Novas tabelas do IRS corrigidas a partir de 1 de março
Um trabalhador que ganha 925 euros brutos vai descontar menos 11 euros de IRS a partir de março, face ao valor de janeiro e fevereiro, e menos 12 euros por comparação com 2021, devido às novas tabelas de retenção.
O Governo aprovou novas tabelas de retenção na fonte para serem aplicadas aos rendimentos de trabalho pagos a partir de 1 de março e que contemplam uma subida do limite superior dos diversos escalões de retenção.
A medida visa “corrigir” os aumentos salariais, nas situações em que quem os teve (como os funcionários públicos que viram os salários ser atualizados em 0,9%) fique a receber menos do que recebia em 2021.
De acordo com a LUSA, as novas tabelas permitem ainda fazer com que o efeito de redução do IRS que decorrerá do desdobramento dos escalões de rendimento coletável (medida que deverá contar do próximo Orçamento do Estado) seja já sentido pelos contribuintes no momento da retenção mensal na fonte e não apenas no próximo ano, com a entrega da declaração anual do imposto.
As simulações do Ministério das Finanças
De acordo com um conjunto de simulações efetuadas pelo Ministério das Finanças e que abrangem casos em que não houve aumento salarial entre 2021 e 2022, um trabalhador solteiro, com um dependente, com um salário bruto de 1.725 euros recebia 1.219 euros líquidos em 2021, tendo passado a receber 1.221 euros a partir de janeiro, devido ao ajustamento nas tabelas de retenção na fonte que então entrou em vigor.
Com as novas tabelas, que hoje são publicadas em Diário da República, passará a receber, de março em diante, 1.254 euros líquidos, o que traduz uma subida de 34,5 euros face a 2021 e de 32 euros face ao valor que recebeu nos dois primeiros meses do ano. No final do ano, a poupança em IRS ultrapassará os 350 euros.
Já um casal com dois filhos, em que ambos os elementos ganhem 2.550 euros brutos, terão um ganho mensal de 30,60 euros face ao valor que receberam em 2021 e de 25,5 euros face ao valor recebido nos dois primeiros meses deste ano.
A poupança ascenderá aos 83 euros mensais para um casal com dois filhos, caso ambos ganhem 4.150 euros brutos, e aos já referidos 12 euros mensais se se tratar de um trabalhador solteiro sem dependentes que ganhe 925 euros por mês.
As simulações do Ministério das Finanças apresentam também casos de rendimento em que o trabalhador teve um aumento salarial de 0,9% no início deste ano. Assim, um solteiro sem dependentes que em 2021 tinha um salário bruto de 998,5 euros, recebendo 774,84 líquidos, viu o seu salário bruto aumentar para 1.007 em 2022, tendo o líquido diminuído para 774,76 euros.
Com as novas tabelas de retenção, o líquido passa a ser de 782,82 euros, a partir de março, subindo oito euros face a janeiro e fevereiro.
Tratando-se de um casal com dois filhos e em que ambos ganhavam em 2021 um salário bruto de 1.415 euros, recebendo 1.065,50 líquidos, o aumento de 0,9% fez com que o bruto subisse para os 1.427,74 euros. Porém como passaram o limite do escalão da tabela de IRS ficaram a receber líquidos 1.062,23 euros a partir de janeiro – menos três euros que no ano passado.
Porém, a partir de março, passam a descontar menos de IRS, o que lhes permite ficar a receber 1.076,51 euros líquidos por mês.
Nas várias simulações apresentadas para quem teve aumentos salariais de 0,9%, o ganho mensal oscila entre os seis e os 29,80 euros, consoante os valores de salários e perfis familiares dos contribuintes.
Atenção à redução do reembolso do IRS no ano que vem
O governo avisa também que apesar destas medidas, e tal como aconteceu no caso dos pensionistas, haverá sempre algumas situações em que aumentos dos rendimentos possam traduzir no imediato em diminuição de remuneração líquida. Isso acontecerá naqueles casos em que por alguns cêntimos passa para o escalão seguinte. Nesses casos, o acerto será só feito no IRS do ano seguinte, em que essa diferença será devolvida pelo Estado.
Deixo sempre aqui este alerta sempre que se mexe nas tabelas de retenção na fonte. É que o reembolso do IRS é tão só a devolução do que você pagou a mais na retenção na fonte no ano anterior.
Assim, ao baixar a retenção na fonte isso quer dizer que vai “ganhar” mais por mês, mas vai automaticamente diminuir a possibilidade de um reembolso maior do IRS no ano seguinte. Na prática, deixa de pagar tanto dinheiro adiantado ao Estado como até aqui. Isto parece-me ser o caminho mais adequado. Eu prefiro ter o dinheiro do meu lado, na minha carteira, para eu gerir como quero, em vez de estar durante 12 meses nos cofres do Estado para depois me devolver.
Sr. Anderson, os pensionistas não são gente? Kadé as tabelas para eles?
As tabelas retêm ou deixam de reter, fica ou não fica disponível esse dinheiro para gastar, poupar ou investir, mas não “dão” mais ou menos dinheiro a ninguém.
Que injustiça é esta ? Os reformados com valores miseráveis ,mas que, quando vão fazer as suas compras ,em especial produtos alimentares e de saúde que, acabam por lhes levar a totalidade dos € da reforma e que não
beneficiam de isenção do IVA , tudo que compram eles pagam sempre IVA , ninguém se lembra deles ? e são
milhões de reformados com valores abaixo dos 500 ou 600 € que trabalharam uma vida contribuindo para a economia desde Injusto e ignóbil País ,que não tem uma escala honesta para a distribuição ou redução do IVA , isto é , os que mais ganham são sempre os mais beneficiados ,até mesmo quando o Governo aumenta as
famigeradas pensões ,eu, o aumento que me concederam foi de 7,21€ ,passando a receber 547,37 € mensais. A solução para eu viver com decência vai passar com “assaltar” bancos ? Raptar oligarcas do Estado e pedir o
resgate conforme estatuto importante desses “xulos” ?? Sim,eu disse “xulos ” centenas de ” R.Salgados” que
roubam, desviam para OffShores, recebem comissões por corrupções que praticam e, o estado nada faz ,uns mentem dizendo ter ” Alzheimer “,outros recebem aumentos faraónicos de empresas que geram e que dão
lucros,(banco novo), Caro Pedro, vou parar ,este espaço é minúsculo para denunciar tudo que queria expor.
Cordiais cumprimentos, continue na senda da informação pois os organismos oficiais não o fazem .
As tabelas de retenção na fonte continuam totalmente desajustadas da realidade. Há casos em que o contribuinte tem uma retenção na fonte que é mais de 2% superior à taxa real de IRS que o contribuinte tem de pagar ao Estado. Porque raio o fisco não ajusta as tabelas de retenção na fonte como deve ser?