Estamos a pagar demais

Se suspeitava, agora está comprovado. A confirmação é da ANACOM. O preço das telecomunicações em Portugal “aumentam mais e são mais caros” do que na União Europeia (UE), diz o relatório divulgado hoje pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e citado pela LUSA.

Entre 2009 e 2019, os preços das telecomunicações em Portugal aumentaram 7,6%, enquanto que na União Europeia diminuíram 9,9%.

Veja aqui como pode saber se já pode mudar de operadora de telecomunicações.

De acordo com os estudos de comparações internacionais de preços de telecomunicações promovidos por instituições independentes (Comissão Europeia, OCDE, UIT), os preços dos serviços móveis, dos serviços individualizados de Internet e de pacotes de serviços para níveis de utilização mais reduzidos encontram-se acima da média dos países considerados, diz a Anacom.

A Anacom dá exemplos, apontando que “os preços das ofertas ‘single play’ de banda larga fixa em Portugal eram 9,3% e 28,7% superiores à média da UE28, com exceção das velocidades acima de 1 Gbps, onde os preços em Portugal se encontravam 16,9% abaixo da média, mas que, no total, representam 1,6% dos acessos”.

Ou seja, os preços só são mais baratos para quem paga velocidades “supersónicas”. Para os clientes “normais” (e que são mais) aumentam.

No que respeita “aos pacotes de voz móvel e Internet no telemóvel, Portugal apresentava preços entre 19% e 98% superiores à média da UE28. Mais de três quartos dos países europeus apresentam preços inferiores aos praticados em Portugal”.

Relativamente aos preços de banda larga móvel, “Portugal encontra-se no conjunto de países onde o preço é caro”.

O regulador refere ainda que “os principais prestadores de comunicações eletrónicas (Meo, NOS e Vodafone) aumentaram as mensalidades e outros elementos tarifários dos serviços de telecomunicações residenciais em Portugal entre 2009 e 2016, normalmente no início de cada ano”, acrescentando que “neste período os preços (…) cresceram 12,4%”.

A partir de 2017 “os ajustamentos de preços” passaram apenas por alguns prestadores e afetaram apenas os contratos celebrados em anos anteriores, não implicando alterações significativas dos preços publicitados para novos clientes.

“No ano de 2020, a Meo e a NOS anunciaram novo ‘ajustamento de preços’ no valor de 1%, valor superior à inflação do ano anterior (0,3%)”, acrescentou.

“Os consumidores experimentaram estes aumentos, em especial quando procuraram renovar o seu contrato, no final do período de fidelização, e não conseguiram manter em condições anteriormente contratadas ao preço original”, salienta a Anacom.

Portanto, ficam a saber aquilo que já sabem. Que estamos a pagar mais caro do que devíamos tendo em conta os preços médios na União Europeia. É o mercado que temos. Enquanto consumidores só nos resta andar sempre à procura do melhor pacote pelo preço mais baixo e não ter medo de mudar de operadora sempre que pudermos melhorar a nossa situação.

Saiba negociar

Lembre-se sempre que deve escolher APENAS os serviços que realmente precisa. Não é por lhe darem mais 150 canais (que nunca vai ver) por apenas mais 1 euro, que está a fazer um bom negócio. Não é impossível baixar a nossa fatura de telecomunicações.

Acabei de fechar uma nova renegociação com a minha operadora em que vou ficar a pagar menos do que no ano passado. Demorou dois meses mas consegui. E estive vai não vai para mudar mesmo. Se se der ao trabalho também vai conseguir bons resultados. É dinheiro que fica no seu bolso.