que quer os fundos PPR, quer os ETF são produtos que oscilam no seu valor ao longo do tempo. Não têm capital garantido. Ou seja, se precisar resgatá-los numa altura em que valem menos do que o valor que subscreveram correm o risco de perder parte do dinheiro que investiram. São produtos financeiros sustentados pelos resultados das bolsas mundiais, obrigações e outro tipo de produtos financeiros.

Não o disse neste artigo da forma tão clara como costumo, porque tenho referido isso em todos os artigos que tenho escrito ao longo destes anos que achei que não era necessário, mas de facto, têm razão. Devo sublinhar SEMPRE esta característica porque há sempre a possibilidade de alguém ler este artigo pela primeira vez, sem ter lido os anteriores. Obrigado pelo alerta.

Seja como for, refiro também que historicamente, os PPR e os ETF são produtos incomparavelmente mais rentáveis ao longo das décadas do que qualquer produto com capital garantido. Daí estar a divulgar estas minhas experiências pessoais como forma de contribuir para a literacia financeira de quem quiser fazer o favor de acompanhar este blogue.

Os ETF mais famosos

O índice bolsista mais famoso do mundo é o SP 500 (Standard & Poor’s 500) que é o resultado diário (minuto a minuto) da média das 500 maiores empresas dos Estados Unidos na bolsa norte-americana. 

O ETF MSCI World é – em traços muito gerais – a mesma coisa que o anterior mas do mundo inteiro. É como se você fosse dono de uma microscópica parte de todas as empresas do mundo nas bolsas do mundo inteiro. Extraordinário, não é? E sem ter de se preocupar com as contas trimestrais desta ou daquela empresa. 

Subscrever um ETF é tão simples que qualquer adolescente, dona de casa, ou que tenha uma profissão dita modesta, o pode fazer. E é só investir e esperar que o dinheiro cresça (suportando momentaneamente perdas, quando ocorrerem).

Como lhe disse, os fundos PPR têm uma enorme vantagem fiscal em relação a praticamente todos os outros produtos financeiros: quando resgatar, só paga 8% ao Estado, e com depósitos a prazo, ações, fundos de investimento, ETF, etc., tem de pagar 28% quando resgata.

Assim, para fazer a comparação em tempo real, teria de subscrever mais um PPR e no mesmo dia em que subscrevesse estes dois ETF (os mais famosos) para os seguir passo a passo.

Subscrevi mais um PPR

Recentemente, soube que a Gestora de Patrimónios “Casa de Investimentos” abriu o seu “Save & Grow” – Casa Global Value PPR, aos consumidores em geral. Até outubro de 2020, só aceitavam clientes que depositassem o mínimo de 100 mil euros. Portanto, nunca esteve nos meus horizontes sequer tentar saber mais sobre eles. 

Desde outubro qualquer pessoa, a partir de 1.000 euros pode ter acesso a este PPR “para ricos”.

NOTA: Tudo o que escrevo neste blogue é fruto das minhas experiências pessoais enquanto cidadão e consumidor. Não recebo um cêntimo para dizer o que quer que seja.  Estou apenas a partilhar informação. Quando quiser dizer bem, digo; quando quiser dizer mal, digo. Estas informações são completamente isentas, reais e sem nenhum interesse escondido.

Subscrevi um PPR e 2 ETF no mesmo dia

Portanto, este novo PPR (com praticamente 100% de ações, arriscado mas com maior possibilidade de retorno financeiro) veio mesmo a jeito.  Assim fiz. 

Esta semana subscrevi o PPR Save & Grow, da Casa de Investimentos (os outros tenho no Banco Invest, no Activobank, na Optimize e na STOIK), e o iShares Core S&P 500 UCITS ETF USD (Acc) e o Vanguard FTSE All-World UCITS ETF USD Acc, ambos na plataforma Degiro. Não estou a aconselhar nenhum ETF em particular. Você terá de escolher por si.

Porque escolhi estes ETF e não de outras corretoras? Porque tive de escolher entre os que tinha disponíveis na plataforma que utilizo, preferi os que acumulam os dividendos (acc) em vez de os receber regularmente, e pelos valores mais aproximados de 1.000 euros (valor de cada unidade de participação).

Lá está, só quando subscrevemos de facto os vários produtos é que percebemos as suas limitações e características. Nas folhas de Excel eu posso ter “estudado” o melhor ETF de todos, mas depois ele pode não estar disponível na plataforma que utilizo, por exemplo. 

Assim que subscrevi os ETF, eles começaram logo a mexer. Hoje, sexta-feira, o SP500 já cresceu 0,96% e o Vanguard All-World já cresce 2,27%. Assim… em cerca de 2 dias.

O PPR, no mesmo período – 48 horas – cresceu 1,51% (já inclui a comissão de gestão deles). 

Em resumo, estou com uma curiosidade imensa em acompanhar este comparativo entre um PPR arriscado (em que têm um portefólio muito bem escolhido de poucas empresas consideradas muito seguras) e dois dos mais famosos ETF do mercado mundial (em que é tudo ao molho e não está ninguém a gerir nada ativamente).

Qual deles crescerá mais? Vão ter o mesmo tipo de reação perante as crises locais e mundiais? O PPR vai “bater” (ser melhor) o mercado das bolsas mundiais? Ou o inverso, como muitos defendem que tem sempre acontecido historicamente?

Há muitos analistas que provam graficamente que ao longo das décadas quem investiu em ETF e nunca mexeu neles, no final ganhou mais do que os que andam sempre a comprar e a vender a tentar ter o maior lucro possível.

Portanto, para mim vai ser um estudo muito interessante. É o meu dinheiro que está aqui. Não são projeções, nem teorias.

  • No PPR Save&Grow coloquei 1.000 €.
  • No ETF SP500 coloquei 1.136,07 €.
  • No ETF World coloquei 1.058,09 €.

Foram os valores mais próximos de mil euros que consegui. Não deu para colocar exatamente ao cêntimo o que queria, por causa dos valores de cada unidade de participação dos ETF.

Acha que é uma análise interessante? Mensalmente vou fazer este balanço também para ir acompanhando esta minha “aventura”. Se não quiser perder nenhuma informação, subscreva a newsletter semanal (tem o formulário no blogue). Assim tem a certeza de que não perde nenhum artigo.

Que perguntas gostava que eu respondesse sobre este tipo de investimentos? Deixe nos comentários no blogue (mais seguro) ou na página de  facebook (posso não conseguir ver porque são muitos comentários).

Por onde começar a investir sem capital garantido (e ter a possibilidade de ter rentabilidades maiores)?

  1. Fazer um bom Fundo PPR (veja rendimentos e comissões, e defina o seu perfil – defensivo, moderado ou agressivo)
  2. Subscrever ETF
  3. Subscrever Fundos de Investimento
Disponível online, livrarias e supermercados.