Governo propõe diploma que permitir atuar sobre margens de comercialização de combustíveis
Há novidades importantes em relação ao preço dos combustíveis. O Governo vai propor hoje um decreto-lei que permite que atue sobre as margens de comercialização dos combustíveis, para evitar “subidas duvidosas” e para que a descida dos preços seja sentida pelos consumidores, anunciou o ministro do Ambiente.
“A área do Ambiente e da Ação Climática proporá, ainda hoje, um decreto-lei que permite ao Governo atuar sobre as margens de comercialização dos combustíveis, de forma a que o mercado de combustíveis reflita os seus verdadeiros custos”, anunciou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, que está a ser ouvido no parlamento.
Segundo o governante, o objetivo é que, sempre que se verifique uma descida dos preços da matéria-prima, “a mesma seja sentida e apropriada pelos consumidores ao invés de apropriada pelas margens de comercialização, evitando, ainda, subidas bruscas e, potencialmente, injustificadas”.
“O preço das licenças de emissão de dióxido de carbono reflete a necessidade de mudança para um paradigma hipocarbónico, com o qual concordamos. Por isso, resta-nos, mediante fundamentação regulatória, intervir nas margens de comercialização que, se não são abusivas, refletem pelo menos um crescimento duvidoso”, afirmou o ministro do Ambiente.
Para o Governo, o crescimento das margens é “duvidoso”, “porque não são refletidas nos preços de venda ao público as descidas de preço do crude, ao invés da rapidez por todos sentida aquando da subida do seu preço” e, nesse sentido, cabe ao Governo “atuar no curto prazo para corrigir um mercado onde há agentes que se aproveitam das flutuações de preços para aumentar injustificadamente as suas margens”.
O ministro do Ambiente precisou que o que o Governo se propõe a fazer é fixar por portaria a margem máxima de comercialização dos combustíveis, para “garantir que nunca terão subida excessivas”.
O governante adiantou, ainda, que a proposta também inclui o gás de botija.
Ora, assim à primeira vista, na minha opinião faz sentido que haja alguma lógica – que até ao momento desconhecemos – na definição do preço dos combustíveis. Esta proposta não é um regresso ao preço regulado, mas pelo menos traz alguma esperança de que os preços não sejam totalmente arbitrários.
Por outro lado, nestes 10 anos de Contas-poupança, já me arrependi muitas vezes de atirar foguetes antes da festa. Já não faço isso. Portanto, vou esperar pela tal Portaria para a ler com atenção e avaliar se de facto vai proteger o consumidor ou não. Estabelecer limites é bom desde que eles sejam relevantes. E isso só vamos ver depois de estudar a tal regulamentação. Cá estaremos todos para ler e fazer a nossa interpretação.
Gasolina 36% mais cara do que no ano passado
Segundo um estudo da Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) divulgado hoje, a margem dos comercializadores, no final de junho, era superior em 36,6% na gasolina e 5% no gasóleo à margem média praticada em 2019.
Citando o estudo “Análise da Evolução dos Preços de Combustíveis em Portugal”, a entidade que fiscaliza o setor dos combustíveis conclui que, “durante os meses críticos da pandemia, os preços médios de venda ao público desceram a um ritmo claramente inferior à descida dos preços de referência”, o que significa que “as margens dos comercializadores atingiram, assim, em 2020, máximos do período em análise”.
Por sua vez, a Apetro – Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas tem vindo a atribuir o nível atual de preços nos combustíveis, superior a 2008, ainda que a cotação do petróleo seja inferior, à incorporação de biocombustíveis e à elevada carga fiscal.
Matos Fernandes explicou que o Governo não pode ainda intervir no preço dos combustíveis à saída das refinarias, que é determinado pelo mercado mundial, mas lembrou que, nos últimos dois anos, a carga fiscal manteve-se.
O ministro do ambiente quer baixar o preço dos combustíveis???
O governo quer mexer no preço do produto que lhe dá mais impostos??
Ver para crer…
Caro Pedro, o governo irá mexer (na teoria) na margem dos comercializadores. Acha mesmo que iam mexer na carga fiscal que ronda os 60%? Eu não sou legislador mas num mercado liberalizado não sei se faz sentido o Estado meter-se nos preços… estamos a falar de empresas privadas, lei da oferta e procura e concorrência mas pronto… vamos ver!
Se o governo quisesse MESMO baixar os preços dos combustiveis… baixava a ENORME carga de impostos a eles associados!
Cumprimentos.