
Juros dos bancos 20 meses seguidos a baixar
Segundo o supervisor bancário, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares recuou em agosto 0,05 pontos percentuais face a julho, para 1,34%, comparando com 2,56% no mesmo mês do ano anterior.
Esta é a remuneração mais baixa dos depósitos a prazo pelos bancos portugueses desde abril de 2023 (1,14%) e traduz uma quebra de 1,74 pontos percentuais desde dezembro de 2023, mês em que tinha atingido 3,08%, o valor mais elevado desde julho de 2012.
A taxa de juro média dos novos depósitos com prazo até um ano baixou 0,05 pontos percentuais para 1,34%, tendo representado 94% dos novos depósitos em agosto.
Já a remuneração média dos novos depósitos de um a dois anos manteve-se nos 1,39%, tornando-se a mais elevada entre as várias classes de prazo.
No conjunto dos países da área do euro, a taxa de juro média dos novos depósitos baixou para 1,76%, tendo Portugal mantido o seu lugar entre os países da área do euro, com a quinta taxa mais baixa.
O que fazer?
Manter dinheiro em depósitos a prazo neste momento significa perder poder de compra. Se a inflação estiver, por exemplo, em 2,5% ou 3% ao ano e o banco pagar apenas 1,34%, o dinheiro na conta está a render menos do que os preços sobem. Ou seja, todos os meses o valor real da poupança diminui.
A estratégia mais inteligente passa por:
- Diversificar aplicações: manter apenas uma parte em depósitos a prazo, para liquidez e segurança imediata.
- Aproveitar alternativas seguras com mais rendimento: em Portugal, os Certificados de Aforro da série F continuam a pagar taxas superiores às dos depósitos bancários e são garantidos pelo Estado.
- Investimentos de médio e longo prazo: quem puder arriscar um pouco mais deve considerar fundos de investimento, ETFs ou PPR com perfil adequado ao seu risco. O objetivo é procurar retornos que superem consistentemente a inflação.
- Definir horizontes de tempo: o dinheiro de que vai precisar a curto prazo pode ficar em depósitos ou contas à ordem; o que só vai usar a médio/longo prazo deve ser colocado em produtos que realmente protejam contra a inflação.
Guardar dinheiro apenas em depósitos a prazo é hoje um erro financeiro, porque o juro não acompanha a inflação. A solução não é deixar de poupar, mas sim escolher melhor onde aplicar para que o esforço de poupança não se transforme, na prática, numa perda.