Balanço de Novembro e Dezembro de 2022
Estes são os piores meses do ano, no que diz respeito à produção de eletricidade dos meus painéis solares. Para os que só chegarem agora a esta página quero recordar que instalei o meu primeiro painel solar em dezembro de 2016. Esse único painel custou-me na altura (com tudo incluído) 620 euros. Instalei o painel de propósito para tirar a dúvida para saber se compensava o investimento. Decidi partilhar mensalmente as contas, acontecesse o que acontecesse. A minha ideia inicial era ter o investimento pago em 8 anos. Se assim fosse, no ano que vem (em Dezembro de 2024) estaria já pago e a partir daí já teria apenas lucro.
Mas decidi aproveitar a “promoção” do Fundo ambiental para instalar mais 4 (reembolsaram 85%) e recomecei a fazer contas a partir de Novembro de 2021. Pela minhas contas, terei os 5 painéis pagos em Novembro de 2026. Se gastasse tudo o que os painéis produzem, teria uma poupança mensal média de cerca de 30 euros por mês na minha fatura de eletricidade.
Mas quero que perceba como se fazem as contas para que você avalie também se é um bom investimento para si ou não. Não tenho nenhum interesse comercial em partilhar consigo esta informação. É pura literacia financeira. Com estes artigos mensais tem informação verítica, exata e totalmente isenta. Não o quero convencer a comprar painéis nem o quero convencer a não comprar. Você decide o que fazer com esta informação.
Sem mais demoras, vamos ao que interessa. Como é habitual ao longo de todos estes anos, depois do Verão, a produção dos painéis solares fotovoltaicos começa a descer até janeiro do ano seguinte. Em dezembro os painéis produziram apenas 66,428 kWh. É o pior resultado do ano (como tem sido normal), porque há “menos sol”.
O retorno do meu investimento (com o reembolso do Fundo Ambiental incluído) continua nos 5 anos. O desperdício médio do ano inteiro foi de 50%. Se consumisse tudo o que eles produzem, a minha poupança na fatura de eletricidade seria, em Dezembro, de 10 euros .
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NOTA PERMANENTE: Comprar baterias (com 6 painéis para ser suficiente para carregar as baterias) custar-me-ia vários milhares de euros. Tenho recebido mensagens de alguns leitores que dizem que já encontram baterias a preços muito razoáveis. Para já não me interessa porque demoraria décadas a recuperar o investimento. Assim, o “acordo” que fiz com a E-Redes (como se chama agora a EDP Distribuição) é consumir em tempo real o que o painel fotovoltaico produz e o que não consumir é oferecido para a E-Redes vender aos outros consumidores. Também já pode vender o excedente que produz. É um processo ainda bastante burocrático, mas nada de impossível. Ainda não iniciei esse processo.
Os números de Novembro e Dezembro de 2022
Em Novembro, os 5 painéis produziram o total de 100 kWh, com um desperdício de 55% e em Dezembro produziram 66 kWh com um desperdício de 38%.
A sua casa, por uma lei da física, consome sempre primeiro a energia dos painéis (porque são a fonte de energia mais próxima). Portanto, se eles produzirem o suficiente para o que a minha casa estiver a gastar naquele segundo específico (ou conjuntos de 15 minutos se tiver net metering), não vou buscar nada à “EDP” (no meu caso Endesa). É eletricidade de “graça”. Só tem de levar em conta o investimento. Se tudo correr como nos anos anteriores, a produção vai começar novamente a subir a partir de Janeiro.
As contas
Os meus 5 painéis fotovoltaicos têm um potencial de produção imediata de 1.370 W no pico do sol.
O que produziram em Dezembro representaria cerca de 10 € de poupança imediata na minha fatura da luz, se tivesse consumido tudo o que o painel produziu. Grande parte dessa produção foi oferecida à rede. O meu aparelho (www.eot.pt) mede tudo minuto a minuto por isso consigo saber ao detalhe. Assim, sei que poupei realmente 6,54 € na minha fatura da luz (valores reais com IVA incluído).
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Entre 2016 e Novembro de 2021, tive apenas um painel instalado com o qual poupei 376 € em eletricidade. O retorno do investimento (ROI – Return of Investment) estava nos 8 anos.
Portanto, a partir de Novembro de 2021, com a instalação de mais 4 painéis, “zerei” o meu investimento e estou a apresentar-vos mensalmente as minhas contas em relação ao que investi a mais e ao que estou a poupar desde esse momento (subtraindo o que já tinha amortizado do primeiro painel).
Nestes 14 meses já produzi 416 euros de eletricidade mas só aproveitei na realidade 203,08 euros, ou seja uma média de 14,51 euros de desconto “verdadeiro” na fatura. Agora, com o reembolso do fundo Ambiental efetuado, as minhas contas ficam nos 5 anos, que é menos 3 anos do que o que calculei desde o início, em 2016.
Esta é a minha situação atual, que atualizarei todos os meses.
No gráfico abaixo tem a produção total dos painéis em kWh. Não é influenciado pelo preço que pago pela eletricidade.
Este gráfico acima é importante porque a poupança em dinheiro é uma coisa, mas a eletricidade que ele produz é outra. Eu posso produzir mais eletricidade, mas se o preço da eletricidade baixar, a minha poupança vai ser igual ou inferior. Por outro lado, se o preço da eletricidade aumentar, a minha poupança vai ser maior. Assim consigo comparar as duas coisas e – ao mesmo tempo – avalio a eficiência do painel para saber se devo acionar a garantia ou não. Se a eficiência baixar para os 80% antes de 20 anos, posso reclamar.
Não gasto 1 cêntimo em manutenção. Vou ao telhado duas ou 3 vezes por ano passar um pano para tirar a poeira.
Compensa comprar um painel solar?
Para receber em juros todos os meses o valor de 14 euros, teria de ter um depósito a prazo 120.000 euros (0,20% juros brutos). consigo esse resultado limpo com cerca de 1.000 euros. Faça as suas contas.
Deve avaliar bem se precisa mesmo mais do que um painel solar. Um, pode e deve ter de certeza, diria. Dois ou mais, só os deve instalar se tiver a certeza de que tem gente ou equipamentos elétricos suficientes para gastarem a energia que vai estar a produzir em tempo real (nas horas de mais sol), ou então se os conseguir verdadeiramente a preço de saldo. Também tem a hipótese de vender o excedente, mas o preço tem de compensar e a e-redes tem de comunicar atempadamente e de forma rigorosa os valores à empresa que lhe está a comprar a energia. Nem sempre acontece.
De facto da maneira que têm os paineis instalados a produção não poderá ser muita, não têm a inclinação devida e se calhar até estão mal orientados, o preço e produção dos painéis depende se são mono ou policristalinos e onde está localizada a moradia, mono para moradia de Santarém para baixo do País e poli de Santarém para cima, quanto a baterias custarem milhares de Euros é uma questão de onde se compra, se for em Portugal lógico que vai pagar bem pago, nunca esquedendo que a melhor instalação solar para um excelente rendimento das baterias será a 48V, deixo-lhe um link para ficar com uma ideia dos preços praticados no País vizinho : https://www.damiasolar.com/pt/
Eu instalei 5 painéis em Jan 2019 (1425 kW) e mais dois (560 W) em Jan 2020 (1650€+525€), ainda não havia comparticipação do fundo ambiental.
Em 4 anos a produção foi de 11 623 kW injetei na rede 4 141 kW e da compensação 15 minutos recebi 1 034 kW , poupei 8 516 kW o que dá, a 0,1673€, uma poupança de 1 425 €, aprox. 2/3 do investimento pelo que prevejo completar a amortização no Verão do próximo ano.
Olá Pedro. Já ouviu falar no fator de adequação (settlement)? De acordo com a EDP é mais favorável ter este mecanismo ativo uma vez que o consumo é calculado em períodos de 15 minutos e não instataneamente. Se por exemplo estivermos a produzir 500W e a consumir 1000W durante os primeiros 7.5 minutos o nosso consumo é de 62.5Wh, se nos seguintes 7.5 min estivermos apenas a produzir 500 W, injetamos na rede 62.5Wh. No fim dos 15 minutos o consumo acumulado é de 0Wh. Isto não acontece sem o mecanismo de settlement ativado e o consumo acumulado durante 15min é de 62.5Wh.
Caro Pedro,
Adiquiri recentemente 3 paineis fotovoltaicos para autoconsumo e estou neste momento a analisar a venda do excedente.
Seria muito útil que pudesse fazer uma reportagem, ou um artigo sobre a venda do excedente comparando os valores das várias empresas e tipo de preço (fixo vs variável), pois estou com algumas dificuldades em perceber qual a melhor opção.
Muito grato pelo seu trabalho.
Cumprimentos,
Bruno
Olá. Acabei de assinar o meu contrato de excedente com a luzboa apos ler varios relatos de clientes satisfeitos. Vamos ver como corre. Escolhi variável. Pesquise iformacoes no Facebook na pagina auroconsumo. É muito util.
Boa tarde,
Estou a ponderar a instalação de 2 painais solares para produção energia eletrica para auto consumo.
A “águas” do telhado estão na oritentação nascente/poente. A exposição não é ideal durante o inveno, mas de março a outubro tem sol frontal durante 7h
O meu custo medio mensal eletricidade é 110€ e trabalhamos (3 pessoas) a partir de casa.
Será compensa colocar paineis uma vez que o meu consumo energetico é homegeneo entre as 7H30 e 22H?
Manuel.