Obrigado
Obrigado por terem visto mais uma vez o Contas-poupança na televisão. Como sabem, para nós (SIC) as audiências são importantes e é a forma da rubrica continuar e está quase a fazer 10 anos. É muito importante saber que estão desse lado. Quer gostemos, quer não, a televisão ainda é O meio mais direto e massivo de chegar às pessoas, sobretudo as que têm menos acesso às novas tecnologias.
Foi, novamente, o programa mais visto na televisão portuguesa no horário em que foi emitido. A reportagem sobre como saber quanto pagou em comissões bancárias no ano passado e como pode evitá-las em 2020 foi vista por 1.200.000 pessoas. 22% das pessoas que estavam a ver televisão acompanharam a dica desta semana. Por isso, deixo aqui a minha gratidão em nome da equipa por nos acompanharem.
Se não viu tem aqui todas as informações e o link para a reportagem, no final do artigo.
O extrato de comissões
Milhões de portugueses pagam muitas dezenas de euros em comissões bancárias só por terem uma conta aberta no banco. Mas não sabem exatamente quanto. Mas pode saber exatamente quanto. Talvez tenha uma surpresa.
O dinheiro sai da sua conta e você nem dá por isso. 1 euro aqui, 1 euro ali, 5 euros por mês ou em alguns casos 7 ou 8. Parece que não é nada, mas ao fim do ano é o equivalente a uma, duas ou 3 faturas de eletricidade ou metade do seguro do carro. A pergunta é? Tem a certeza de que sabe quanto pagou em comissões bancárias no ano passado? Essa pergunta é importante porque só sabendo isso pode avaliar se deve mudar de banco ou de pacote de conta.
Desde 2019 que todos os bancos são obrigados a enviar aos clientes em Janeiro um extrato de comissões. Portanto já o recebeu, pode é não ter aberto a carta ou o e-mail. Este documento não falha. Tem a lista de tudo o que pagou, ao cêntimo. Mesmo as comissões que nem sabia que pagou. É o resultado de uma Diretiva europeia.
O problema é que como são valores pequenos, a maior parte dos clientes bancários não liga. E a falta de tempo é outra dificuldade. Não dá para analisar os extratos de conta linha a linha.
No seu extrato de comissões vai encontrar estas informações:
- A comissão cobrada por cada serviço e o número de vezes que o serviço foi utilizado;
- O montante total das comissões cobradas durante o ano anterior;
- A taxa de juro aplicada aos saldos negativos e o total dos juros cobrados;
- E a taxa de juro aplicada à conta à ordem, se existir, e o montante total dos juros que recebeu.
Estes são exemplos desses extratos de comissões. O seu será igual, mas com os valores que pagou (ou não).
Por exemplo na Caixa geral de depósitos está aqui na pasta “documentos”.
No caso do banco CTT, o envio foi feito por e-mail.
Verifique onde está o seu extrato e leia-o com muita atenção. Sobretudo a parte do Total. Se o seu banco não lhe enviou este documento apresente queixa no Banco de Portugal. O prazo para lho enviarem já terminou. Tenho conhecimento de alguns bancos que se “esqueceram”.
Mas de que que valores estamos a falar?
Por exemplo no facebook do Contas-poupança os espectadores vão do zero aos quase 200 euros por ano.
Só para ter uma ideia, num depósito a prazo do mesmo banco, para o banco lhe pagar o mesmo valor líquido em juros teria de ter lá 500 mil euros.
Mas para além destas comissões ainda há outras que não aparecem neste documento, como as comissões de processamento de prestação dos créditos. Ou seja, temos de pagar para pagar ao banco. Surreal. Mas tudo legal, claro.
Se quer saber quais são os bancos que não cobram nada basta ir ao site do Banco de Portugal e usar o camparador de comissões. Já fizemos essa reportagem. Pode revê-la AQUI.
As alternativas
Tem pelo menos 3 alternativas: fechar a conta e abrir conta num banco que não cobra nada de nada; caso não possa sair do seu banco por ter lá um crédito à habitação por exemplo, pode fazer as contas para saber se compensa aderir a um pacote que junta várias comissões e fica a pagar menos do que usando os serviços individualmente; ou então aderir no próprio banco a uma conta de serviços mínimos bancários, desde que só tenha essa conta à ordem em Portugal.
Antigamente, na banca havia uma alcunha para um determinado tipo de clientes. Chamavam-lhes os “Pica taxas”. Era pessoas que iam de banco em banco a ver quem lhes dava mais uma décimas nos depósitos a prazo, na altura em que as taxas de juro eram boas. Agora é ao contrário. A luta é pagar o menos possível e não ganhar o mais possível.
Tem aqui o link para a reportagem em vídeo na página da SIC Notícias: