Eletricidade

Painel solar fotovoltaico – Balanço Abril de 2020 (mês 41)

Balanço do mês de Abril de 2020 Abril não foi espetacular quando fazemos as contas ao que o painel fotovoltaico produziu em eletricidade. Não que alguém tenha feito alguma coisa mal ou que tivesse registado alguma avaria. Foi mesmo a meteorologia. Mais nuvens do que no mês anterior (Março), apenas isso.  Curiosamente, em Abril do […]

Painel solar fotovoltaico – Balanço Abril de 2020 (mês 41)

Balanço do mês de Abril de 2020

Abril não foi espetacular quando fazemos as contas ao que o painel fotovoltaico produziu em eletricidade. Não que alguém tenha feito alguma coisa mal ou que tivesse registado alguma avaria. Foi mesmo a meteorologia. Mais nuvens do que no mês anterior (Março), apenas isso.  Curiosamente, em Abril do ano passado aconteceu exatamente a mesma coisa. Produziu menos do que no mês anterior apesar de estarmos cada vez mais próximos do Verão. Será uma explicação para a expressão “Abril, águas mil?”. Não sei.

Recordo a quem chegou agora ao blogue que instalei um painel solar fotovoltaico (que produz eletricidade) em 2016. Gastei na altura 620 euros (painel mais instalação completa) e estou mensalmente a fazer as contas para perceber se foi ou não um bom investimento.

Partilho estas minhas contas porque sei que há muita falta de informação sobre o tema dos painéis solares (muitos acham que é muito caro ou que é muito complicado) e sobre as contas que devem fazer para avaliarem se compensa no vosso caso. Assim têm contas reais (e não as que fazem nas publicidades e as dos vendedores).

Os números

O meu painel solar produziu em Abril 30,602 kWh (menos 6 kWh que em Fevereiro). 1 kWh são 1.000 W. Na sua fatura de eletricidade, cada vez que consome 1.000 W soma mais 20 cêntimos na sua fatura da luz.

Logo, ao ter um painel que produz eletricidade, cada vez que ele produz um acumulado de 1.000 W e os consumo estou a poupar 20 cêntimos porque é eletricidade que não vou buscar à minha empresa fornecedora de eletricidade.

A minha casa gasta primeiro o que o painel produz (e o meu produz no máximo 250 W em tempo real) posso ter um desconto de 25% em cada 1.000 W que gastar durante as horas de pico do sol.

Uma nota para agradecer uma simpática mensagem de um engenheiro que me explicou que a energia não se conta exatamente assim e que há uma equivalência em joules e deu-me uma autêntica lição de “energia”. Lamentavelmente queria responder a este simpático leitor mas não consegui (re)encontrar o e-mail dele ou a mensagem (já não sei por me meio a mandou). São centenas de mensagens que recebo por semana e já não consigo dar conta de todas. Peço desculpa.

Queria apenas explicar-lhe que tento traduzir esta informação da forma mais simples que consigo para ela ter leitura para pessoas sem nenhum conhecimento técnico. Se complico demais ninguém percebe (eu incluído). Portanto se uso um W maiúculo em vez de minúsculo ou um K no lugar errado peço que me desculpe e que não encare isso como uma ligeireza da minha parte porque não quero ser rigoroso. É o contrário. Queria reler a sua mensagem para ver se escrevia tudo corretamente neste artigo mas com pena minha não o reencontrei. Um abraço a esse engenheiro pela simpatia e pela crítica construtiva.

Voltemos à contas:

O que o painel fotovoltaico de 250 W produziu em Abril representou 5,54 € de poupança na minha fatura da luz. Recordo que preço do meu kWh baixou mais uma vez porque renegociei com a Endesa. Tinha tarifa simples de 0,1839 (com IVA) e agora estou a pagar 0,1810 €. Portanto, sempre que baixo o preço da minha eletricidade, a minha poupança com o painel é menor. Nada que me preocupe.

O que não gastar, oferece

Devo sublinhar (como faço sempre em todos os artigos) que tem de compreender que tudo o que eu não consumir no exato momento em que o painel produz a eletricidade, é oferecido à rede elétrica nacional a custo zero.

Como lhe expliquei neste artigo, FINALMENTE tenho uma maneira exata de saber quanto estou a desperdiçar para a rede. Instalei um equipamento que me dá a leitura em tempo real do que consumo e do que “exporto”. Tem AQUI o artigo em que explico como o instalei, quanto custa e como funciona. 

O desperdício do meu painel solar

Agora que já passou um mês completo com este aparelho, consigo saber ao cêntimo quanto estou a “atirar” para a rede de graça e já posso fazer contas reais em todos os aspectos. Por exemplo, reparem na diferença que faz estar em casa ou não. As barras vermelhas são o que ofereço à rede porque não consegui consumir aquela eletricidade no momento em que foi produzida.

Por isso é que é tão importante que não compre uma quantidade de painéis que produzam mais eletricidade do que aquela que consome durante as horas de sol. Se não tem ninguém em casa a essas horas, ter mais do que um painel pode ser um desperdício absoluto.

Se vai perguntar porque não tenho baterias, repito que são muito caras (cerca de 5 mil euros) e que para recuperar o investimento demoraria décadas. Não estou disposto a isso.

Reparem como em Abril, em que estivemos SEMPRE em casa quase 24 horas por dia só “oferecemos” 12 cêntimos de eletricidade à rede. Fiz as contas e o desperdício foi de 2,5%. Mais painéis tivesse, mais poupava.

Aqui tem o gráfico do desperdício dia-a-dia. Veja a diferença entre estar sempre alguém em casa a consumir eletricidade (basta ter uma TV ligada) e a casa estar vazia. As duas barras grandes foi um fim-de-semana em que estivemos fora. O desperdício da eletricidade produzida pelo painel disparou logo.

As contas à poupança

Abaixo tem a evolução da produção ao longo dos últimos meses e a respectiva poupança.

 

Se tivesse consumido tudo o que o painel produziu teria já poupado até agora 264,70 €. Volto a sublinhar que gastei 620 euros no painel e instalação, em 2016. O retorno do investimento continua estável em cerca de 8 anos. Agora já consegue o mesmo ou melhor (painéis de 300 W) por cerca de 500 euros. Como não gasto tudo o que produzo, tenho um desperdício de 17% (baixou um ponto percentual porque o desperdício em Abril foi quase zero) agora confirmado com o aparelho que instalei. Assim, no meu caso o retorno do investimento será em 9 anos e meio reais.

Na minha opinião – que vale o que vale –  todos os portugueses com um telhado virado a sul deveriam ter 1 painel solar. Se depois vale a pena ter 2, 3 ou 6, ou 20 é outra conversa, como explico nesta reportagem. Faça muitas perguntas num instalador perto de si e informe-se. Não é tão complicado como pensa.

Até agora não estou nada arrependido. Mas tem de fazer as contas ao seu caso. Se não percebe nada disto explico-lhe apenas que é só instalá-lo no telhado e ligar o fio que sai do telhado a uma tomada lá de casa, como se fosse um frigorífico.

Tem aqui o vídeo com a instalação do meu painel, caso ainda não tenha visto.

Até ao próximo mês.



Disponível online, livrarias e supermercados.