Inflação foi de 8,7% em Junho – Onde devo cortar?
Em Junho, perdemos 8,7% de poder de compra em relação ao mesmo mês do ano passado. É um valor arrasador para as nossas finanças pessoais e familiares. Significa, de forma simplista, que um casal que ganhe 2.000 € (1.000 € cada um) na prática ganharam este mês menos 174 euros (apenas 1.826 €) face ao que ganhavam há um ano.
O problema principal está na energia e alimentação
A variação do índice relativo aos produtos energéticos (transportes, eletricidade, gás e outros combustíveis) aumentou 31,7% em relação a junho do ano passado, o valor mais elevado desde agosto de 1984, enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados (bens alimentares e bebidas não alcoólicas) apresentou uma variação de 11,9%.
Por classes de despesa e face ao mês de maio, são de destacar os aumentos dos Transportes e dos Restaurantes e hotéis, com variações de 14,3% e 14,2%, respetivamente.
Em sentido oposto, a Saúde e o Vestuário e calçado apresentaram uma diminuição da taxa de variação homóloga para -3,6% e -0,5% respetivamente.
Conhecer estes dados é importante porque nos permite saber onde devemos cortar ou fazer compras mais inteligentes. Se o problema da inflação está concentrado está nos combustíveis, é para aí que temos de direcionar os nossos esforços de poupança: Posso tirar o passe durante 2 ou 3 meses? Posso abastecer durante 3 meses em postos low cost se ainda não o faço? Posso deixar o carro parado mais possível, talvez passando a fazer alguns dos meus percursos a pé ou de bicicleta? Posso trocar para uma empresa de eletricidade com preços mais baixos do que os que tenho atualmente? E fazer o mesmo no gás? Se a alimentação está a sofrer aumentos muito grandes, posso substituir alguns dos produtos que aumentaram muito por outros que ainda mantêm preços razoáveis? Posso comprar em promoção esses produtos ou em quantidade a preços mais baixos? Posso planear melhor as minhas compras, relacionando-as com o planeamento da ementa semanal da família? Se os restaurantes e hotéis subiram os preços posso limitar os meus gastos nesses estabelecimentos ao que realmente posso gastar sem me fazer falta o dinheiro para outras coisas?
Como vê, é tudo uma questão de consciência do problema, avaliação da nossa situação, orçamentar o que precisa ser orçamentado, planear e depois executar. Dá trabalho, mas se não o fizer vai entrar rapidamente no “vermelho”.
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Rendas de casa mais caras
As rendas novas também subiram. A variação homóloga das rendas de habitação por metro quadrado foi 2,7% em junho de 2022. Todas as regiões apresentaram subidas das rendas de habitação, tendo o Algarve e Lisboa (ambos com 2,9%) registado os aumentos mais intensos.
Ou seja, uma casa posta à renda por 500 ou 600 euros no ano passado, agora passou a estar a arrendar por 550 ou 650 conforme as localidades e a procura.
As regiões com a variação mensal positiva mais elevada foram o Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve e Açores e não baixou em nenhuma região do país.
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