Eletricidade no mercado regulado volta a aumentar 3% em outubro
Já vos tinha avisado que os preços da eletricidade vão aumentar e não é pouco. Em Julho já tinham aumentado 3%. Cá está a confirmação e não vai parar por aqui. Preparem-se.
ERSE aumenta preço do kWh no mercado regulado
O preço da eletricidade vai voltar a aumentar, a partir de 1 de outubro, com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) a determinar uma subida de 1,05 euros por mês ou de 2,86 euros (conforme os consumos) para os consumidores em mercado regulado. É o equivalente a mais 3% de aumento, depois do aumento de julho. E devo dizer-lhe que mesmo assim é um aumento “pequeno” face à situação atual no mercado ibérico de eletricidade.
Numa nota, hoje publicada, a ERSE explicou que a “tarifa de energia reflete o custo de aquisição de energia do Comercializador de Último Recurso (CUR) nos mercados grossistas, sendo uma das componentes que integra o preço final pago pelos consumidores no mercado regulado”.
A entidade disse ainda que, com a subida continuada dos preços grossistas no Mibel, “a estimativa atualizada para o ano de 2021 aponta para um custo de aquisição do CUR de 73,24 EUR/MWh [megawatt/hora], o que corresponde a mais 41% que o valor refletido nas tarifas em vigor”, segundo a mesma nota.
Para que perceba o que está a acontecer – de uma forma simplista – o que a Lei diz é que sempre que o preço na “produção” aumentar pelo menos 10 euros, a ERSE é “obrigada” a aumentar o valor fixo de 5 euros (por mega Watt/hora) aos clientes do mercado regulado. Esses preços na origem já aumentaram cerca de 150 euros desde o início do ano, portanto façam as contas…
A ERSE já tinha feito um aumento a 1 de julho. Agora vai voltar a fazer. E, naturalmente, se a situação se mantiver, vai ter de o fazer outra vez a 1 de janeiro e depois a 1 de abril e assim sucessivamente. Claro que se os preços baixarem (neste momento estão a chegar aos 200 euros o MWh), os preços no mercado regulado também voltarão a baixar. Mas isto está complicado.
Feitas as contas, a sua fatura de eletricidade no mercado regulado está a aumentar 1 euro ou quase 3 euros por mês (conforme os seus consumos) de 3 em 3 meses. Para um casal com 2 filhos a ERSE estima que a fatura em outubro já pode ser de 95 euros. Assustador.
As explicações da ERSE
Estes aumentos da SU – Serviço Universal vão afetar 993 mil famílias. Ainda é muita gente. Os aumentos nas outras empresas no mercado liberalizado ainda não se estão a sentir em força (embora já haja algumas a aumentar), mas os empresários já estão em pânico com os novos preços. É que no mercado empresarial, as coisas funcionam de maneira diferente dos consumidores domésticos.
A atualização da tarifa de Energia tem impacto direto nas tarifas de Venda a Clientes Finais dos clientes do mercado regulado em Portugal continental e nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.
Tendo por base os consumidores-tipo do simulador de preços de energia da ERSE, o impacto estimado da atualização da tarifa de Energia para os consumidores do mercado regulado é de aproximadamente mais 3%, em relação aos preços em vigor, no total da fatura de eletricidade (com IVA). Atendendo à redução de 0,6% ocorrida em janeiro, com as atualizações de julho e de outubro próximo, a variação tarifária média anual entre 2021 e 2020 será cerca de 1,6%.
As outras empresas não são obrigadas a aumentar os preços
Esta alteração não “obriga” o mercado livre a repercutir a mesma atualização de preços, já que cada comercializador segue a sua própria estratégia de aprovisionamento de eletricidade e procura oferecer as melhores condições comerciais em ambiente concorrencial. Mesmo após a revisão em alta das condições de preço para novos contratos de fornecimento de eletricidade, já ocorridas em muitos comercializadores desde o início do ano devido à subida dos preços no MIBEL, ainda há várias ofertas mais baratas do que o mercado regulado.
A ERSE aconselha os consumidores a procurarem potenciais poupanças na fatura de eletricidade junto dos comercializadores no mercado, disponibilizando para tal um simulador de preços de energia que facilita a escolha da oferta mais vantajosa.
O conselho da ERSE é o mesmo conselho que lhe dou e que sigo há vários anos. Sempre que encontro um preço melhor/mais barato, mudo.
E aproveito todas as ferramentas de marketing e descontos que as empresas oferecem. No mês passado paguei 2,5 € de eletricidade, graças aos “códigos amigo” de uma empresa. Temos de ser consumidores inteligentes para fugir aos aumentos normais e anormais que fazem parte da realidade incontornável que enfrentamos.
Se você nunca se mexer, estará sempre a pagar mais do que devia pelos mesmos serviços. A eletricidade é só mais um exemplo.
Vou REPETIR: Os aumentos são inevitáveis. PROTEJA-SE mudando JÁ para uma empresa do mercado liberalizado (você escolhe qual) que garanta o preço que contratar pelo menos durante os próximos 12 meses.
Se seguir este meu conselho vai poupar muitas dezenas de euros. Você é que sabe…
Leia também:
Podcast – Está preparado para os aumentos da eletricidade?
VÍDEO | Deve ter cuidado com os contadores inteligentes de eletricidade?
” Os aumentos são inevitáveis. PROTEJA-SE mudando JÁ para uma empresa do mercado liberalizado (você escolhe qual) que garanta o preço que contratar pelo menos durante os próximos 12 meses ” — ERRADO !
Ninguem garante preços por 12 meses , V. Exa ja deveria de saber isso.
Fiz um contrato em Janeiro com um operador e em Agosto fui informado que os valores iriam aumentar se quisesse mudar de operador poderia faze lo ..! – Ora tenho mais que fazer ! Voltei para a SU .
Este mercado liberalizado é uma farsa , uma historia que se repete :
_ liberalizacao dos combustíveis ? Lembram-se ?
– liberalização das telecomunicações (ISP ´s)
….
Olá. Mas mudando, vai mudar para a que está a aumentar mais?!
Lamento mas cada caso é um caso , para mim é a melhor opção .
E a SU nao é a que esta a aumentar mais .
NOTA:
Nem todos tem a conta de electricidade paga por patrocinadores …
Se é a melhor opção para si, está a fazer muito bem :). Nota: Não tenho patrocinadores. Uso as ferramentas disponíveis a qualquer consumidor.
Olá Pedro Andersson e restantes leitores, escrevo apenas para relatar a minha realidade, tenho contrato no mercado liberalizado com a empresa YLCE agora YES ENERGY, e o preço do Kwh cobrado por esta empresa nas minhas facturas em Junho (dia 9/6) o valor unitário do Kwh que era de 0,146€ subiu para 0,172€ um aumento de 17,81%.
De seguida no mes de Julho (dia 28/7) voltaram a aumentar o valor unitário do Kwh para 0,2122€ (23,37%). A YES eENERGY subiu em menos de dois meses a tarifa do Kwh em 45,34%. Irei regressar tendo em consideração o actual contexto de incerteza ao serviço universal, parece-me demasiado romancista apostar no mercado liberalizado de energia em Portugal. Cumps.
Olá. Também mudaria. Mas tem mais barato do que o regulado (ainda).
Viva Pedro,
Acabo de ouvir o podcast #72.
Apenas referiu a importância de verificar o valor do kWh. É muito importante, principalmente para clientes de menor consumo, olhar para o preço da potência contratada, €/dia.
Estou certo que sabe disto. Talvez não tenha referido por esquecimento.
Mas é importante passar essa mensagem porque as comercializadoras, sabendo que as pessoas são distraídas, em vários casos, dão com uma mão e tiram com a outra, isto é, até podem fazer um valor de kWh interessante mas poderão estar “a carregar” no valor da potência contratada.
Este valor deveria ser igualmente aplicado por todos os comercializadores, à semelhança do que se passa noutros níveis de tensão. Mas por qualquer motivo que ainda não percebi, cada comercializador aplica o preço que entender, sendo certo que, independentemente do valor que cobrem aos clientes, todos eles entregarão o mesmo valor (fixado pela ERSE) ao sistema elétrico nacional.
Muito obrigado pelo trabalho.
Um abraço!
Olá. Tem toda a razão. É uma opção minha. Falei muito sobre esse pormenor nos meus artigos, vídeos e vídeos iniciais. Neste momento prefiro destacar a importância de comparar o kWh por facilidade de comunicação. Claro que podia referir isso, e certamente fa-lo-ei nos próximos episódios, mas sem fazer disso algo importante. É que é uma parte minúscula da fatura. Só tem relevância em faturas reduzidíssima. Obrigado pela sua crítica atenta.
Bom dia, Pedro e restantes leitores. Obrigada por todas as suas dicas, que considero de grande valor, pela ajuda que proporciona a quem quer poupar e, sobretudo, para que todos possamos estar mais conscientes da forma como usamos os nossos recursos financeiros e o impacto que isso pode trazer à sociedade. Tenho estado atenta aos conselhos relativamente à eletricidade, mas confesso que me sinto muito confusa, porque se uns são mais baratos num aspeto, são mais caros no outro. Sou cliente SU, mas considero seriamente mudar, decidir para qual, é o que considero mais difícil.
Obrigada.
Abraço.
Alice Correia
Olá Pedro Andersson,
A minha última fatura da Yes energy, de 8 de outubro, tem um valor total de €64,01. Na última página da fatura está escrito:
Se optasse pela tarifa regulada, pagaria pelo mesmo consumo de eletricidade desta fatura -16,32 € (não incluindo taxas e impostos).
A ENFORCESCO SA não disponibiliza uma oferta comercial equiparada ao regime de tarifa regulada.
Fiquei confusa pois entendi, pelo seu artigo e pelos comentários, que a tarifa regulada é mais cara que a do mercado livre. O que me aconselha a fazer?
Obrigada,
Paula
Olá. Não. O que eu disse é que no mercado liberalizado tem empresas mais caras e mais baratas do que no regulado. Tem de escolher de 6 em 6 meses uma que seja mais barata do que a sua. No seu caso compensa-lhe mudar para o regulado, mas tem empresas AINDA mais baratas do que o regulado. Só tem de procurar porque todas as semanas mudam os tarifários.
Há uns anos mudei para a Ylce para poupar uns cêntimos por mês. E nunca mais pensei no assunto…
Posso mudar de 6 em 6 meses?
Olá. Pode mudar todos os meses se quiser 🙂
Muito obrigada pelos esclarecimentos!
Ou seja, se mudar parava SU vai poupar 16 euros por mês, se mudar para uma mais barata que a SU vai poupar 18 ou 20… Mas desde que poup 16 já não é mau, claro. Não fique é parada. 16 euros por mês são quase 200 euros pela janela fora por ano.
Depois de mudar para a Ylce nunca mais pensei no assunto pois assumi que as perdas e ganhos continuavam a ser de poucos cêntimos. Até que ontem li as duas últimas linhas da minha fatura!
Não vou ficar parada não.
Muito obrigada por me ter respondido 🙂
Paula