Combustíveis vão baixar bastante na próxima semana
O primeiro-ministro anunciou hoje no Parlamento que na segunda-feira a nova descida do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) permitirá baixar a carga fiscal em 20 cêntimos por litro, reduzindo 62% do aumento do preço da gasolina e 42% do gasóleo.
António Costa referiu esta evolução de desagravamento do ISP na abertura do debate na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022.
“Posso por isso anunciar que, já na próxima segunda-feira, a nova descida do ISP, permitirá baixar a carga fiscal em 20 cêntimos por litro, o que permitirá reduzir 62% do aumento do preço da gasolina e 42% do aumento do preço do gasóleo sofrido pelos consumidores desde outubro”, declarou.
Entre descidas de impostos e subvenções, de acordo com António Costa, a proposta de Orçamento “prevê mais de 1300 milhões de euros de apoio às empresas e às famílias”.
Devo sublinhar que esta descida ainda não abrange a subida ou descida normais relacionadas com o mercado das matérias-primas – que publico todas as sextas-feiras – mas eu esperaria pela semana que vem para encher o depósito, se puder esperar.
Se se verificar esta descida, voltaremos a ter o combustível em valores perto dos 1,80 € por litro.
A questão é que não sabemos por quanto tempo. A experiência diz que quando os impostos descem, normalmente os “mercados” vão absorvendo essa margem aos poucos e quando os preços voltarem a valores mais altos, voltaremos a pagar valores mais altos também e o Estado a receber menos em impostos. Perdemos todos outra vez, menos alguns. Esperemos que a história não se repita neste caso. Mas como já ando nisto há vários anos, não estou muito optimista.
Seja como for, é uma boa notícia para os consumidores. É uma descida muito relevante, a concretizar-se. Voltaremos a estar mais ou menos a par com a Espanha (que também desceu 20 cêntimos). Num depósito de 50 litros estamos a falar de uma poupança de 10 € face aos valores atuais.
Mas vamos lá a ver, na prática (e nisto temos de reconhecer que os aumentos não são culpa de nenhum governo) voltaremos aos preços “normais” que já eram altos que chegassem para os rendimentos médios dos portugueses. Continuamos a ter de ter muito cuidado com a forma como gerimos o nosso dinheiro para não o desperdiçarmos.
Se o governo conseguir travar o aumento dos preços dos combustíveis e da eletricidade (e já agora do gás) talvez a inflação não suba tanto como se espera nos próximos meses. Em todo o caso, não baixe a guarda.
Quem anda a GPL fica a ver navios.