Fundos de investimento – Balanço semanal
Passou mais uma semana. Estou praticamente a voltar a tocar no máximo que já tive até hoje, na média dos 3 fundos. Estou a ganhar uma média de 26% com os 3 fundos que subscrevi em julho do ano passado com o dinheiro que poupei durante os dois confinamentos.
Algumas pessoas, quando lhes digo que podem ter rendimentos muito superiores aos depósitos a prazo, e lhes falo em ganhar 10 ou 15%, acham que estou a inventar. Como pode ver, são dados absolutamente reais. Não estou a falar de teorias ou possibilidades teóricas. Só tem de perceber que nem sempre tem estes ganhos. Haverá alturas em que estará a perder. Se pensar a longo prazo, historicamente sairá a ganhar.
Depois de algumas semanas em queda, estes últimos dias foram de recuperação. Mas nada garante que assim continue.
Quando as pessoas apresentam muitas dúvidas, gosto de lhes explicar que neste momento, em que estou a ganhar 26% com estes valores, o mercado pode cair 26% que até esse momento terei uma espécie de capital garantido. Só se descer mais do que 26% é que deverei ficar (mais) preocupado.
Passados uns anos a ver como se comportam os mercados, posso dizer que já vejo estes “sobe e desce” com muita calma e sem entrar em stress. Quando ganho não entro em euforia, e quando desce também não entro em pânico. O “segredo” é poerceber como funcionam estes investimentos.
Tem o balanço desta semana dos meus fundos “Covid” com os respectivos gráficos e de todos os meus outros fundos mais abaixo neste artigo.
Os avisos do costume (repito esta informação em todos os artigos)
Recordo-lhe que não sou um profissional desta área. Sou um cidadão curioso que está a partilhar a experiência consigo. Não são conselhos para fazer o que quer que seja. A única coisa que tenho para lhe mostrar são resultados reais, absolutamente rigorosos e sem filtros. Ganho, ganho, perco, perco. É o meu dinheiro. Não é uma conta virtual. Como lhe tenho vindo a explicar ao longo destas semanas, qualquer lucro em Fundos de investimento pode ser temporário e as “perdas” fazem igualmente parte do percurso. Se perceber isto, nunca se sentirá enganado.
Porque faço isto
Em 2019 decidi começar a investir em Fundos de Investimento. Nunca na minha vida tinha investido em produtos sem garantia de capital. Sempre tive medo destas coisas. Mas decidi arriscar e estou aqui, como um cliente bancário “normal” a partilhar consigo a minha experiência. Algumas pessoas criticam-me por estar a falar deste tipo de investimentos de risco sem ser profissional da área. Mas acredito que é isso mesmo que dá algum interesse a estes meus artigos. São MESMO as experiências de uma pessoa normal que está a aprender e a dizer-lhe o que estou a descobrir e o que estou a ganhar e a perder com isso. Para que você aprenda também.
Depois o que você faz é consigo. Recordo-lhe que em Março estive a perder com os meus fundos (que agora estão a dar lucro) cerca de 30%, mas decidi esperar e não resgatar. É duro. Concluí que de facto, para fazer crescer o nosso dinheiro, em algum momento, terá de colocar parte do seu dinheiro em produtos sem capital garantido. O que vai encontrar aqui são dados reais (os meus) e não simulações de um banco ou corretora.
Expliquei neste artigo AQUI porque estou a fazer isto, onde tem vários avisos e explicações sobre os bancos onde tenho estes fundos – que deve ler – sobre porque deve conhecer várias alternativas de investimento. Quero que perceba que, ao contrário dos depósitos a prazo, o seu dinheiro sobe e desce todos os dias. Se isso lhe faz confusão, não se meta nisto.
Semana de 17 de junho de 2021
Comecemos como habitualmente com o desempenho semanal dos meus 3 fundos “Poupança Covid-19”.
Semana de subidas
Breve contexto: Em minha casa, poupámos várias centenas de euros (porque ambos continuámos a trabalhar) durante esses meses da Covid-19. Decidimos pegar nesse dinheiro e (já que seria dinheiro que seria entregue às gasolineiras, restaurantes, escolas, portagens, etc.) investi-lo com mais risco. Felizmente conseguimos dar-nos a esse “luxo”. Há famílias que devem colocar este dinheiro num Fundo de emergência (depósito a prazo) e NUNCA os colocar em produtos de capital não garantido.
Subscrevi um fundo com o que a minha mulher não gastou durante o Estado de emergência (combustíveis e alimentação = 225,75 €), outro com o que o meu filho mais velho não gastou (passes e alimentação na escola = 153,12 €) e outro com o que o meu filho mais novo não gastou (a mensalidade da escola privada baixou e não teve atividades extracurriculares = 248,26 €).
ATUALIZAÇÃO: Em fevereiro de 2021, poupámos mais 230 euros com o segundo confinamento. Somei esse valor a um dos fundos e vou, a partir de agora, acrescentar esse reforço às nossas contas semanais. Em março, reforcei novamente com o mesmo valor (mais 230 euros). Ou seja, no total, investi desde julho de 2020, em fundos de investimento 1.086,89 €. Este valor é o que poupei por causa dos dois confinamentos. A situação neste momento é a seguinte:
Esta semana
Semana anterior
Dois dos fundos cresceram esta semana cerca de 1%, o terceiro ficou praticamente na mesma. Passadas 47 semanas (11 meses), na média dos 3 fundos, e apesar dos altos e baixos ao longo das semanas, CONTINUO A GANHAR DINHEIRO, como poderá ver neste gráfico que atualizo todas as semanas. Já com os dois reforços.
NOTA: Se tiver dificuldade em ver os gráficos ou os números nas fotos, clique sobre a foto e escolha “abrir noutra página”. E vê tudo com detalhe.
Estou com um lucro bruto de 159 €. Seriam 114 € limpos (tirando os 28% para o Estado). Para ter este resultado num depósito a prazo teria de ter no banco mais de 150 mil euros ao fim de um ano completo. Tenho o mesmo resultado com 1.000 euros.
Ao resgatar, teria de descontar no ano que vem 28% para o IRS anexando o Modelo J de rendimentos no estrangeiro, ou de taxa liberatória retida na fonte se forem fundos nacionais (nos depósitos a prazo seria exatamente a mesma coisa). Não é melhor nem pior na questão de impostos. Só paga o devido de forma diferente (no IRS, no ano seguinte ao resgate).
Se um dia subscrever Fundos de Investimento pela primeira vez, sugiro que escolha em euros para ter uma leitura mais fácil para si e siga as instruções dos gestores de conta profissionais do banco ou corretora.
No total dos 3 fundos, no dia 16/07/2020 subscrevi 627,13 € (com um reforço de 229,80 em Fevereiro de 2021 e 229,96 em Março, ou seja 1.086,98 € no total) e se os resgatasse neste momento devolviam-me 1.246,35 €.
Se acha que são valores pequenos, só tem de multiplicar por 10. Se tivesse investido 10.800 euros nos mesmos 3 fundos, teria hoje mais 1.590 euros brutos. Se multiplicasse por 100 (ou seja, mais ou menos 100 mil euros) teria em 11 meses mais 15.900 euros para ir levantando e gastando.
Mas se estivesse a perder, também seria na casa dos muitos milhares de euros. É isto que eu quero que perceba MUITO BEM logo desde o início. É assim que o nosso dinheiro pode fazer dinheiro. Numa conta a prazo, não. Assim que alguém consegue chegar ao patamar das dezenas de milhares de euros e começa a investir começa logo a notar a diferença. Para cima e para baixo. Ou seja, é desta forma que pode colocar o dinheiro a trabalhar para si.
Tendo dinheiro (poupando-o e investindo-o) pode ao longo do tempo viver melhor, sabendo os riscos que corre. Repito o alerta de sempre que esta estratégia é APENAS para uma pequena parte das suas poupanças a que se possa dar o “luxo” de perder. Não têm capital garantido. Se na altura em que precisar desse dinheiro os seus Fundos estiverem negativos, o “segredo” é fazer de conta que esse dinheiro não existe e esperar que recuperem se o puder fazer. Também pode resgatar quando quiser o valor correspondente ao “lucro ” e deixar o restante a render mais outra vez, mas perde o efeito do juros compostos.
Os meus outros fundos
Tenho um fundo “principal” que tento reforçar todos os meses, independentemente do que estiver a acontecer nas Bolsas. Veja como está esta semana:
O meu fundo de investimento “principal” cresceu esta semana. Conforme a data em que subscrevi cada unidade do mesmo fundo, uma está a crescer cerca de 59% e a mais “baixinha” só cresce 6,14%. O outro fundo ficou na mesa. Está com 42% de crescimento.
Tenho o meu Fundo de Emergência fora deste tipo de produtos financeiros. É um ano de todas as minhas despesas. Esse dinheiro está numa conta à ordem (nem sequer está numa conta a prazo) a render zero. Mas é mesmo assim que o quero: sempre disponível. Neste momento, se me acontecesse uma “desgraça” conseguiria manter o meu atual nível de vida durante 12 meses sem qualquer apoio. Demorei vários anos a atingir esse valor. E desse dinheiro não arrisco 1 cêntimo. Está sempre em produtos com capital garantido.
O resto arrisco um pouco mais, sim. O que me sobra acima do fundo de emergência tenho uma parte em PPR, outra parte em Fundos de Investimento, outra parte de plataformas de crowdfunding e outra parte em ações, com riscos e rentabilidades diferentes. É a chamada diversificação. Se uma correr mal, as outras aguentam melhor (espero).
Tem aqui uma análise da diversificação dos meus investimentos:
ANÁLISE | Como estão distribuídas as minhas poupanças/investimentos
NOTA PERMANENTE: Recordo que se resgatar um fundo, o banco começa pelas unidades mais antigas. Não posso dizer que quero resgatar “aquela” dos 30 e tal por cento. É a regra do FIFO, “first in, first out” (o primeiro a entrar é o primeiro a sair). Também deve perceber isto desde o princípio. Não pode escolher. Mas não tem de resgatar o fundo TODO. Pode ser só metade ou um terço ou um determinado valor e eles fazem as contas. Ou pode resgatar um fundo que está a dar lucro e deixar lá os que estão a dar prejuízo.
Pode investir pequenas poupanças. Não é preciso ser rico para ter um fundo de investimento (bastam 15 ou 20 euros, outros “custam” 100, 200 ou 300 euros). No print screen acima tem lá os valores que investi.
Cada fundo, sua rentabilidade
Estes outros fundos, que tenho noutro banco, tiveram desemprenhos diferentes. O fundo “melhor” neste momento está a crescer 57% e o “pior” está a crescer 8%. Dois subiram, 3 desceram. Repito, todos estes fundos NÃO TÊM garantia de capital. Daqui a umas semanas posso estar aqui a dizer-lhe que estou a perder 30 ou 40% de tudo o que investi até hoje (caso resgatasse nesse dia).
Esta semana
Na semana passada
Os Fundos de Investimento são compostos por um “cesto” de ações e de setores de actividade mas refletem essas escolhas em várias bolsas do mundo. Tem milhares para escolher. Peça ajuda no seu banco para escolher um que se adeque ao seu perfil.
Quando resgato?
Pode ter duas estratégias: ou resgata sempre que atingir o seu objetivo em termos de juros ou decide manter vários anos à espera que (apesar do sobe e desce) vá sempre subindo ano após ano durante 10, 20 ou 30 anos. Mas não se esqueça de que sempre que resgata perde 28% do lucro para o Estado. Não convém estar sempre a fazê-lo.
Outra dúvida que as pessoas têm é se o que cresce este ano acumula com o crescimento do ano que vem. Sim e não. Não acumula no sentido em que fica fechado o que cresceu este ano e começa outra vez do zero a 1 de Janeiro. Não é assim que funciona.
O fundo cresce (ou desce) em relação ao dia em que o subscreveu. Depende dos valores em bolsa de cada uma das empresas que fazem parte de cada fundo. Se elas cresceram em relação ao dia em que subscreveu vai ganhar (ou perder) a diferença face ao dia em que resgatar. Pode ter um fundo que cresceu 10% ao ano ao longo de 10 anos (ou seja, mais do duplicou o investimento graças ao efeito dos juros) e apanha uma “pandemia” no ano 11 e de repente volta a estar negativo e perdeu todo esse “crescimento”.
Também pode subscrever este ano e estar a ganhar 15% no ano que vem. Só você é que pode decidir o que fazer com o que estiver a ganhar a cada momento. Está sempre tudo à distância de um clique no computador. Volto para a semana com a atualização deste balanço. Veja neste vídeo como subscrevi os meus fundos.
Avisos
Nunca deve ver a minha carteira de investimentos ou o que eu digo como um conselho sobre como e onde deve investir ou que fundos deve escolher. Há milhares de fundos. Não tenho qualquer formação financeira e sou um simples cliente bancário com muita curiosidade. Quando quiser subscrever fundos pela primeira vez deve contactar um gestor especializado no seu banco ou corretora. Nunca invista dinheiro de que vai precisar para outros fins. Pode perder dinheiro, se precisar levantá-lo numa altura em que estiver com valores negativos e não puder esperar meses ou anos até que eles recuperem.
Boa noite srº Pedro.
Tenho uma questão, relativamente ao resgate de fundos, que talvez consiga esclarecer-me.
Na hipótese de ter colocado 1000 euros em fundos e que agora o valor estivesse em 1200 euros, ao fazer o resgate de 1000 euros (tenho ainda de confirmar com o banco para saber se é possível) teria de fazer algum desconto no ano seguinte para o IRS?
O meu muito obrigado desde já.
Cumprimentos.
Olá. Se o fundo for português a retenção de 28% é feita na fonte ecrecebe o valor líquido. Se for estrangeiro, no ano seguinte declara no anexo J e paga no IRS 28% das mais valias também.
Bom dia.
Muito obrigado pelo seu esclarecimento.
Com os melhores cumprimentos,
Edgar
Bom dia,
A Minha dúvida é, qual o banco melhor (custos mais baixos) para ter carteira de investimentos?
Quase todos os que vi tem custos.
Obrigado
Boa tarde Pedro. Parabéns pelo serviço que presta aos portugueses
no campo da literacia financeira, é de facto um trabalho extraordinário. A minha questão prende-se nas soluções de investimento disponíveis num determinado tema. O Pedro tem conhecimento de algum fundo de investimento que no seu portfólio tenha como principal activo as emissões de carbono ? Cumprimentos
Olá Anselmo. Obrigado pelas suas palavras. No Brasil esses fundos já existem. Em Portugal desconheço. Deve perguntar no banco onde tem os seus fundos, se têm fundos com essas características.
Olá Pedro,
Tenho seguido lido muita coisa que coloca aqui sobre investimentos e até iniciei alguns. Tambem nunca o tinha feito porque lá está nunca ninguem nos ensinou.
A pergunta é: imagine que tenho um fundo de investimento, meto lá 100 euros e ele até vai crescendo durante uns meses, mas como costuma dizer e bem, as coisas não duram para sempre e passado um mês ele começa sempre a ter perdas.
Pela lógica já não terei lá 100 mas sim 100 e tal euros (lucros).
Há possibilidade de começar a perder esses 100 euros aos poucos, certo ? (isto quando ele já perdeu os lucros que tinha dado)
boa tarde o meu marido faleceu no dia 24 de junho de 2021, como o subsidio de férias só é pago no mês de julho será que tenho direito? ou fica retido na segurança social.
cumprimentos
Miquelina Dias