Bancos

PPR | Fiz pela primeira vez na minha vida um PPR como investimento

Um PPR para investir a longo prazo (sem colocar no IRS)? Bem, na verdade fiz 4 PPR. Um para mim, um para a minha mulher e um PPR para cada um dos meus filhos (com 8 e 16 anos). Fui buscar esse dinheiro às minhas poupanças em outros produtos que estavam a render menos do […]

PPR | Fiz pela primeira vez na minha vida um PPR como investimento

Um PPR para investir a longo prazo (sem colocar no IRS)?

Bem, na verdade fiz 4 PPR. Um para mim, um para a minha mulher e um PPR para cada um dos meus filhos (com 8 e 16 anos). Fui buscar esse dinheiro às minhas poupanças em outros produtos que estavam a render menos do que eu gostaria e vou testar o investimento em PPR. Pode correr bem, pode correr muito bem, pode correr mais ou menos ou pode correr mal ou muito mal. Confuso?

Já vos falei sobre o fantástico produto financeiro que é o PPR, desde que seja muito bem escolhido. Se tiver curiosidade, pode ler ou reler estes artigos:

Como escolher um bom PPR

YOUTUBE – É uma boa altura para fazer um PPR?

Chegou a hora de investir

Decidi passar das palavras aos atos. Aliás, decidir e fazer é a única coisa que separa quem tem resultados e quem não tem. Lá dizia o Einstein que “Loucura é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.

Sei que a fiscalidade no resgate dos PPR é muito, mas muito melhor do que qualquer outro produto financeiro. E sei que não serei penalizado em nada pelo fisco se nunca colocar estes PPR no IRS. E sei que historicamente crescem muito mais do que os clássicos depósitos a prazo, Certificados de aforro e Certificados do Tesouro.

Sei também que tenho o meu Fundo de Emergência numa conta à ordem (e que devia colocar uma parte dele pelo menos a render alguma coisa, mesmo que miserável). Ainda não o fiz, porque aquilo que estou a pensar fazer dá muito trabalho e não tenho tido tempo. Fica para outro artigo.

Podia continuar a investir em Fundos de Investimento – e vou continuar a fazê-lo – mas no caso dos meus filhos e pensando a muito longo prazo (mais de 10 anos) acredito que um bom PPR será a melhor opção pela questão fiscal. E como são geridos por profissionais, acredito que o dinheiro deles estará em melhores mãos do que nas minhas.

Como os PPR também têm obrigações parecem-me ser mais “seguros” do que confiar exclusivamente na volatilidade das bolsas. Eu sozinho não tenho “arcaboiço” para comprar obrigações. Os custos de aquisição e manutenção são muito grandes para mim. Assim, acredito, tenho o melhor de dois mundos.

Fiz 3 PPR em bancos/corretoras diferentes

Por curiosidade profissional e pessoal, em vez de fazer um PPR e meter lá todo o dinheiro que tinha reservado para isso, decidi dividir os montantes que tinha por 3 PPR diferentes.

NOTA: Vou dizer onde os fiz mas não é de forma alguma publicidade. Tento fazer isto com a máxima clareza e transparência. Isso envolve dizer os nomes das coisas e não tenho nenhum problema com isso. Espero que vocês também não. Vocês investigarão por vocês o que acharem que é melhor. Está tudo à distância de um Google.

A minha primeira opção (influenciado pela publicidade ou não) foi fazer o PPR no sitio que quase todos dizem (sobretudo a DECO) que tem sido o melhor Fundo PPR ao longo dos últimas décadas, o PPR Alves Ribeiro, no Banco Invest. Pelo que investiguei há condições diferentes para os clientes normais e (mais vantajosas) para os sócios da DECO. Fiz um PPR lá em nome de cada um dos meus dois filhos e para a minha mulher.

Tinha previsto fazer lá um também para mim, mas pensei: E se fizesse um diferente para mim só para comparar e ver se há PPR “melhor” ou com características diferentes com comportamentos diferentes perante as mesmas situações mundiais?

Assim, diversifico o risco. Se o Alves Ribeiro vier por aí abaixo numa crise talvez o meu outro PPR da concorrência se aguente melhor e se precisar resgatar o dinheiro por algum motivo urgente resgato o que estiver a perder menos, pensei.

Como sabem, podem fazer PPR em bancos, seguradoras e corretoras. Seguradoras não quero porque os seguros PPR não me entusiasmam particularmente. Para o meu perfil, crescem muito pouco e ainda tenho algum tempo para arriscar (10 anos). No caso dos meus filhos, nem se fala. Fazer um Seguro PPR seria só uma perda de tempo e de oportunidades.

E como não quero abrir ainda mais contas em mais bancos (tenho contas em 10 bancos, mas só pago comissão de manutenção de conta em um) optei por fazer os meus outros PPR em duas corretoras.

Em reportagem, encontrei um especialista que foi responsável pela criação de um dos fundos de investimento portugueses mais rentáveis dos últimos anos, que decidiu criar o seu próprio PPR. Ele convenceu-me a subscrever um dos PPR que ele gere. E assim subscrevi o PPR Stoik da SGF (Sociedade de Gestão de Fundos). Tem características diferentes do Alves Ribeiro, com mais ações, e ele explicou-me que em tempos de crescimento económico deverá crescer mais do que o Alves Ribeiro. Portanto agora, em queda, é uma boa altura para o subscrever. Decidi arriscar.

Mas pensei cá para comigo: Seria interessante comparar com o comportamento de um PPR mais “agressivo”, para ter realmente a noção dos resultados que um PPR pode dar-nos em tempos de crise e mais tarde – esperamos nós – em tempo de recuperação económica.

Mais uma vez, recorri aos meus conhecimentos obtidos (é o que tenho, não é por nenhum interesse particular) durante as reportagens e cheguei ao PPR Agressivo de outra corretora, a Optimize (por mero acaso também tem parceria com a DECO). Chega a ter 100% ou quase de exposição a ações. Ou seja, tanto posso perder muito, como ganhar muito. Mas eles têm PPR para todos os “gostos”, dos defensivos aos moderados.

Neste momento, já subscrevi todos os PPR de que vos falei. Demorei a escrever e publicar este artigo porque demora sempre alguns dias até confirmarem todos os documentos, a fazer a transferência do dinheiro e a receber os user names e passwords para ir vendo os valores todos os dias e assim por diante.

É minha intenção, assim que tiver dinheiro novo disponível, fazer ainda um quarto PPR, assim que perceber como funcionam estes 3 PPR. Ainda não sei onde. Aceito sugestões.

Mais uma vez relembro que não quero que fique com a ideia de que sou um ricaço que anda a espalhar dinheiro aos 4 ventos. Estou a fazer testes com valores modestos. Por exemplo, num destes PPR podem começar com 20 euros. Levando isto ao extremo, posso ter 10 PPR com 100 euros cada um a começarem todos no mesmo dia ou no mesmo mês e ao fim de 6 meses ou um ano ao ver qual me parece mais “interessante”, transferir todos os outros 9 para aquele que considero ser o melhor.

Recordo que estou a fazer isto com o MEU dinheiro. Não é uma experiência virtual ou teórica. É minha intenção partilhar convosco mensalmente como está a correr este investimento em PPR, tal como tenho feito com os meus Fundos de Investimento e o meu painel solar.

Isto – como já percebeu – é muito diferente de ter um PPR que nos foi “impingido” pelo nosso banco para baixar o spread e que não está a render nada. O que deve pensar é que o seu dinheiro num mau PPR está a ganhar dinheiro mas o “lucro” está a ir para as comissões do banco e não para si. A si pagam-lhe uma miséria, quando colocado nos PPR “certos” estaria a ganhar muito mais com o seu dinheiro.

Acho importante fazer isto para a nossa literacia financeira. Como expliquei, nunca na minha vida fiz um PPR. É a primeira vez. Estou curioso para perceber se é realmente assim tão bom como nos vendem. Será o “teste do algodão”.

Falarei das dificuldades técnicas (ou não) da subscrição, das comissões escondidas ou não, se estou a ganhar ou a perder dinheiro e quais são as minhas expectativas financeiras a cada momento.

Dir-vos-ei  se estou arrependido ou não, ou se vou mudar de estratégia ao longo do tempo. Daqui a alguns meses, poderei por exemplo chegar à conclusão de que fazer 3 ou 4 PPR diferentes é um disparate. Não sei. Mas só saberei se experimentar.

A minha principal descoberta ao longo destes últimos 2 anos é que se nunca iniciarmos uma viagem, nunca sairemos do sítio onde estamos. E estou a diversificar bastante. Neste momento tenho contas à ordem, nenhum depósito a prazo, PPR, Fundos de Investimento, ações, ETF, plataformas de crowdfunding e, para já, chega.

Até agora – e pode ser sorte de principiante – ainda não perdi dinheiro em nenhuma destas ferramentas financeiras. Mas isso deve-se apenas ao facto de nunca ter vendido nada enquanto estive a perder. E já estive a perder bastante em várias situações. Isso deve-se ao “segredo” de nunca investir dinheiro de que posso vir a precisar no futuro próximo. Assim, posso dar-me ao luxo de esperar que recuperem.

Atenção que haverá casos em que essas perdas serão irrecuperáveis. No meu caso ainda não aconteceu, mas vai acontecer. É inevitável. É apenas uma questão de tempo. Aí espero que os ganhos nas outras compensem essas perdas eventuais.

Por exemplo, se comprar ações de uma empresa que está agora na “mó de cima”, pode acontecer alguma coisa que a faça descambar por aí abaixo e durante anos estar com valores negativos. Escreverei um artigo só a falar dessa situação para que não pense que são tudo rosas.

Por exemplo, o Warren Buffet (um dos maiores investidores na Bolsa) assim que percebeu o que vinha aí com a pandemia vendeu tudo o que tinha em ações das companhias aéreas PERDENDO DINHEIRO. Perdeu milhões de euros. Mas pelo menos ficou descansado durante todos estes anos que pode demorar o mercado da aviação a recuperar. Ele lá fez as contas dele e decidiu que não valia a pena esperar. Deu aquele dinheiro por perdido e resolveu tentar compensar essas perdas com o resto que investiu “em saldos” noutras áreas de negócio. Não tarda nada recuperou esse dinheiro. Às vezes temos de dar o dinheiro por perdido. É preciso ter essa noção desde o princípio para não se sentir enganado ou frustrado. Investir significa ganhar e perder. E na média, ganhar. O objetivo é esse. Se fosse só ganhar, já estávamos todos ricos.

Daí, estar agora a “apostar” nos PPR, parecem-me ser menos rentáveis mas são menos voláteis (resistem melhor às crises).

E se os bancos ou corretoras falirem?

Há outra questão importante que muitos perguntam. Então e se uma destas corretoras ou bancos falirem?

Como já sei que vão perguntar, fiz essa pergunta antecipadamente (que é o que devemos fazer sempre que investimos em qualquer produto financeiro) a cada uma das entidades onde fiz os meus PPR: “O que é que acontece ao meu dinheiro se vocês falirem?”.

Ninguém estranhou e é uma das perguntas mais vezes feitas pelos clientes. É perfeitamente normal.

Em primeiro lugar deve perceber que subscrever um Fundo PPR (não estamos a falar de Seguros PPR, OK?), mesmo que seja através de um banco, não está garantido pelo Fundo de Garantia de Depósitos (que garante depósitos a prazo até 100 mil euros por pessoa e por banco). Porquê? Porque são fundos de investimento e não depósitos a prazo ou à ordem.

PPR Alves Ribeiro

O PPR Alves Ribeiro é subscrito através do Banco Invest. O que me explicaram é que se o banco por alguma razão deixar de existir isso não vai afetar de nenhuma maneira o dinheiro que eu tiver no PPR. O banco só serve de mediador. O que acontece nestas situações é que a entidade “custodiante” passa a ser outra. Por outras palavras, o regulador nomeia uma entidade (que será decidida na altura) que vai passar a ser o seu contacto para continuar a subscrever ou resgatar o seu PPR que poderá mudar de nome ou não. Os ativos que deram origem àquele PPR continuam a existir independentemente do banco estar a funcionar ou não. Isso deixou-me descansado.

Há uma exceção: Se eu tiver feito o pedido de resgate ANTES do banco falir, as transações de liquidação são garantidas pela CMVM até 25 mil euros, pelo Sistema de Indemnização aos Investidores.

Portanto, na pior das hipóteses, o seu PPR passa a ser gerido por outra entidade.

PPR Optimize

É exatamente a mesma situação anterior, ou seja, os PPR são fundos de investimento geridos por profissionais e com as características definidas pela legislação. Já sabe que paga uma comissão de gestão às entidades (corretoras e gestores de fundos) para que eles se esforcem para ganhar o máximo possível com o dinheiro que vai colocando no seu PPR ao longo do tempo.

No caso da Optimize, que não é um banco, também me descansaram explicando que se deixarem de existir, os fundos de investimento, obrigações, ações continuam a existir como patrimónios autónomos. Esses não desaparecem. Novamente é a CMVM que vai nomear outra entidade gestora para esses produtos. Não ficam “órfãos”. São “adotados” por outra família que continua a cuidar deles.

Claro que mantém as unidades de participação, mas sempre ao valor que elas tiverem na altura (não é o valor que é garantido). Portanto, deve ficar muito claro que no caso de bancos e corretoras falirem é muito provável que o valor que lá tenha investido também desça a pique, caso as ações e obrigações desses próprios bancos façam parte dos fundos (como bem se lembram isso aconteceu em Portugal). Garanti que isso não acontece neste PPR.

PPR SGF Stoik

No caso deste PPR que também subscrevi, é diferente. Não é um fundo de investimento, mas sim um Fundo de pensões. É muito parecido, mas tem diferenças formais. São regulados não pela CMVM, mas sim pela ASF (Autoridade para as Seguradoras e Fundos de Pensões).

Por exemplo, no caso deste PPR, as ações são geridas através de um banco, tem incluído um Fundo de Investimento gerido por outro banco português e tem várias ações conhecidas como a Apple ou a Nestlé. Tem todas essas informações na documentação de cada PPR, se se der ao trabalho de ler tudo com afinco.

Se houver um problema com esta gestora de fundos (a SGF), a ASF nomeia uma outra entidade para continuar a gerir o PPR até outra solução definitiva.

Em resumo, o meu receio era que, caso a entidade onde subscrevi o PPR desaparecesse, eu perdesse todo o meu dinheiro. Pelo que entendi, não é o caso. Tire todas as suas dúvidas antes de subscrever um PPR, seja onde for.

Os meus PPR

Em resumo, se quiser ter a amabilidade de ler os futuros artigos sobre os meus PPR espero que use esta informação de duas maneiras:

  1. para perceber – se ainda não tem um PPR – o que pode ganhar (ou perder) se investir em Fundos PPR
  2. para comparar – se já tem um PPR – os meus rendimentos com os rendimentos do seu PPR. Se me disser que o seu PPR rende mais do que os meus eu quererei transferir os meus para o seu; se você perceber que há PPR que rendem mais do que o seu, pode transferir o que tem para um que aparentemente rende mais, sendo que tem de perceber que o passado não garante o futuro.

Se continuar a fazer questão de ter um PPR com capital garantido é só fazer um seguro PPR numa seguradora. Já sabe que não perde dinheiro, mas não ganhará tanto como pode ganhar num fundo PPR.

Com esta minha “experiência”, poderá saber em tempo real quanto é que está a perder ou a ganhar em comparação com as minhas escolhas.

Mais uma vez devo sublinhar que são as minhas escolhas. Não são as escolhas do mercado, nem dos especialistas, e como não recebo comissões de ninguém estou a fazer isto com TODA a liberdade e isenção. Se estiver a fazer opções erradas, são as minhas opções. E até agradeço que me corrijam e me dêem melhores opções.

À medida que o tempo passa, fico cada vez mais convencido de que juntos fazemos muito melhores decisões. Partilhar conhecimento é extremamente importante. Ninguém nasceu ensinado, certo?

Vamos aprender juntos.

Acompanham-me nesta aventura? Que dúvidas têm sobre PPR? O que gostariam de saber para eu perguntar a quem sabe?

Disponível online, livrarias e supermercados.