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EURIBOR – Aprenda a saber quando vai aumentar ou baixar a sua prestação

Como é que eu sei quando é que vou ser afetado? É simples. Vou dar-lhe o meu exemplo e depois aplica ao seu caso (e ao seu banco). O meu crédito à habitação foi feito na Caixa Geral de Depósitos (CGD). Tenho um spread de 0,3 e uma Euribor a 3 meses. Portanto a minha […]

EURIBOR – Aprenda a saber quando vai aumentar ou baixar a sua prestação

Como é que eu sei quando é que vou ser afetado?

É simples. Vou dar-lhe o meu exemplo e depois aplica ao seu caso (e ao seu banco). O meu crédito à habitação foi feito na Caixa Geral de Depósitos (CGD). Tenho um spread de 0,3 e uma Euribor a 3 meses.

Portanto a minha prestação é calculada da seguinte maneira: Pegam no valor que pedi emprestado, dividem esse valor pelo número de meses que contratei e no meu caso pessoal isso dá 264 euros (como pode ver abaixo). Essa é a amortização do capital. No mínimo, tenho de pagar isso todos os meses. Se fizer amortizações antecipadas, esse valor é revisto.

Mas a somar a isso tenho de pagar juros. É o lucro do banco. No meu caso, como lhe disse, é 0,3 + Euribor a 3 meses. Como a Euribor  (ainda) está mais negativa do que o spread, tenho juros negativos, ou seja o banco “paga-me” 12 euros e tal por mês. Portanto, amortizo 264 euros mas só pago 254, porque ainda tenho de pagar a comissão de processamento de prestação e mais o imposto de selo sobre essa comissão. Mas há mais um detalhe.

Como tenho a Euribor a 3 meses, de 3 em 3 meses o valor da minha prestação muda. Para cima e para baixo conforme o comportamento da tal Euribor. No seu caso, poderá ser de 6 em 6 meses ou então uma vez por ano, conforme o prazo que está no seu contrato.

Quis saber quando é que estas subidas da Euribor me vão afetar. Fui ao homebanking da CGD e cliquei em “Crédito à habitação” (terá de ver no seu como ver isso). Na lista das prestações, bastou-me verificar a série de 3 meses com a prestação igual.

Verifiquei que (por mero acaso) os meus períodos de 3 meses começam em Janeiro, mudam depois de Março, de Junho, e depois de Setembro. Se tivesse Euribor a 6 meses seria em Janeiro e em Julho. Veja as datas na sua situação. Se não tem homebanking, basta ir espreitar os seus extratos do banco em papel ou no pdf.

Aqui acima consigo ver que no meu caso a Euribor a 3 meses é definida pela média mensal. Neste caso, do mês anterior. Está escrito no seu contrato. Portanto, a minha prestação vai mudar (para cima ou para baixo) em Julho próximo. Logo, eu terei de me preocupar com o que vai acontecer na Euribor a 3 meses todos os dias do mês de Junho porque é isso que vai definir se vou pagar mais em Julho ou não (e durante os 3 meses seguintes).

Por outras palavras, se a média da Euribor durante o próximo mês de Junho for superior a -0,3 isso significa que voltarei a pagar juros ao banco. Provavelmente mais alguns euros ainda sem muita relevância. E 3 meses depois, mudará novamente para cima ou para baixo conforme a média da Euribor a 3 meses no mês de Setembro, e assim sucessivamente. Compreendeu como se faz a conta e porque acompanhar o desempenho da Euribor é importante?

No meu crédito à habitação, cada aumento de 0,1 da taxa de juro representa cerca de 15 ou 20 euros. 1% poderiam ser cerca de 150 ou 200 euros. Está a ver a relevância desta informação?

Como está a Euribor agora?

A Euribor continua a subir e atingiu esta quinta-feira novos máximos a 3 e 6 meses desde Janeiro de 2016.
(Os gráficos foram retirados deste site https://www.euribor-rates.eu/pt/)

 

As taxas Euribor subiram a 3 e a 6 meses para novos máximos e desceram a 12 meses em relação a quarta-feira.

A taxa Euribor a 6 meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, subiu para -0,114%.
A Euribor a 3 meses também avançou para -0,161%, mais 0,029 pontos.
Em sentido inverso, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor desceu hoje, para -0,066%, menos 0,013 pontos.
Vou manter-vos informados sobre se os bancos vão travar ou não esta subida em flecha. Não me parece que seja do interesse deles manter as Euribor abaixo de zero. Mas não acredito que suba muito como em 2008 (chegou aos 5%). Nessa altura os bancos estavam todos em risco e não é essa a situação agora. Está tudo muito mais controlado. Mas qualquer subida nas prestações podem ser a gota de água nas finanças de muitas famílias. É por isso que vos tenho falado tanto disto.
Em circunstâncias normais isto seria apenas um breve apontamento para os mais curiosos. Neste momento, estou preocupado. Não vejo ninguém a falar disto. Talvez seja eu a ser picuinhas demais. Se estiver a ser, peço desculpa.


 

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