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Quanto tempo demoro a duplicar o dinheiro que tenho?

Quanto tempo demoro a duplicar o dinheiro que tenho? Quero partilhar consigo uma fórmula matemática que encontrei em vários artigos sobre finanças pessoais quando comecei a ler – a ler muito – sobre o tema. Aliás, tenho a dizer-lhe que o “truque” é só esse: Ler e pensar muito sobre como gerir da melhor maneira […]

Business finance man calculating budget numbers, Invoices and financial adviser working.
Business finance man calculating budget numbers, Invoices and financial adviser working.

Quanto tempo demoro a duplicar o dinheiro que tenho?

Quero partilhar consigo uma fórmula matemática que encontrei em vários artigos sobre finanças pessoais quando comecei a ler – a ler muito – sobre o tema. Aliás, tenho a dizer-lhe que o “truque” é só esse: Ler e pensar muito sobre como gerir da melhor maneira o seu dinheiro e depois COMEÇAR a fazer, para atingir os seus objetivos. 

A regra dos 72

É a Regra dos 72. Não sou o autor da fórmula, nem sei quem foi. Mas é muito interessante para perceber o efeito dos juros compostos sobre o dinheiro que está a poupar/investir. 

A conta é simples de fazer: Dividindo o numero 72 (alguns matemáticos dizem que o correto é 69) pelo juro que estão a pagar pelos seus investimentos, tem o número de anos que demora (com juros compostos) até duplicar o seu investimento. Vamos testar? 

Se colocar 1.000 euros num depósito a prazo que rende 0,10% ao ano, vai demorar quantos anos a ter lá 2.000? Vamos dividir 72 por 0,10. A mim deu-me 720 anos. E a si? 

Agora imagine que pega nos mesmos mil euros e coloca numa ferramenta que rende 1,38%, como os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento. Quanto tempo demoraria a duplicar esse valor? 72/1,38= 52 anos. Sofrível, não é? Dá logo vontade de desistir. Mas sempre é melhor do que 7 séculos…

Como já vos disse, a média dos meus fundos de investimento é de 20% até ao momento (sem qualquer garantia de que isso continue a crescer assim no futuro). Quanto tempo demoraria a duplicar o meu investimento? 72/20=3,6 anos. Obviamente a esta conta depois terá de retirar os 28% para o Estado, ou os 8% no caso dos PPR. 

Começam a perceber –  com estas contas simples – porque é que mudei completamente o meu chip da poupança para o investimento? 

É por ter feito algumas contas simples como estas que percebi que, apesar de ter começado a investir depois dos 45 anos, ainda vou muito a tempo de ainda fazer alguma coisa por mim e pela minha família, em termos financeiros. 

Ainda me faltam exatamente 20 anos para a minha idade legal da reforma. Era melhor se tivesse começado aos 23 anos? Era. Mas por estas contas, pelo menos uma parte das minhas poupanças ainda têm a oportunidade de duplicar 5 vezes e meia até me reformar. 

E mesmo nessa altura, o que me impede de continuar a investir e a viver do que essas poupanças me renderem, enquanto elas lá continuam? 

Pense nisso. Faça a conta da Regra dos 72 e encontre ferramentas de investimento (após ter o seu fundo de emergência) que lhe permitam duplicar o seu dinheiro o mais rapidamente possível. Com cabeça, claro. Não vá atrás de esquemas ou falsas promessas de ninguém. 

Não investir é “mau”?

Aproveito para responder a um comentário de um leitor que considerou que com este tipo de artigos e opiniões, estou a tratar como “analfabetos” e uma outra palavra que não me agrada que ele utilizou, as pessoas que não arriscam o dinheiro que tanto lhes custa a ganhar.

Eu próprio era uma dessas pessoas para quem arriscar um cêntimo que fosse era quase um crime contra a minha família. Não pretendo ser modelo para ninguém, nem me acho superior a ninguém. Simplesmente percebi que há uma janela (financeira) que eu nunca tinha aberto na minha vida e que, ao abri-la, fez uma ventania que me mudou completamente a perspectiva sobre o dinheiro.

Posso dizer-vos neste momento que neste momento em que vos escrevo já dupliquei o dinheiro que investi em apenas dois ano e meio. Coisa que nunca tinha imaginado na minha vida enquanto nem pensava em produtos sem capital garantido.

Sorte de principiante? Talvez. Não sei. Sorte com o ano em que investi? Sim, mas também passei pela pior pandemia e crise financeira mundial da minha vida. E os meus investimentos caíram a pique e recuperaram. É aí que entra a literacia financeira. Temos de saber lidar com os momentos bons e os momentos maus.

Mas se eu consegui, acho que qualquer pessoa deve pelo menos informar-se sobre as várias possibilidades de investimento disponíveis e escolher alguma de acordo com o seu perfil. Nem que seja para experimentar.

E testar com muito pouco dinheiro, dinheiro que possa perder sem lhe causar mossa. Foi o que eu fiz e não estou arrependido. Sei que posso perder o que estou a investir e só estou a usar dinheiro que não faz falta à minha família.

Naturalmente, você tem uma cabeça para pensar e para decidir. Não estou a vender-lhe nada, nem ganho um cêntimo sequer para escrever o que quer que seja. O meu critério é simples: Se é bom para mim, partilho porque também pode ser bom para mais alguém. Mas posso estar  enganado? Posso. Daqui a 20 anos saberei se fiz bem ou não. 

Claro que não deve ver esta regra como infalível, porque basta que em vários dos anos o rendimento seja menor do que o que espera. Mas também pode acontecer em 2 ou 3 anos ser superior ao que previa. A regra dos 72 foi útil para me abrir os olhos para o tipo de investimento que devo procurar. Brinque com a fórmula e veja quanto está a ganhar com os seus investimentos.


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